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Exposição reúne elementos em grafismo sobre a cultura Afro-Amazônida

O trabalho marcou a programação alusiva ao Dia da Consciência Negra, promovida na Escola Estadual Dr. Carlos Guimarães, em Belém

Por Ericka Pinto (FADEP)
22/11/2024 21h10

Roda de capoeira, dança, desenho, pintura e até desfile de roupas foram alguns dos elementos usados para exaltar e difundir a cultura afro-amazônida na Escola Estadual de Ensino Fundamental de Tempo Integral Dr. Carlos Guimarães, no bairro da Marambaia, em Belém. As atividades marcaram a programação alusiva ao Dia da Consciência Negra e encerraram nesta sexta-feira (22) com a apresentação da primeira mostra de artes visuais denominada "Grafismo em cores, movimentos e texturas Afro-Amazônida".

A mostra reúne um acervo de mais de 300 peças, entre elas, os objetos de reciclagem, como as telhas descartadas da reforma da escola. Elas foram pintadas com grafismo pelos alunos e transformadas em objeto artístico. A exposição dos trabalhos permanecerá aberta para a comunidade escolar até a próxima segunda-feira (25), no auditório da Escola Dr. Carlos Guimarães.

De acordo com a professora de artes, Darcilene Batista, a finalidade da exposição artística foi “valorizar os saberes e fazeres do Continente Africano no processo de Alfabetização nos anos iniciais, ouvindo e apreciando a arte integrada às práticas interdisciplinares, envolvendo todos os educadores da Escola. Com isso, trouxemos palavras de origem africana para Alfabetização Inclusiva”, destacou.

A exposição "Grafismo em cores, movimentos e texturas Afro-Amazônida" faz parte do Projeto Afrobetização Cultural, trabalho pedagógico pautado na educação antirracista e de respeito às diferenças, valorização das culturas e preservação do meio ambiente.

O aluno Jonathan José, da turma do 4º ano, participou de várias atividades e diz o que aprendeu com elas. “Nessa exposição eu aprendi muitas coisas, como os países do continente Africano, palavras que são de origem africana e também sobre o grafismo deles. Também aprendi que a capoeira surgiu no tempo da escravidão dos negros, quando o Brasil era colônia de Portugal. A capoeira foi criada pelos negros como uma espécie de luta para se defenderem. A ginga da capoeira era como uma dança usada para enganar os portugueses”, explica o aluno.

Narrativas - A programação trouxe como destaque a ciranda de roda embalada pela música infantil “Menina bonita de laço de fita”, que conta a história de Ana Maria Machado. Por meio desta obra, a Escola buscou enfatizar o respeito e a celebração da diversidade. A temática também foi abordada em outras atividades, como a leitura do texto “Cabelo de Lelê”, de autoria da Valéria Belém, narrado por um aluno da turma do 1º ano. Na sequência, os alunos fizeram um desfile, apresentando a herança africana e suas influências na moda afro-brasileira. 

Outro trabalho apresentado esteve relacionado à cultura e à sustentabilidade. A turma do 3º ano apresentou os ritmos e movimentos africanos, com instrumentos elaborados a partir de material reutilizado e reciclado, por meio do conceito da economia circular. Também teve Roda de Capoeira, que é acompanhada pelo projeto do mestre Edgato e a apresentação da pesquisa sobre as personalidades e ícones antirracista e de resistência no contexto global, intitulado “Conhecendo as Raízes e Valorizando os Frutos”, da turma do 5º ano.

A Escola Estadual Dr. Carlos Guimarães atende a 240 alunos, de 6 a 12 anos, nas turmas de 1º ao 9º ano. Segundo a diretora Lucilene Cruz, a comunidade escolar é bastante participativa nas atividades desenvolvidas na unidade. 

“Na programação referente ao antirracismo e à história da Consciência Negra não foi diferente. Costumo ressaltar que somos Escola Fértil, tudo que planta dá, independentemente do solo. Não estamos sozinhos, pois nossa comunidade é atualmente presente e participativa. Somos escola inclusiva no bairro da Marambaia e com referência na educação, pois alcançamos pontuação de 6.8 no Ideb. Cada atividade é planejada e executada com a presença pedagógica dos docentes. Realizamos cada atividade como se fosse o último show de cada artista e com agenda definida para o próximo”, enfatizou a diretora.