Brasil livre do sarampo: Pará erradicou a doença em 2022
Com o certificado de país livre do sarampo recuperado pelo Brasil, Sespa explica como a cobertura vacinal e a vigilância estadual são grandes aliados para manter a região livre da doença
Após cinco anos, o Brasil recuperou o título de país livre do sarampo, na última terça-feira, 12. A certificação foi concedida pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), e entregue à ministra da Saúde Nísia Trindade, em Brasília. No Pará, o último caso registrado foi em janeiro de 2022, no município de Afuá, no Arquipélago do Marajó. Desde então, o estado segue livre da doença, colaborando para a recertificação em território nacional.
É importante lembrar que a doença já foi uma das maiores causas de mortalidade infantil, mas as políticas de vacinação foram fundamentais para a erradicação, combatendo a doença por meio da vacina tríplice viral, que integra o Calendário de Vacinação do SUS e está disponível em todas as unidades básicas de saúde.
A coordenadora estadual de imunizações Jaíra Ataíde reforça a importância da cobertura vacinal para o título. "Foram anos de múltiplas ações, reuniões, capacitações, seminários, bloqueio com vacinação de contatos de casos suspeitos, busca ativa de não vacinados, ativação das ações, de notificação de casos suspeitos, visitas técnicas, formação de equipe para resposta rápida, elaboração de boletins, instituição da dose zero da vacina Tríplice Viral, entre outros. Conseguimos apresentar evidências de que estamos com uma população vacinada e profissionais atentos. É hora de celebrar, mas o trabalho continua! É preciso garantir a manutenção da população devidamente vacinada contra o sarampo".
Ainda em 2024, a Sespa promoveu capacitações ativas para os profissionais, reforçando a vigilância e a capacidade de resposta rápida em casos suspeitos no Estado. O evento foi em parceria com a Secretaria de Vigilância em Saúde(SVS) do Ministério da Saúde e a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), e reuniu 50 profissionais de saúde de diversas regiões do Estado.
A coordenadora de Vigilância Epidemiológica da Sespa Adriana Veras, ressalta o papel da vigilância estadual ativa para alcançar ao título no país. "A vigilância epidemiológica é essencial e deve atuar em conjunto com a atenção primária e a imunização. Precisamos estar sempre em alerta, notificando e investigando casos suspeitos, coletando amostras e monitorando os cenários. A busca ativa, feita pelas equipes de saúde na comunidade e nos serviços de saúde, também é crucial. Além disso, a cobertura vacinal é fundamental para o controle das doenças. O cumprimento dessas etapas é necessário para garantir a prevenção e a certificação de controle", afirma.
As ações de combate ao sarampo no estado foram realizadas de forma integrada pelas áreas técnicas de Atenção Primária, Imunização e Vigilância Epidemiológica da Sespa, pelos 13 Centros Regionais de Saúde, pelo Laboratório Central do Estado (Lacen-PA) e pelos 144 municípios paraenses, com o apoio do Ministério da Saúde e da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).
Texto: Jamille Leão – Ascom Sespa