Sespa promove seminário virtual para atualizar o Manejo Clínico de Malária
O evento, que integra as estratégias de combate à doença no Pará, é destinado a médicos e enfermeiros da Região Metropolitana de Belém
A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) convoca nesta quarta-feira (27), a partir das 9h, médicos e enfermeiros da Região Metropolitana de Belém para o segundo Webinário voltado à atualização do Manejo Clínico de Malária. A transmissão ocorrerá pelo canal de transmissões do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Pará (Cosems/PA) no YouTube. Outra forma de acesso será pelo QR Code do cartão virtual disponível nas redes sociais da Sespa.
Sespa intensifica as ações de prevenção e combate à doença durante todo o anoA iniciativa de mais essa capacitação é do Departamento de Controle de Endemias, por meio do Programa Estadual de Controle da Malária, com o objetivo de aperfeiçoar as capacidades técnicas dos médicos e enfermeiros de unidades básicas e de hospitais para a vigilância da doença, além de padronizar procedimentos no atendimento a pacientes com sintomas suspeitos, visando à oferta de ações e serviços de saúde com qualidade e em tempo oportuno, e ênfase na agenda da COP 30 (conferência mundial sobre mudanças climáticas), que será realizada em Belém, em novembro de 2025.
Na região Oeste - Outra capacitação ocorreu durante este mês, quando a Sespa realizou, em Santarém, município do oeste paraense, o Encontro de Avaliação do Programa de Controle da Malária dos municípios vinculados ao 9º Centro Regional de Saúde (9º CRS). O evento contou com a participação de aproximadamente 100 pessoas, entre diretores da Sespa, secretários municipais de Saúde, coordenadores municipais da área de endemias e técnicos do 9º Centro Regional, além de representantes da Cosems, Ministério da Saúde e Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai).
“Foi uma ocasião em que cientistas da área do diagnóstico, tratamento, entomologia e controle vetorial para eliminação da malária estiveram reunidos”, informou a coordenadora estadual de Controle da Malária, Paoola Vieira, ressaltando que o cenário da doença no Pará é de estabilidade. Dados atualizados até 30 de outubro deste ano indicam que já foram confirmados 19.422 casos de malária no Pará em 2024, correspondendo a uma redução de 1%, em comparação ao mesmo período de 2023.
Estratégias de prevenção - Como ocorreu ao longo de 2024, a Sespa continuará intensificando as ações de forma complementar para garantir o controle e reduzir a carga da doença. Paralelamente, é importante dar sustentabilidade a essas ações e manter a vigilância, assim como sensibilizar as gestões públicas locais para esse combate à malária.
De janeiro a outubro deste ano, 7.550 mosquiteiros impregnados com inseticida de longa duração (MILD) já foram distribuídos pela Sespa aos 7º, 8º e 9º Centros Regionais de Saúde, com base em alguns critérios, como casos notificados por localidade, número de prédios e da população afetada.
No que tange ao uso de inseticidas para combate ao mosquito, Paoola Vieira explicou que há dois tipos de borrifação: a intradomiciliar, na qual são borrifadas as paredes internas das residências, e onde o inseticida atua por até quatro meses, sendo a mais eficaz.
“A outra é a nebulização espacial extradomiciliar, indicada como última estratégia de controle, e quando há estudo prévio do comportamento desse vetor na área. Ela só deve ser utilizada quando há alta densidade de mosquitos na área externa da casa, o que, na maioria das vezes, ocorre em período noturno”, informou a coordenadora.
No combate à doença, a Sespa também distribuiu 975.174 comprimidos de medicamentos antimaláricos nos dez primeiros meses de 2024, aos 13 Centros Regionais de Saúde, a fim de atender às Secretarias Municipais de Saúde conforme as demandas. Outra medida nesse período foi a distribuição de 39.650 testes rápidos, divididos entre o 1º, 3º, 7º, 8º, 9º, 10º e 13º CRS.
Prosseguem também este ano o assessoramento técnico nas ações de investigação e controle de casos, por meio de capacitações realizadas pela Sespa, com apoio do Laboratório Central do Estado (Lacen), em diversos municípios, e dezenas de participações de técnicos da Coordenação de Malária em capacitações sobre a doença, em articulação com os demais entes federativos.
Sintomas e tratamento - A malária é causada por um protozoário do gênero Plasmodium, transmitido pela picada da fêmea do mosquito Anopheles, que se infecta ao picar uma pessoa doente. Os principais sintomas são dor de cabeça, febre alta, calafrios, tremores e sudorese. Outros sintomas que podem aparecer inicialmente são náuseas, vômitos, cansaço e falta de apetite.
O diagnóstico pode ser feito por meio de gota espessa ou teste rápido. A gota espessa é obtida com amostra de sangue colhida diretamente por punção digital (furando o dedo da pessoa possivelmente infectada).
A malária tem cura e o tratamento é eficaz, simples e gratuito. Entretanto, se não for diagnosticada e tratada de forma oportuna e adequada, pode evoluir para as formas graves, por isso é importante a pessoa, que tenha viajado, nos últimos 15 dias, para uma área endêmica de malária, procurar imediatamente o serviço de saúde assim que apresentar algum desses sintomas.
O tratamento é feito de acordo com o peso do paciente e espécie parasitária, podendo ser por Plasmodium vivax, Plasmodium falciparum ou mista. Com resultado positivo para malária, o paciente recebe os medicamentos e inicia imediatamente o tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). É importante que o paciente complete o tratamento mesmo já estando sem sintomas, para que alcance a cura.
As principais medidas preventivas são instalar telas em portas e janelas da casa, se possível; evitar construir casas perto de matas e igarapés, pois são locais onde o mosquito vive e se reproduz, e usar mosquiteiros e repelentes.
Serviço: O segundo Webinário para atualização do estabelecimento do Manejo Clínico de Malária será transmitido pelo link (https://www.youtube.com/@cosems-patransmissoes7120).