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Arraial do Pavulagem promove 'Arrastão do Círio' em homenagem a nossa senhora de Nazaré

A 22ª edição do Arrastão do Círio é a primeira que acontece após o reconhecimento do Arraial do Pavulagem como Manifestação da Cultura Nacional

Por Lorena Saraiva (SECULT)
12/10/2024 13h55

O "Arrastão do Círio", do Arraial do Pavulagem, levou uma multidão em cortejo pelo centro histórico de Belém, para a celebração da cultura popular e da fé paraense. A festividade conta com apoio institucional do Governo do Pará, Secretaria de Estado de Cultura, Programa SEMEAR, Fundação Cultural do Pará, e da Prefeitura de Belém. 

A criação e produção é do Instituto Arraial do Pavulagem, patrocínio da Equatorial Pará e Natura, parceria com do Point do Açaí e Ferry Boat Amazonas.

A 22ª edição do Arrastão do Círio é a primeira que acontece após o reconhecimento do Arraial do Pavulagem como Manifestação da Cultura Nacional. Em 2004, o Arrastão do Círio foi reconhecido como Bem Cultural associado ao Círio de Nazaré, que é Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, ou seja, o Arrastão do Círio é Patrimônio Cultural e Imaterial do Pará. 

A programação iniciou às 6h, com a Alvorada, no Boulevard da Gastronomia, em frente ao Instituto Arraial do Pavulagem, com música ao vivo de Ronaldo Silva e Allan Carvalho e banho de cheiro. O cortejo começou por volta das 11h, após a chegada do Círio Fluvial. 

"A importância da nossa homenagem à Nossa Senhora de Nazaré é a forma que a gente encontrou de fazer uma construção coletiva. O cortejo da rainha das águas, é um processo também educativo, de inclusão, de repasse de saberes, de fazeres. Então, o resultado dela é um resultado que traz os ritmos da floresta, que tem contribuição de comunidades quilombolas, de comunidades indígenas, essa música pulsa no nosso cortejo", diz Ronaldo Silva, um dos fundadores do Arraial do Pavulagem. 

O Batalhão da Estrela, o grupo que movimenta o cortejo com dança, cores e música, contou com cerca de 700 brincantes, que começou a preparação um mês antes da festa. 

"Estou muito emocionada por fazer parte do arrastão do Círio, quero agradecer também a todas as pessoas que participam, que são uma família, o Pavulagem. Eu tive um percalço, um acidente, mas estou saindo amparada pela amizade que conquistei aqui", conta Sandra Barra, de 67 anos, que participou pela primeira vez do arrastão. 

Diferente dos arrastões do mês de junho, alguns ritmos e elementos só aparecem no Arrastão do Círio. Os tradicionais ritmos da Mazurca, Retumbão, Samba de Cacete e Rojão são inclusos nesta celebração; além disso,  no lugar do Boi Pavulagem, o brinquedo protagonista é a Barca de Miriti (uma referência ao Círio Fluvial e à Rainha das Águas).

Neste ano, o Batalhão da Estrela também realizou uma apresentação cênica, a ‘Ode à Amazônia’, que consistiu em uma homenagem à Rainha da Amazônia e um chamado à preservação da floresta. A encenação ocorreu durante a concentração, antes da saída do cortejo. A mensagem foi de conexão com as ancestralidades indígenas e quilombolas, e celebração a riqueza cultural da Amazônia. 


Texto: Juliana Amaral, Ascom Secult, com informações do Instituto Arraial do Pavulagem