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Santa Casa do Pará incentiva doação de leite humano para atender prematuros internados

Com o selo Hospital Amigo da Criança, a Santa Casa redobra os esforços para garantir, mesmo em situações extremas, que os bebês recebam o alimento mais completo para essa fase da vida

Por Etiene Andrade (SANTA CASA)
26/11/2024 14h11

Bebês recebem o leite humano doado por sonda ou no copinhoOs bebês prematuros Joaquim e Bella, internados na Unidade de Cuidados Intermediários (UCI) Canguru da Santa Casa do Pará, em Belém, já receberam leite humano do Banco de Leite (BLH) da instituição, mantido com doações. Bella, que nasceu com 27 semanas, continua com o leite doado, mas já começa a adaptação para receber o alimento completo direto no seio da mãe, enquanto Joaquim superou a fase da sonda e do copinho, e desde a semana passada mama a toda hora, para alegria da mãe, Cleide.

Cleide e Joaquim: desafio já superado“Eu estou exausta, mas muito feliz de poder amamentar meu filho. Também sou muito grata às mães que doam, porque o Joaquim nasceu, foi para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva), ficou lá uma semana e depois mais três dias na UCI. Há mais de três semanas ele está comigo, aqui no Canguru, mas durante todo esse tempo foi alimentado com leite humano do Banco de Leite. Foi esse leite que sustentou o meu filho, que nasceu com 1 quilo e 320 gramas, e agora já vai para 1,7 kg, e está mamando desde a semana passada”, contou Cleide.

Essas conquistas, essenciais para a mãe e o bebê,  resultam das ações de incentivo ao aleitamento materno e aos cuidados humanizados de atenção ao prematuro, desenvolvidas pela Santa Casa do Pará. Desde 1998, a instituição centenária é reconhecida pelo Ministério da Saúde com o selo de qualidade da Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC), concedido a hospitais que cumprem os 10 passos para o sucesso do aleitamento materno.

Bella, um dos bebês prematuros, ainda recebe leite humano por sondaDesafios - No caso de bebês prematuros, como Joaquim, os desafios incluem a necessidade de cuidados hospitalares, que interferem na rotina da amamentação; a própria imaturidade do organismo, que dificulta a amamentação no seio da mãe, e as dificuldades da própria mãe de produzir leite materno, pois quando o bebê não suga falta o estímulo natural para essa produção.

Dificuldades enfrentadas e superadas com a atuação da equipe multiprofissional da instituição, afirmou a nutricionista Cynara Souza, gerente do Banco de Leite. “É importante incentivar o aleitamento materno mesmo que os desafios sejam árduos. É dever dos profissionais de saúde e da equipe neonatal fazer o possível para que mãe e bebê vivenciem este momento, que é amamentar sem pressa, sem culpa, sem medo. A Santa Casa é um hospital que oferece atendimento de ponta aos recém-nascidos prematuros, e dentro desta política institucional temos o cumprimento de normas, como a que permite a presença do pai e da mãe 24 horas dentro do hospital. Esta presença possibilita que aprendam a realizar cuidados, fazer a extração do leite humano, a ordenha à beira do leito, possibilitando que o bebê receba o leite da mãe, o que vem potencializar o sistema imune dessa criança”, informou.

Leite humano doado: governo do Estado e rede de parceiros reforçam a necessidade de manter o estoqueDoações - Além de incentivar de forma prioritária a alimentação com o leite da própria mãe, quando a amamentação do bebê não é possível durante o período de internação, o Banco de Leite Humano da Santa Casa garante esse apoio, por meio da captação do leite de doadoras.

“Incentivamos as lactantes que apresentem excedentes de leite a doarem para os nossos serviços. Essa doação segue um critério rigoroso de controle de qualidade, para que posteriormente nós possamos distribuir esse leite conforme as situações clínico-nutricionais dessas crianças, para promover o ganho de peso, o crescimento e todas as propriedades conferidas deste alimento que protege a saúde da criança”, reiterou Cynara Souza.

Atualmente, a Santa Casa, com o apoio do Projeto Bombeiros da Vida, do Corpo de Bombeiros Militar do Pará, da Missão Humanitária da Assembleia de Deus e hospitais parceiros, coleta em torno de 270 litros de leite humano ao mês. Essa quantidade atenderia integralmente a cerca de 40% das crianças internadas, mas o BLH visa atender 100% dos bebês internados com o leite humano doado. Para conseguir alimentar os bebês internados por mais tempo, a Santa Casa realiza campanhas e apelos para ampliar a doação de leite.

Um exemplo de atendimento ao apelo é a esteticista Sineide Simões, moradora do Distrito de de Icoaraci (pertencente a Belém), que por mais de um ano foi doadora do Banco de Leite, e sabe a importância desse alimento para a saúde da criança.

“A mensagem que eu passo para as mães, as que estão tendo seus bebês agora, e as que já têm e estão amamentando, mas que ainda não são doadoras, é que doem seu leite excedente, que ajudem a salvar outros bebês, porque vai estar aliviando o sofrimento dos bebês que estão lá, lutando por suas vidas. Também vão estar ajudando as mães, que sofrem de ver seus filhos naquela situação. Assim é possível dar um pouco de alento para as mães e, claro, saúde para a criança, fazendo com que ela se revigore, consiga sair da UTI e ter uma vida boa, porque o leite materno é muito importante”, disse Sineide.

Serviço: Toda mulher que amamenta pode doar para o Banco de Leite da Santa Casa. Ela precisa estar bem de saúde e ter excedente de leite. O cadastro pode ser realizado pelos telefones: 9889-6326 (WhatsApp), 3251-7311 ( Banco de Leite) ou 3251-7212 ( Bombeiros da Vida).