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SAÚDE

HOL destaca panorama do câncer no Brasil no I Congresso Amazônico de Oncologia

Número de casos aumentou em pessoas mais jovens, destacou diretor-geral do Instituto Nacional do câncer, programação segue até este sábado, 16

Por Leila Cruz (HOL)
15/11/2024 14h08

O I Congresso Amazônico de Oncologia do Hospital Ophir Loyola (HOL) realizada na quinta-feira, 14, reuniu profissionais e estudantes da área de saúde no Teatro Margarida Schivasappa. O evento contou com a participação do diretor-geral, Dr. Jaques Neves, da diretora de Ensino e Pesquisa, Margareth Braun, vice-reitora da Uepa, Ilma Pastana; da representante da Secretaria de Estado de Saúde (Sespa), Samara Ayan, da promotora de justiça Fábia Fournier e do deputado Estadual Nilton Neves. A programação trouxe ainda a apresentação cultural do centro de dança Ana Unger.

Na ocasião, personalidades que contribuíram com o trabalho desenvolvido pelo Hospital Ophir Loyola receberam a medalha Ophir Pinto de Loyola, comemorativa aos 112 anos da instituição celebrados, no último dia 12 de outubro. A conferência magna foi ministrada pelo diretor-geral do Instituto Nacional do Câncer (Inca), órgão do Ministério da Saúde (MS), Roberto Almeida Gil.

"Este é o primeiro congresso da maior instituição de oncologia da região Norte do Brasil, hospital que presta assistência de alta complexidade em neurologia, neurocirurgia e transplantes e que, assim como o Inca, formula políticas públicas para prestar uma assistência com qualidade técnica e humanitária para a população paraense e da região amazônica. Portanto, agradeço ao governo e à Sespa pelos investimentos necessários à modernização dos serviços e a aquisição de equipamentos de ponta. Temos como exemplo a nova radioterapia e o Centro de Cuidados Paliativos Oncológicos, o primeiro da nossa região", afirmou Jaques Neves.

O gestor destacou ainda as obras de construção do novo serviço de Medicina Nuclear para a instalação do Gama-Câmara e da Central de Material Esterilizado (CME). "Em breve iremos avançar com construção de uma nova Unidade de Atendimento Imediato (UAI) e não posso deixar de destacar a implantação do Sistema de gestão Hospitalar “SOUL MV” que passará a automatizar todos os processos de um hospital centenário que também precisa ficar à frente do seu tempo, na gestão", destacou o diretor-geral.

Doenças crônicas não transmissíveis aumentam no Brasil

O diretor-geral do Inca, Roberto de Almeida Gil, destacou o aumento dos casos de doenças crônicas não transmissíveis no Brasil durante a conferência magna. Segundo o oncologista clínico, os dados de incidência do câncer no norte do país apontam que o câncer de próstata é a primeira causa de mortalidade por câncer no sexo masculino, seguido pelo câncer de estômago, pulmão, cólon e reto, e cavidade oral. Porém, o especialista alerta que esse cenário pode ser mudado com mudanças de hábitos e ações estratégicas.

Em todo o Brasil, o câncer de mama é a primeira causa de mortalidade no sexo feminino. Na região norte, o câncer de colo de útero é a segunda causa de mortalidade por neoplasia maligna nas mulheres. A contaminação por papilomavírus (HPV) acomete mulheres muito jovens, a partir dos 29 anos. O aumento de casos de câncer colorretal em pessoas mais jovens também é uma preocupação do Instituto. Segundo o especialista, essa é uma consequência da má alimentação precoce que gera fatores de risco mais cedo e que se manifestam com a doença.

"Existe a necessidade de termos estratégias de tratamento, apesar das mortes por causas externas como a violência, as neoplasias malignas devem atingir a primeira causa de morte no país, porque aumentou 61% nos homens e 76,% nas mulheres. A mortalidade por câncer está subindo rapidamente e a doença cardiovascular está mais ou menos estabilizada porque hoje é a principal causa de mortalidade no Brasil. Tudo indica que teremos uma inversão nesses dados", afirmou o diretor do Inca.

Ainda conforme Roberto de Almeida Gil, o câncer é uma prioridade do governo Lula, portanto foi criada a Coordenação-Geral da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer – CGCAN  pelo MS. Ele também citou a Lei 14.758/2023, promulgada em dezembro de 2023, que moldou todos os aspectos de uma linha integral de cuidado do câncer, desde a prevenção, o diagnóstico precoce, os tratamentos da doença e os cuidados paliativos com o intuito de minimizar os efeitos de uma doença crônica.

O diretor do Inca destacou que, atualmente, consegue-se curar 56% dos cânceres diagnosticados no Brasil. Conforme destacou, ainda se está longe da realidade dos países mais desenvolvidos que conseguem curar 75% dos cânceres diagnosticados. "Os recursos são destinados majoritariamente para a doença avançada, metastática, portanto o custo desse tratamento é insustentável. Precisamos tratar o câncer em fase inicial e curável, para que esse indivíduo possa ser reintegrado a uma sociedade e possa ser uma pessoa economicamente ativa. É imprescindível ter pesquisas epidemiológicas, de prevenção, de cuidados e de implementação de rastreamento e de diagnóstico precoce, só assim conseguiremos mudar o panorama atual", ressaltou.