Hospital Octávio Lobo celebra 9 anos de acolhimento e tratamento humanizado de crianças e adolescentes com câncer
Com o tema “É do Hoiol, é do Pará”, aniversário da unidade reuniu usuários, acompanhantes e colaboradores, que atuam na luta contra o câncer infantojuvenil
O Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo (Hoiol, especializado no tratamento oncológico de crianças e adolescentes de 0 a 19 anos no Pará celebra 9 anos de fundação, um marco na rede pública do estado. Neste sábado, 12, Dia das Crianças, o Hospital celebra o compromisso contínuo com a saúde e o cuidado humanizado. Durante toda a Semana da Criança, ensaios fotográficos, brincadeiras, passeios, entrega de brinquedos e programação cultural fizeram a alegria de usuários assistidos na unidade, referência em oncologia pediátrica na região amazônica.
A celebração antecipada de quase uma década de Hoiol envolveu ainda um momento especial para os paraenses, a passagem da primeira romaria oficial do Círio de Nazaré 2024, a procissão do Traslado para Ananindeua e Marituba, ocorrido na última sexta-feira (11). O espaço lateral da unidade (situada na travessa 14 de Abril, esquina com a avenida Magalhães Barata, bairro de São Brás, em Belém) acomodou colaboradores, prestadores de serviços, voluntários, usuários e familiares, que renovaram a fé e a esperança junto à padroeira dos paraenses. Após o reencontro com a imagem peregrina, todos seguiram para a brinquedoteca do 5º andar, onde ocorreu o evento comemorativo ao aniversário da instituição.
A diretora-geral do Hoiol, Sara Castro agradeceu o empenho de colaboradores e voluntários na realização de todas as atividades programadas e destacou a importância das parcerias para ações que reforçam o apoio emocional e conforto aos pacientes internados, que, por sua vez, veem suas rotinas alteradas por atividades e visitas focadas na promoção de bem-estar.
“Agradeço imensamente a nossa equipe e a todos voluntários. Estou muito feliz pelos laços criados e por tudo o que foi e é construído nesta unidade, referência no tratamento oncológico de crianças e adolescentes na região. Como gestão, sempre pensamos em avanços, qualidade, segurança e na importância do cuidado humanizado. E isso só é possível com a união de um time de profissionais altamente capacitados e dedicados. A música, brincadeira, animação, alegria nos corredores e as programações que realizamos neste hospital trazem leveza a um trabalho desenvolvido por todos com muita seriedade e compromisso com a saúde e bem-estar dos nossos usuários”, discursou Sara.
Participaram ainda da celebração o diretor administrativo, André Bordallo; o diretor operacional, Alan Franco; a diretora assistencial, Alnilan Urel; e a diretora técnica Alayde Vieira, que também discursou aos presentes. “O Hoiol surgiu da necessidade de um lugar para abraçar a oncologia pediátrica e aqui estamos, em um prédio com profissionais que saem de suas casas para cuidar do amor de alguém. Agradecemos a todos que trazem alegria, esperança e força para as crianças e pais, que estão em uma jornada dolorosa contra o câncer. Quando um paciente se torna um anjinho, o nosso coração se entristece, mas, quando outro toca o sino, celebrando a cura, nos enchemos de ânimo para continuar dando o nosso melhor para que cresçam, se tornem grandes pessoas e façam a diferença no mundo”, afirmou Alayde.
*Identidade cultural -* O regionalismo presente na programação ficou ainda mais evidente com as atrações musicais: Banda Halley, que reviveu as marcantes do brega, tecnobrega e tecnomelody; e o grupo Bendito Carimbó, que convidou dançarinas voluntárias para interagirem com as crianças enquanto tocavam clássicos do ritmo. “Agradecemos a Deus pelo dom da vida e pela oportunidade de nos reunir com as crianças em um momento lindo. É algo inesquecível”, disse a vocalista da Banda Halley, Milena Sousa.
Já o arte-educador Cássio dos Santos aproveitou o momento para palestrar às crianças a origem do tambor, instrumento musical presente nas rodas de carimbó. Após o parabéns, a lembrança entregue pela instituição não poderia ser mais paraense, açaí gelado, oferecido em garrafinhas personalizadas.
Em meio a tantas referências do Círio, do artesanato, da música, da dança, das festas populares, e dos saberes e fazeres amazônicos, gratidão à existência de uma instituição que atua no tratamento oncológico humanizado. “Eu sou muito grata ao acolhimento e dedicação de toda equipe do hospital, desde a recepção até a equipe médica, que sempre foi muito atenciosa durante esses seis anos de tratamento da minha filha. A Deus seja dada toda honra e toda glória por nos acompanhar e nos entregar a essa equipe grandiosa, que colaborou e colabora com o tratamento da Rebeca, luz nas nossas vidas”, afirmou a empresária Révelly Sousa, mãe de Rebeca Sousa, 9 anos.
“Há 3 anos e 8 meses viemos a Belém para iniciar o tratamento oncológico do meu filho, Wanderley, foi quando conheci o hospital. Desde então, o Oncológico Infantil me marcou, pois aqui fomos acolhidos por ótimos profissionais. Só tenho a agradecer por tudo até aqui”, afirmou a altamirense Sandrielly Couto, 29 anos, que acompanha o único filho Wanderley Couto, de 6 anos, na luta contra o câncer.
*Programação -* Na Semana da Criança, os pacientes do Hospital Octávio Lobo participaram de ensaios fotográficos temáticos feitos na unidade de saúde e em estúdio profissional. Além de receberem álbuns com os melhores registros, as crianças foram presenteadas com brinquedos e ida ao Pix Parque, espaço parceiro cedido pelo voluntariado. Os usuários também receberam a visita e foram presenteados por diversos grupos, como o “Sorriso Aberto”, formado por membros da igreja Angelim, que se apresentou neste sábado (12), na brinquedoteca do segundo andar para os pacientes hospitalizados.
*Serviço -* credenciado como Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon), o Hoiol é referência na região amazônica no diagnóstico e tratamento especializado do câncer infantojuvenil. A unidade é gerenciada pelo Instituto Diretrizes, sob o contrato de gestão com a Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa), e atende pacientes oriundos dos 144 municípios paraenses e estados vizinhos.
Além de tratar pacientes com câncer, o Hoiol assiste crianças e adolescentes com tumores benignos, o que garante o acesso mais célere desses usuários às intervenções terapêuticas necessárias para o tratamento especializado. O hospital dispõe de 89 leitos de internação, sendo 10 voltados à Unidade de Terapia Intensiva. Mais de 500 colaboradores atuam na instituição que leva o nome do médico belenense Octávio Augusto Pereira Lobo (1920-1994), responsável por trazer à capital paraense o primeiro equipamento de radioterapia, entre outras tecnologias médicas.
Texto: Ellyson Ramos - Ascom Hoiol