Policlínica Metropolitana alerta sobre o mal causado pelo tabagismo
Unidade do Governo do Pará, que atende mais de 26 especialidades, oferta 600 consultas mês em pneumologia
O tabagismo é um problema de saúde pública. A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que ele está entre as principais causas de morte evitável no planeta. Dados de 2024 elencam que, por ano, ao menos 200 mil pessoas, no Brasil, morrem em consequência do mal. Já no mundo, esse número salta para cerca de 4,9 milhões. E como forma de combate à prática, em Belém, a Policlínica Metropolitana alerta a população em relação aos malefícios causados pelo vício, chegando em doenças como o câncer.
Por mês, a unidade do Governo do Pará, que atende mais de 26 especialidades, garante até 600 consultas ambulatórias no serviço de pneumologia. Uma das médicas parte da equipe, Flávia Farinha Ayres Moura de Assis, alerta: “O tabagismo é fator de risco para vários cânceres, em especial de cabeça e pescoço e pulmão, mas também aumenta o risco de doenças cardíacas e acidente vascular encefálico, além de ser a principal causa da DPOC – doença pulmonar obstrutiva crônica”, disse a pneumologista.
O tabagismo é um dos fatores de risco para DPOC e sua pode estar relacionada aos efeitos da fumaça de cigarro nos pulmões, havendo relação da quantidade e do tempo de tabagismo com a gravidade da doença.
“A DPOC é a 3ª causa de morte no mundo, segundo dados da OMS, e se pensarmos nas outras doenças que têm relação com tabagismo, como IAM (Infarto Agudo do Miocárdio), AVE (Acidente Vascular Encefálico), tumores e até mesmo alguns estudos demonstrando relação com morte súbita do lactente, podemos ter uma ideia do quão nocivo ao organismo é o ato de fumar”, evidenciou a especialista.
Características - A pneumologista explica que a fumaça causa danos diretos nas células do epitélio das vias aéreas, que com o tempo vão sofrendo modificações para suportar a temperatura e os agentes químicos presentes na fumaça; consequentemente, ocorrem reações inflamatórias como aumento de muco, progressiva retenção de CO2. “Quanto mais tempo e quantidade de cigarros, maior é a progressão dos danos”, afirmou.
Outro fator mais alarmante é que a pessoa que convive como um fumante pode ter sua saúde comprometida. “Chamamos de tabagismo passivo e também é fator de risco para o desenvolvimento das doenças relacionadas ao fumo”, apontou Flávia.
Os cigarros eletrônicos também são danosos para a saúde. “Eles são tão nocivos quanto, em algumas situações até mais que os cigarros convencionais, pois muitos deles apresentam em sua composição muitas outras substâncias químicas e temperatura de queima mais agressivas que o cigarro tradicional, além de entregar uma carga de nicotina maior em cada tragada”, comentou a médica.
Tratamento - Os tratamentos disponíveis atuam retardando a progressão da doença, controlando os sintomas e reduzindo as complicações. Segundo a Organização Mundial de Saúde, 210 milhões de pessoas no mundo têm DPOC.
“O tratamento é variável, a partir do grau de dependência. Reconhecer a necessidade de cessar o tabagismo é o primeiro passo e o paciente deve procurar um médico pneumologista para avaliar suas necessidades; alguns pacientes conseguem cessar com orientações e acompanhamento básico ambulatorial, outros necessitarão de tratamento especializado em centros antitabagismo”, finalizou.
Serviço: O acesso à unidade é através da Central de Regulação do Estado. Em caso de interconsultas ou exames, eles podem ser agendados através da Central de Relacionamento da Poli, na ferramenta do WhatsApp Business no número (91) 98521-5110 e ainda, no e-mail: agendamento.polimetropolitana@issaa.org.br.
O usuário precisa apresentar o documento de identidade com foto (RG preferencialmente), CPF, Cartão Nacional SUS e comprovante de residência (originais e cópia). Caso seja criança e ainda não tenha RG, é possível apresentar a certidão de nascimento e os documentos oficiais da mãe.
Texto: Roberta Paraense