'Impermanência', do bailarino Elísio Pitta, explora a transitoriedade da vida em apresentação no Teatro Experim
Artista baiano é referência na dança negra brasileira e traz ao palco elementos do teatro físico e da dança afro-brasileira
O coreografo e bailarino Elísio Pitta apresenta na quarta-feira, 6, o espetáculo "Impermanência", no Teatro Experimental Waldemar Henrique (TEWH), em Belém. Com início às 20h e ingressos a R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia), a apresentação promete uma experiência que une dança contemporânea e artes visuais em um tributo aos ícones da dança negra no Brasil. Os ingressos podem ser adquiridos antecipadamente neste link ou diretamente no local a partir das 18h. A organização também disponibilizou uma cota gratuita destinada a integrantes de grupos populares e estudantes de dança e teatro, além das opções de meia-entrada para estudantes e pessoas acima de 60 anos.
Uma homenagem ao legado de Ismael Ivo, renomado artista da dança e amigo pessoal de Pitta, "Impermanência" reflete sobre o tempo e a efemeridade da vida em uma narrativa visual e corporal de profunda carga simbólica. O espetáculo ainda celebra a trajetória de Gatto Larsen, diretor da Companhia Rubens Barbot – Teatro de Dança, e um colaborador de longa data de Pitta. A peça é marcada por uma forte estética visual e pelo uso de tinta vermelha, que o bailarino utiliza ao longo da performance para "marcar o chão com o sangue" das histórias e lutas dos artistas negros. "As marcas vermelhas representam não só as pegadas deixadas pelo tempo, mas também o peso de uma ancestralidade presente em cada movimento", explica Pitta.
Com uma carreira internacional, Pitta trouxe para o espetáculo elementos do teatro físico e da dança afro-brasileira, explorando temas de identidade e resistência cultural. Com direção coreográfica de Clyde Morgan, reconhecido por sua contribuição à dança negra contemporânea, o espetáculo explora o conceito de transitoriedade por meio de movimentos que evocam a circularidade da vida e a transformação constante dos corpos. "O espetáculo é, acima de tudo, uma reverência ao legado de artistas que moldaram a dança negra no país, um chamado à reflexão sobre o que deixamos para trás e o que levamos adiante", afirma Morgan.
Além da apresentação em Belém, “Impermanência” integra uma turnê pelo Norte e Nordeste do Brasil, passando por cidades como Teresina, São Luís e Macapá. Em cada localidade, o projeto inclui visitas a centros de estudos, universidades e espaços culturais afro-brasileiros, visando promover diálogos sobre a arte negra e fortalecer redes culturais regionais. A turnê também oferece uma oficina de Técnica Horton, um método de dança moderna, ministradas gratuitamente pelo próprio Pitta e Morgan, que abordarão as nuances técnicas e criativas da dança negra contemporânea. A oficina será realizada na próxima terça-feira, 5, no próprio TEWH, de 18h30 às 20h30. São oferecidas 25 vagas e as inscrições podem ser feitas neste link.
O espetáculo utiliza também projeções e efeitos visuais para interagir com o público e criar uma atmosfera de conexão com o legado de Ismael Ivo, que faleceu em 2021, vítima da Covid-19. Durante a apresentação, o público é convidado a refletir sobre as marcas deixadas pelo tempo e o impacto da criação artística na construção das identidades negras.
Ao apoiar apresentações como “Impermanência” a Fundação Cultural do Pará (FCP) reforça seu papel na promoção e difusão da cultura brasileira no estado. Com projetos e eventos voltados para as artes cênicas, visuais, literatura e música, a FCP não apenas valoriza a produção artística local, mas também enriquece o intercâmbio cultural entre o Pará e outras regiões do Brasil. A FCP reafirma seu compromisso em democratizar o acesso à arte e valorizar as expressões culturais que dialogam com a identidade, a história e a diversidade do povo paraense.
Serviço:
Espetáculo "Impermanência"
Quando: próxima quarta-feira, 6, a partir das 20h
Local: Teatro Waldemar Henrique, na Praça da República, em Belém
Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia entrada)