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Príncipe do Japão vem ao Pará celebrar Tratado de Amizade com o Brasil

Por Redação - Agência PA (SECOM)
04/11/2015 10h54

As comemorações pelos 120 anos de amizade, cooperação e integração cultural entre Brasil e Japão, no país, também contemplaram a capital paraense. O príncipe japonês Akishino e sua esposa, a princesa Kiko, chegaram a Belém na tarde desta terça-feira, 3, e a noite foram recebidos pelo governador do Estado, Simão Jatene, e a primeira-dama, Ana Jatene. A cerimônia foi realizada no Palácio Lauro Sodré, onde funciona o Museu do Estado, e contou com a presença do prefeito do município, Zenaldo Coutinho, autoridades e representantes da comunidade japonesa.

Durante a recepção, o governador destacou a coragem da comunidade oriental em terras estrangeiras. "Nos encontramos hoje relembrando o passado, com a consciência dos desafios e oportunidades do presente, mas sobretudo olhando para o futuro. Foi assim que os japoneses se lançaram ao mar, em 18 de junho de 1908, a bordo do vapor Kasato Maru, tendo o Brasil como destino e esperança. É, com o olhar firme para a frente, que vamos honrar nossos antepassados. E, nesse sentido, vejo que mais do que celebrar o Tratado de Amizade em si, ou ainda os 120 anos que já se passaram, estamos celebrando a coragem e a ousadia. A ousadia daqueles que, muito antes das tecnologias que dispomos hoje, apostaram numa sociedade global", afirmou Simão Jatene.

O casal chegou ao palácio acompanhado de sua comitiva e foi recepcionado pela guarda e banda da Polícia Militar, além dos alunos do projeto Escola da Vida, do Corpo de Bombeiros e Pro Paz. O príncipe e a princesa também participaram de um momento reservado com o governador e autoridades. Em seguida, participaram de um jantar, que trouxe um cardápio baseado na culinária regional servido de forma sofisticada.Em destaque, filhote, pato e caranguejo, e frutas regionais, como o cupuaçu, bacuri e manga. Ao final da recepção assistiram a uma apresentação de carimbó.

O filho mais novo do imperador Akihito é o segundo na linha de sucessão do trono japonês. Ele chegou ao Brasil no dia 28 de outubro para uma visita de 11 dias por dez cidades. Em Belém, única cidade do Norte a ser visitada, a família imperial também se reuniu com representantes nikkeis da Amazônia, lideranças e políticos e conheceu a história dos pioneiros no Estado. Em um breve discurso, Akishino falou sobre a felicidade de estar de volta ao Brasil e ao Pará.

"Tenho muita satisfação em estar de volta e dessa vez com minha esposa. Quando estive aqui, visitei o Museu Emílio Goeldi e pude conhecer muitas espécies de peixes e a cultura indígena, coisas que sempre tive curiosidade de saber mais", disse o príncipe.

Akishino também destacou as potencialidades econômicas do Estado, desde a chegada dos primeiros imigrantes. "Quando eles chegaram em Tomé-Açu, começaram com o cultivo de pimenta-do-reino, que já foi chamada de diamante negro por ter um grande peso na economia do Pará, naquela época. Apesar da diminuição do cultivo, fui informado que ultimamente a comunidade nipo-brasileira já está utilizando uma nova forma de plantio, baseado no sistema agroflorestal e a expectativa é que dê muito certo. Hoje os produtos derivados do açaí e do cacau, plantados nesses sistema já começaram a circular no mercado japonês. E isso aproxima ainda mais o Pará dos japoneses", acrescentou o príncipe.

Formado em Zoologia pela Universidade de Oxford (Inglaterra), com especialidade em peixes e aves, o príncipe terá a oportunidade de conhecer um pouco mais da biodiversidade local. Nesta quarta-feira, 4, Akishino e Kiko visitam alguns pontos turísticos da cidade, como o Ver-o-Peso, maior feira ao ar livre da América Latina. A programação também inclui um passeio pela baía do Guajará e visita ao Museu Paraense Emílio Goeldi.

