Alunos de escola estadual de tempo integral expõem projetos na 6ª Feira de Ciências
Com o tema 'Ciência, tecnologia e sustentabilidade para um futuro melhor', a Escola Professora Maria Araújo de Figueiredo mostrou aos estudantes o caminho da inovação
A sexta edição da Feira de Ciências envolveu alunos, professores, membros da comunidade e estudantes de outras escolasPara estimular o protagonismo estudantil e apresentar à comunidade local os projetos desenvolvidos no ano letivo de 2024, a Escola Estadual de Tempo Integral Professora Maria Araújo de Figueiredo, localizada no bairro do Coqueiro, em Ananindeua (Região Metropolitana de Belém), promoveu mais uma edição da Feira de Ciências da instituição (FEICIMAF), nesta sexta-feira (22).
Foi a 6ª edição do projeto, que teve como tema "Ciência, tecnologia e sustentabilidade para um futuro melhor", e contou com a participação de toda a comunidade escolar na elaboração de projetos inovadores e experiências científicas, que abordaram temas como tecnologia, meio ambiente, cultura e saúde.Alunos do projeto que aproveita a biodiversidade amazônica
O evento teve 45 projetos apresentados, dos quais 38 desenvolvidos na unidade escolar, que abriu as portas para a comunidade, alunos de outras escolas estaduais, professores e estudantes da Universidade Federal do Pará (UFPA).
Mostra científica - Segundo a professora de Biologia Daniele Santos, uma das coordenadoras, a “Feira é uma mostra científica de várias disciplinas, com trabalhos que os alunos realizaram ao longo do ano e que são expostos hoje. São trabalhos de experimentação, de levantamento bibliográfico, na área de matemática, em vários tipos de temáticas, em ciência, tecnologia, educação e lançamento de foguete. É uma mostra científica e cultural. Alguns alunos estão dentro dos projetos da Feira, e outros têm a opção de fazer relatório dos projetos expostos, ou seja, todos estão envolvidos de uma maneira ou outra. Por isso, é um dia letivo. Não é um dia onde só quem está envolvido nos projetos. Participam todos, inclusive a comunidade, já que o evento é aberto. É uma forma de mostrar o que está sendo feito dentro da escola. Os projetos são um produto educacional. Os alunos produziram e temos os avaliadores, que passam nas exposições dando sua opinião sobre os trabalhos que, inclusive, valem parte da avaliação dos alunos. Esses avaliadores são professores de outras escolas, da própria escola e estagiários da UFPA”.
Maria Clara Reis, estudante do 3º ano do Ensino Médio, apresentou o projeto de estudos sobre os riscos do uso do cigarro. “O nosso projeto é sobre o cigarro eletrônico, o cigarro tradicional, o uso na sociedade brasileira e as consequências. A gente estudou sobre a composição do cigarro tradicional e do eletrônico nas aulas de Biologia e Química. Depois, a gente fez uma pesquisa com 50 alunos do Ensino Médio, e pudemos ter um resultado gráfico. Fizemos um painel com as diferenças entre os cigarros, suas semelhanças, e aí a gente começou a fazer um experimento para simular o sistema respiratório do corpo humano quando fuma. Com esse projeto, a gente quer trazer essa sensibilização e o conhecimento sobre os malefícios do cigarro, como ele atua no nosso corpo, e alertar os adolescentes a não usar", informou a aluna.
O projeto foi selecionado para o "Ciência na Ilha", da UFPA. Maria Clara disse que se sentiu "realizada porque eu me esforcei muito, tanto eu quanto os meus colegas de equipe, e a gente conseguiu um bom resultado. Eu fiquei feliz porque é um passo a mais para uma carreira profissional, ainda mais porque eu quero seguir a carreira de ciências biológicas”.
Outros 20 projetos da Escola Estadual Professora Maria Araújo de Figueiredo foram selecionados no “Ciência na Ilha”, evento organizado pelo Clube de Ciências da UFPA para promover a divulgação científica e o intercâmbio de saberes entre pesquisadores e comunidades ribeirinhas da região insular de Belém. O evento será realizado na Ilha de Mosqueiro, distrito de Belém, nos dias 28 e 29 de novembro (quinta e sexta-feira).
Alunos desenvolveram o projeto de sabão ecológico a partir do aproveitamento de casca de mangaTroca de experiências - A Feira de Ciências abriu espaço para que outras escolas estaduais pudessem expor seus projetos. Uma delas foi a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Deputado João Carlos Batista, no bairro do 40 Horas (Ananindeua), que apresentou o Projeto “Economia doméstica e sustentabilidade: a produção de sabão a partir da casca de manga“.
O projeto foi idealizado após pesquisa de campo, quando os alunos identificaram problemas ambientais no bairro, como o descarte irregular de óleo e desperdício de frutas na feira. Os alunos conversaram sobre uma forma de reutilizar esses produtos, e assim desenvolveram o projeto de sabão ecológico.
O estudante do 6º ano do Ensino Fundamental na Escola Estadual Professora Maria Araújo de Figueiredo, Yuri Moreira, conheceu todos os projetos apresentados pelos colegas. Para ele, a experiência foi um grande incentivo. “Achei os projetos muito legais. Dois trabalhos me chamaram atenção: o de taxidermia (empalhamento de animais) e o UNO feito de latinhas. Ver meus colegas apresentando esses trabalhos legais me dá vontade de estudar mais, para que eu possa ser como eles também”, disse Yuri.
Troca de saberes e experiências amplia os horizontes dos alunosTeoria e prática - De acordo com o diretor da Escola, Jackson Pinheiro, a Feira de Ciências agrega conhecimento e destaca o protagonismo dos estudantes. “A maior preocupação do educador é o aluno absorver o assunto que ele está aprendendo em sala de aula. A Escola de Tempo Integral conta com uma carga horária diferenciada. A palavra-chave da Escola de Tempo Integral é protagonismo, e aí nós começamos a estimular os estudantes a serem protagonistas. Estamos no nosso primeiro ano como escola de tempo integral, e tudo para a gente está sendo um aprendizado. A Feira de Ciências já existia, tanto que essa é a 6ª edição, mas este ano o projeto melhorou ainda mais porque os alunos, realmente, compraram o protagonismo e trouxeram para a prática tudo aquilo que aprenderam em sala de aula e viram que tem resultado extraordinário. Hoje, a Escola conta com mais de 350 alunos, distribuídos entre Fundamental e Médio, e você vê a interação de todos eles participando da da Feira de Ciências, e super empolgados para estarem presentes também no 'Ciência da Ilha' para expor”, informou Jackson Pinheiro.
“A gente está fazendo com que os estudantes sejam protagonistas do processo de ensino-aprendizagem. A nossa função na escola, como professores, é apenas orientar, encaminhar. A gente estimula esse protagonismo. São 38 trabalhos provenientes da nossa Escola, em diversas áreas, matemática, física, química, biologia, educação ambiental, e a gente percebe o quanto os alunos estão engajados com o desenvolvimento dos trabalhos. É o resultado de um trabalho que a gente vem desenvolvendo o ano todinho, e isso é o que faz dar essa oxigenação na nossa carreira profissional”, ressaltou a professora de Biologia e coordenadora do evento, Ana Carla Castro.