Emater atualiza extrativistas sobre manejo de açaizais no município de Afuá, no Marajó
Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater) tem parceria da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)
Neste mês de outubro, com orientação intensiva do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) em Afuá, no Marajó, 20 extrativistas de açaí da várzea do rio Aningal atualizaram seus conhecimentos sobre manejo, a partir de repertório tecnológico desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), para reduzir o impacto socioambiental.
Entre as informações reforçadas pelos especialistas da Emater para os moradores da comunidade Rio Aningal, todos integrantes da Cooperativa Agroextrativista de Afuá (Coop Brasil), foi recomendado a importância da manutenção de espécies nativas variadas junto ao açaí, a exemplo do ingazeiro e da virola, estratégia que ajuda a proteger a saúde do solo. Recém-criada com o apoio da Emater, a Coop Brasil está concluindo seu processo de formalização enquanto cooperativa.
“É preciso compatibilizar a floresta com o açaí, até porque ‘manejar’ não significa desmatar e muito menos monocultivo de açaí. É preciso proteger os produtos da floresta como um contexto. Existe todo um embasamento de espécies conviventes. São essas táticas, por exemplo, que garantem enfrentamento sustentável de verões e de entressafras mais severas, como as dos últimos anos”, explica o chefe do escritório local da Emater em Afuá, Alfredo Rosas, engenheiro agrônomo, especialista em Manejo Ambiental de Solos.
Manejados de forma correta, os açaizais chegam a produzir até 50% mais depois de um período de estabilização, que dura em média quatro anos, de acordo com a expertise da equipe da Emater. Outra meta do atendimento da Emater na região é expandir em ritmo paulatino a média de área manejada por família: atualmente de um hectare e meio para quatro hectares.
“Visamos a uma produtividade o ano inteiro não só pela comercialização, com geração de trabalho e renda, mas também para assegurar o que aqui se chama de “a questão do bebe”, que é o “de beber”, a subsistência, o açaí todo dia na mesa das famílias extrativistas, a fim de segurança alimentar e nutricional”, indica Rosas.
Para o presidente da Coop Brasil, Janilson Pureza, a parceria da Emater tem sido fundamental ao desenvolvimento da organização social, além de um caminho de superação de obstáculos: “Podemos dizer que a Emater tem sido nosso carro-chefe. O trabalho de assistência, de capacitação, trazendo conhecimento sobre manejo, qualidade dos frutos, comercialização, é muito importante para o nosso crescimento e para que nos aproximemos dos órgãos públicos e para que nossos produtos se aproximem do mercado. Acreditamos que esta parceria só vai somar muito mais e nos encorajar”, aponta a Liderança.
Texto de Aline Miranda