"Certamente, as possibilidades de novas e produtivas parcerias são imensas. Como biólogo, Sua Alteza certamente se interessa pelo tema, pela nossa biodiversidade e seu potencial, assim como por novas práticas que trabalhem no rumo de um mundo mais sustentável. Só isso será capaz de consolidar, mundo afora, uma outra visão da nossa região, da nossa Amazônia e do Pará: nem celeiro do mundo, nem almoxarifado, tampouco inferno verde ou santuário. Mas, sim, uma terra rica e de gente de valor, que tem a missão de prestar serviços ambientais em escala planetária, porém garantindo base de vida digna para os mais de 23 milhões de brasileiros – e gerações de imigrantes – que aqui vivem", finalizou o governador Simão Jatene.

A última vez que Akishino esteve no Brasil foi em 1988 para assistir à cerimônia do 80º aniversário da chegada ao país do navio Kasato Maru, que trouxe os primeiros imigrantes japoneses. Já a princesa desembarca na Amazônia pela primeira vez. A comunidade nikkei do Brasil constitui o maior núcleo de população japonesa fora do Japão com mais de 1,5 milhão de pessoas.

A presença dos japoneses no Pará completa 86 anos em 2015. Atualmente o Estado tem uma das maiores colônias do país, grande parte localizada na região nordeste. Os primeiros imigrantes desembarcaram no porto de Belém, em 1929. Eram 43 famílias, totalizando 189 pessoas. Eles seguiram para Tomé-Açu, onde começaram a cultivar a pimenta-do-reino e hoje, a fruticultura. Passados mais de oito décadas, em sua quinta geração de nipônicos, seus descendentes são parte integrante do povo brasileiro incorporando seus traços culturais com o espírito criativo, empreendedor e trabalhador do povo paraense.

Visitas – A visita do casal real marca as comemorações pelos 120 anos de relações entre Brasil e Japão. Akishino e Kiko desembarcaram primeiramente em São Paulo, no dia 28 de outubro, e participaram de encontros com a comunidade japonesa e autoridades locais. No dia 30 foram para Curitiba (PR) e no dia seguinte para Londrina, Rolândia e Maringá. No dia 1º de novembro, com a agenda livre, aproveitaram para conhecer o Pantanal. Já no dia 2, visitaram museus e conheceram mais sobre o Estado do Mato Grosso do Sul. Após visitarem Belém, ainda nesta quarta-feira, 4, seguem para Brasília, onde será realizada a cerimônia oficial dos 120 Anos do Tratado de Amizade, Comércio e Navegação Brasil-Japão, na quinta-feira, 5. Na capital federal, também estão previstos encontros com políticos nikkeis e uma recepção na residência oficial do embaixador do Japão no Brasil, Kunio Umeda.

Na sexta-feira, 6, a família deve ser recebida pela presidente Dilma Rousseff e participa de um almoço oferecido pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Durante o final de semana, 7 e 8, a agenda será no Rio de Janeiro, com visitas ao Jardim Botânico, Museu de História Nacional e ao Corcovado; além de encontros com a comunidade local na Associação Nikkei e autoridades. Do Rio de Janeiro, Akishino e Kiko se despedem do Brasil e retornam ao Japão. 

Homenagem – Neste ano a Feira Pan-Amazônica do Livro teve como país homenageado o Japão, comemorando os 120 anos do Tratado de Amizade, Comércio e Navegação entre Brasil e Japão, além de processo imigratório, especialmente nos estados do Pará, Paraná e São Paulo. Durante 10 dias o evento contou com uma programação variada com oficinas, seminários, apresentações musicais, cerimônias e danças típicas do Japão, entre outros.

O embaixador do Japão, Kunio Umeda, esteve no Pará no mês de maio para um encontro onde foram articuladas parcerias entre o Estado e o Japão nas áreas de desenvolvimento econômico, educação e segurança, fortalecendo as colaborações já existentes. Na oportunidade, ele agradeceu pela homenagem prestada ao país na 19ª edição da Feira.