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CIIR proporciona inclusão religiosa aos seus reabilitandos como suporte no acompanhamento

A instituição dar oportunidade àqueles que não têm condições de ter acesso nesses períodos de multidão, a serem mais participativos no Círio com segurança e, trabalhar a interação social, principalmente, ao TEA

Por Pallmer Barros (CIIR)
12/10/2024 11h30

Pelo segundo ano consecutivo, o Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), em Belém, oportunizou às Pessoas com Deficiência (PcD) assistidas e seus acompanhantes, serem mergulhados em uma das procissões do Círio de Nazaré, que neste sábado, 12, em sua orla, situada às margens da Baía do Guajará, promoveu evento religioso inclusivo no trajeto hidroviário do "Círio Fluvial". 

Com um número expressivo de público em procissão, romarias e trasladação, que fazem parte da programação oficial da maior festa religiosa do norte do Brasil, o CIIR, por intermédio do Grupo de Trabalho de Humanização (GTH), promoveu às PcD participação neste momento único de fé e devoção à padroeira dos paraenses em um local seguro e acessível, e integra o acompanhamento terapêutico que os acolhe diariamente proporcionando atendimento em saúde pública centrado na pessoa.

“A importância de realizar esse evento é incluir os nossos usuários e seus familiares em um momento religioso, em um ambiente que eles possam ficar à vontade, ter acesso com uma certa proteção, com um controle de ruído, por exemplo, às pessoas com o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA)”, pontua a diretora Assistencial do CIIR, Maria do Carmo Freitas.

Para ela, além de ser um momento que complementa as atividades do plano terapêutico, é importante "a instituição dar oportunidade àqueles que não têm condições de ter acesso nesses períodos de multidão. A acessibilidade é oportunizá-los a serem mais participativos no Círio de uma forma segura e, ter interação social, principalmente, ao TEA".

Diagnosticada com Mielomeningocele, a pequena devota de nossa senhora de Nazaré e usuária do CIIR, Maria Caetano, de 6 anos, participou do evento religioso bem entusiasmada. A mãe, Márcia Caetano, de 44 anos, destaca que a filha adora a época do Círio, mas a felicidade não é completa porque não consegue acompanhar as romarias e as procissões por conta de sua condição clínica. 

"Como ela é usuária de cadeira de rodas, fica impossível levá-la às romarias e à procissão pelo fato da multidão. Fiquei feliz, ano passado, que o governador Helder Barbalho implementou a ‘Romaria da Acessibilidade’ em parceria com a diretoria de Nazaré; neste dia, ela finalmente participou de uma romaria como devota. E o CIIR, realiza esse evento durante o Círio Fluvial. Hoje, vejo inclusão à minha filha no Círio, algo que, antes, não tinha oportunidades", celebra a genitora. 

Miniromaria - Quem esteve em atendimento nesta última sexta-feira, 11, no Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), e no Centro Especializado em Transtorno do Espectro Autista (Cetea), unidade que integra o Complexo de Reabilitação, em Belém, foi participativo na “Miniromaria do CIIR”, que estreitou ainda mais a gratidão, fé e devoção entre os reabilitandos, acompanhantes e profissionais, ao Círio de Nazaré.

A caminhada de fé, organizada pelo Grupo de Trabalho de Humanização (GTH), a “Miniromaria” conduziu a berlinda (que foi confeccionada pelos profissionais da instituição) junto à imagem de nossa Senhora de Nazaré por todo o ambiente do Centro de Reabilitação.  

A diretora Executiva do CIIR, Rejane Xavier, destaca que, a instituição é um centro de inclusão que respeita todos os credos. Ela também enfatiza a criatividade dos profissionais ao confeccionarem o altar, a berlinda e a adaptação da corda dos romeiros. "Foi um momento muito especial de fé e amor ao próximo. Isso é acolhimento. Isso é humanização. Afinal, a fé reside no respeito às diferenças. Um feliz Círio para todos os devotos da padroeira dos paraenses".

O evento de humanização e acolhimento espiritual, acompanhado de cânticos, contou com a participação de aproximadamente 50 pessoas em uma só fé. Entre as devotas estava Airles Lopes, de 38 anos, que ao chegar no Centro para atendimento de sua filha, a usuária, Isabely Silva, de 7 anos, ficou emocionada em ver a celebração católica. 

"Pela reabilitação da minha filha, sempre peço à ‘santinha’. Já recebi milagres e eu creio que vamos vencer essa luta. Desde quando ela sofreu um acidente, quebrou a tíbia, as nossas vidas mudaram. Fico até emocionada em falar sempre neste assunto, porque eu supero as dificuldades junto a Isabely, com a nossa Senhora ao lado. Moramos no município de Tailândia, logo, é difícil participarmos da programação oficial do Círio, mas, de uma forma bem inclusiva, o CIIR nos aproximou deste momento de fé e de agradecimentos".   

No CIIR, a “Miniromaria” foi finalizada no Auditório, onde foi montado um altar em homenagem à nossa Senhora de Nazaré, que tem como tema este ano: “Perseverar na oração com Maria, Mãe de Jesus”, em alusão ao Ano da Oração convocado pelo Papa Francisco, como forma de preparação para o grande Jubileu da Igreja Católica, em 2025.

Estrutura - O Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação é referência no Pará na assistência de média e alta complexidade às Pessoas com Deficiência (PcDs) visual, física, auditiva e intelectual. Os usuários podem ter acesso aos serviços do Centro por meio de encaminhamento das Unidades Básicas de Saúde (UBS), acolhidos pela Central de Regulação de cada município, que por sua vez encaminha à Regulação Estadual. O pedido será analisado conforme o perfil do usuário pelo Sistema de Regulação Estadual (SER).  

Serviço: O CIIR é um órgão do Governo do Pará, administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). O Centro funciona na Rodovia Arthur Bernardes, n° 1.000, em Belém. Mais informações: (91) 4042-2157/58/59.