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Vice-governador participa de debate sobre problemas na telefonia móvel

Por Redação - Agência PA (SECOM)
04/11/2015 18h03

Falhas em chamadas ou conexões, ausência de sinal e até a interrupção do serviço por um ou mais dias. A dura rotina dos usuários de telefonia móvel nos Estados da Amazônia, principalmente os que vivem longe dos grandes centros urbanos, foi discutida nesta quarta-feira (4) em audiência pública na Câmara dos Deputados.

Convocada pela presidente da Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia, deputada federal Júlia Marinho (PSC-PA), a audiência teve a participação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), dos representantes das quatro maiores operadoras de telefonia móvel do Brasil (Claro, Oi, Tim e Vivo) e de deputados federais da região amazônica. O vice-governador Zequinha Marinho também participou dos debates.

Por que os serviços prestados pelas operadoras são tão deficientes? Quando as localidades mais distantes dos grandes centros urbanos ou capitais serão interligadas? Essas foram as principais perguntas feitas pelos deputados aos representantes da Anatel e das operadoras, que não deram boas notícias aos parlamentares.

Investir em melhorias na telefonia na Amazônia é caro e requer a transposição de dificuldades geográficas enormes. Essa foi a síntese das respostas dos representantes das operadoras. Segundo o diretor de Relações Institucionais da Vivo, Enylson Camolesi, a região amazônica tem peculiaridades geográficas que dificultam a expansão da rede para que todas as comunidades sejam atendidas e, mesmo assim, tenham um serviço de qualidade.

Municípios distantes, separados por muitas horas de viagem de barco ou avião, falta de locais para a instalação de torres e antenas e até o roubo de cabos de telecomunicações foram alguns motivos relacionados por Enylson Camolesi para a implantação de uma rede de telefonia móvel que atenda as exigências da comunidade. “Podemos fazer, mas sem a ajuda do poder público e mesmo com a ajuda dele, será difícil”, completou.

Outro problema apontado pelos diretores foi a alta carga tributária brasileira. O diretor de Relações Institucionais da Tim, Leandro Guerra, disse que a grande quantidade de impostos e as altas alíquotas de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) cobradas pelos governos estaduais inviabilizam que as empresas tenham recursos para investir em mais tecnologia. Cada usuário de telefonia móvel no Brasil, hoje, rende para as operadores em torno de R$ 17, disse Guerra. Com os impostos, essa lucratividade, por usuário, cairia para R$ 11.

Diretor da Oi, Marcos Mesquita elogiou o Governo do Pará pela busca de soluções para os problemas de telefonia no Estado. De todos os Estados da Amazônia, o Pará é o que mais tem procurado conversar para encontrar alternativas para resolver os problemas, disse ele.

Zequinha Marinho falou sobre os esforços do governo nesse sentido. Segundo o vice-governador, o governo trabalha hoje em dois focos distintos: a melhoria da qualidade do sinal telefônico e do atendimento nas áreas rurais. Para isso, vem cobrando das operadoras melhor sinal com a aquisição de equipamentos. “Temos hoje equipamentos mais baratos já existentes no mercado, que podem ser adquiridos pelas operadoras, melhorando o sinal já existente e implantando o serviço em localidades distantes”, disse.

Outras alternativas apontadas pelo vice-governador e que já estão sendo analisadas pelo governo do Estado são incentivos fiscais às operadoras e uma parceria público-privada, já adotada em outros Estados e que pode ser adequada à realidade paraense. “A comunicação, hoje, é um dos pilares da infraestrutura para o desenvolvimento de uma comunidade, grande ou pequena. Você muda a vida das pessoas para melhor”, concluiu.