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‘Dia do Cabelo Maluco’ alegra crianças pacientes do Hospital Octávio Lobo

Mais que criatividade, evento promoveu  inclusão e diversidade para os pacientes em tratamento contra o câncer

Por Leila Cruz (HOIOL)
01/11/2024 15h45

Tendência nas escolas brasileiras, o Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo (Hoiol) também aderiu  ao “Dia do Cabelo Maluco” para fazer a alegria da garotada. A programação, idealizada pela diretoria-geral, foi muito bem recebida pelos pequeninos, responsáveis e até mesmo colaboradores da instituição, que usaram da criatividade para exibir cabeleireiras coloridas e extravagantes pelos corredores do ambiente hospitalar. Apesar de alguns pacientes exibirem a carequinha por conta da quimioterapia, não ficaram de fora. A equipe de humanização confeccionou tiaras e chapéus tão divertidos quanto inusitados para promover a inclusão e a diversidade.

“Temos diversos projetos para promover o acolhimento, o bem-estar e uma melhor adesão ao tratamento de nossas crianças e adolescentes. Mas nunca tivemos esse tipo de agenda, porém sabemos que as escolas organizam não só o Dia do Cabelo Maluco, mas o da mochila  e da meia malucas. Contudo, devido à especificidade do tratamento oncológico, muitas delas perdem o cabelo, mas isso não é motivo para deixarem de celebrar a criatividade,  a diversão e toda beleza do ser criança. Aqui, fazemos de tudo para que não se sintam excluídas de todo esse contexto infantil”, afirmou a diretora-geral, Sara Castro.

A coordenadora de Humanização, Natacha Cardoso, destaca  que a solução  encontrada pela equipe permitiu desenvolver a temática sem causar embaraço aos pacientes. “A ideia foi super bem recebida e atingimos o nosso propósito de trazer a ludicidade, o colorido, a alegria e a satisfação para os nossos usuários internados e em atendimento ambulatorial. Todos participaram durante o período da manhã e tarde, com direito à premiação e participação de toda equipe multidisciplinar. A ação foi muito satisfatória e encerrou com chave de ouro o mês das crianças”, informou Natacha.

A interação dos colaboradores chamou a atenção, muitos deles foram responsáveis, inclusive, por arrumar o penteado dos menores. A Analista de Comunicação Jaíne Oliveira escolheu o personagem da indústria de videogames Sonic the Hedgehog, um ícone da velocidade desde a estreia em 1991. A ideia de Jay, como é carinhosamente chamado pelos colegas de trabalho, foi homenagear um dos pacientes com quem tem afinidade, o Wanderley Couto, de apenas 6 anos e que está em tratamento contra leucemia.

“Tenho o meu coleguinha (Wanderley) e percebi que, em toda a oportunidade, vem ao hospital fantasiado do personagem favorito dele. E, quando estávamos discutindo sobre como eu viria, uma colega deu a ideia de pensar em uma criança, e ele foi o primeiro que veio à minha cabeça. Wanderley é aluno da classe hospitalar no período vespertino, e também veio de Sonic para a gente combinar. Ganhei o dia”, disse a comunicóloga.

O menino ficou muito contente de encontrar o par no hospital e não queria sair do lado de Jaíne, juntos brincaram, ensaiaram uma corridinha e fizeram várias fotografias. Assim como ele, outras crianças ficaram super entretidas  com a brincadeira e com os muitos penteados malucos e coloridos que estavam ‘desfilando’ pelos correios da Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon). “Gostei muito de tudo, desfilei e dancei com a Tia Jay, gritamos ‘eeeeh’. Foi muito divertido”, afirmou a criança.

Elizabeth cabeça e pacientesIntegrante do Escritório de Experiência do Paciente (EEP), Elizabeth Cabeça, caprichou na cabeleira. Com os cabelos ruivos, ela formou um pote de mel com muito brilho, abelhinhas, e é claro, o ursinho Pooh. “Pensei nas abelhinhas porque remete muita organização e força, mas também para deixar o dia  dos nossos pacientes mais ‘doce’.  Quando cheguei para trabalhar já busquei duas crianças que tivessem interesse na ideia de penteado. Então conversei com as pacientes da enfermaria 107, e foi maravilhoso, brincamos bastante”. Letícia, de apenas 4 anos, aprovou a interação. “Foi muito legal, gostei muito do cabelo do Sonic. A moça fez o cabelo maluco de abelhinha em mim, eu guardei as abelinhas  na caixa rosa”, contou.

Alnifran CardosoO Hoiol é gerenciado pelo Instituto Diretrizes (ID), sob o contrato de gestão do Governo do Estado, por meio da Sespa, e atende pacientes de 0 a 19 anos incompletos, oriundos dos 144 municípios paraenses e estados vizinhos. Mas a programação não só entreteu o público infantojuvenil, os adultos também ficaram encantados com a dedicação dos profissionais de saúde. “Eu nunca tinha visto esse tipo de brincadeira, gostei demais, o pessoal realmente demonstrou muito talento para trazer um dia especial para todos, né Isabely?”, disse Esmeralda Alves  se referindo à irmã de 6 anos, que acenou positivamente com a cabeça.

O técnico de segurança do trabalho, Alnifran Cardoso, está há apenas dois meses no hospital e ficou muito satisfeito por conseguir arrumar o cabelo, mesmo em cima da hora. “Pesquisei muito e corri para conseguir o EVA e a tinta verde para tingir o cabelo, mas deu tudo certo. Encontrei uma criança com o mesmo animal na cabeça, ocorreu aquela identificação  imediata e o mais importante, muitos sorrisos nos rostinhos delas”, disse.