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LEGADO DA COP 30

Contagem regressiva: a 400 dias da COP30, obras executadas pelo Estado avançam no Pará

São cerca de 30 ações executadas pelo governo estadual em curso e que tem o objetivo de não só preparar Belém para a Conferência Climática da ONU, mas também deixar um legado de desenvolvimento e novas oportunidades a todos os paraenses

Por Ingo Müller (SECOM)
05/10/2024 08h00

O Estado do Pará, principalmente a capital, está em contagem regressiva para o maior e mais importante evento sobre o clima do mundo, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30), marcada para acontecer em novembro de 2025, em Belém.

A 400 dias do evento que acontece entre os dias 10 e 21 de novembro do próximo ano, a capital paraense é um verdadeiro canteiro de obras. São cerca de 30 ações executadas pelo Governo do Pará que estão sendo feitas com recursos do tesouro direto do estado, BNDES e Itaipu Binacional. Essas obras tem o objetivo de não só preparar Belém para a Conferência Climática da ONU, mas também deixar um legado de desenvolvimento e novas oportunidades a todos os paraenses.

“O Pará está se preparando para a COP através da construção de obras estruturantes que, além de atender a todas as orientações da ONU para a realização do evento, também transformam a vida do paraense e contribuem para o de desenvolvimento da região. Nós acreditamos que a COP deixa o estado do Pará em evidência, e que após a conferência climática a procura do nosso estado como destino turístico irá aumentar”, disse a vice-governadora e presidente do comitê estadual para a COP 30, Hana Ghassan.

Turismo garante novas oportunidades

Com o Pará e Belém ganhando visibilidade internacional, a COP se apresenta aos paraenses como uma possibilidade de desenvolvimento do turismo, o evento que vai transformar a atividade em uma nova vocação econômica para o estado: a construção de novos equipamentos de lazer, como os parques e o Porto Futuro II que irão somar às atrações, encantos e sabores de Belém – tudo isso irá contribuir para tornar a cidade mais cativante para os visitantes, transformando a capital na porta de entrada para a região Amazônica.

Para atender a demanda projetada para a COP e ao fluxo de turistas esperado após o evento o governo estadual articulou a ampliação da oferta de vagas através da construção de novos hotéis e acordos com plataformas de hospedagem, além de garantir a liberação de recursos através do Banpará, permitindo que proprietários de hotéis, pousadas e motéis pudessem modernizar suas instalações.

Além disso, o Estado firmou também parcerias com a iniciativa privada para qualificar a mão de obra paraense de forma gratuita por meio do programa “Capacita COP30”, que instrui 22 mil trabalhadores de áreas ligadas ao turismo para garantir uma melhor experiência aos visitantes que desejam conhecer o estado, ao mesmo tempo em que abre novas possibilidades de emprego e renda para a população.

“O Governo do Pará entende que o turismo é um grande gerador de emprego e renda, e quer aproveitar esta visibilidade da COP para consolidar o estado como um dos destinos mais procurados do Brasil. Isso já está acontecendo: cada vez mais esses investimentos que visam não apenas a realização da COP30 ano que vem, mas sim deixar um legado para o estado, permite o desenvolvimento desta atividade como uma alternativa econômica que gera emprego e renda no estado do Pará”, afirma a vice-governadora Hana Ghassan.

Novo terminal de cruzeiros atende demanda internacional

A dragagem do porto de Belém e a construção do novo Terminal Internacional de Cruzeiros permitirão que navios transatlânticos sejam utilizados como hotéis flutuantes no período da COP30, criando aproximadamente 5 mil leitos para a conferência. Após a COP, estes investimentos vão consolidar o Pará como um destino internacional para este tipo de turismo, confirmando uma tendência de crescimento.

Durante a temporada 2023/2024 o Pará voltou a figurar entre as rotas mais procuradas pelos transatlânticos, recebendo cruzeiros internacionais com maior frequência: em 2024, 15 mil cruzeiristas circularam na capital Belém, em Alter do Chão e Santarém, no oeste do estado, superando o ano de 2019, anterior à pandemia. Os dados são do instituto de consultoria Oxford Economics e foram divulgados pela Secretaria de Estado de Turismo.

Para o titular da Setur, Eduardo Costa, a tendência é que esse número aumente expressivamente, às proximidades da Conferência do Clima e com as obras do pacote COP-30, como o novo Terminal Hidroviário de Cruzeiros.

"Com investimentos do Governo do Estado em infraestrutura turística é o nosso grande momento de crescer mais, de atrair mais turistas, uma oportunidade ímpar para elevar a reputação do Pará como um destino turístico de excelência, enraizado em sua rica biodiversidade, gastronomia e herança cultural. Estamos nos preparando para receber mais visitantes, criando espaço adequado para receber navios de cruzeiros e ofertar mais qualidade e conforto no embarque e desembarque, além de mais segurança nas atracações. A priori, o Terminal será destinado aos navios que servirão de hospedagem para a COP, mas ficará como mais uma porta de entrada para a capital paraense recebendo outros transatlânticos", ressaltou o secretário.

Desenvolvimento urbano

Como uma das principais obras do Governo do Estado para a COP 30, o Parque da Cidade, um projeto coordenado pela Secretaria de Cultura do Pará (Secult) entrega a Belém, um novo equipamento turístico em uma área de 500.000 metros quadrados onde antigamente operava o Aeroclube de Belém. Durante a Conferência do Clima, o parque vai funcionar como uma “zona azul” por onde deverão transitar os líderes mundiais que participam da conferência.
“As obras da primeira etapa do Parque da Cidade estão com o cronograma adiantado, operando em ritmo acelerado. Já estamos com 66% da execução para a Fase COP realizada, o que nos deixa ainda mais confiantes diante do compromisso de entregar equipamento tão estratégico para o desenvolvimento da economia criativa e do turismo em Belém. Até agora já temos quadras poliesportivas instaladas, parte da estrutura do sistema elétrico, do projeto de paisagismo com o plantio de mais de 650 árvores de médio e grande porte, estacionamento, uma parte estrutural da escola de economia criativa”, explica a secretária de cultura Úrsula Vidal.

Após a realização da COP30, o Parque da Cidade será entregue para uso da população com um museu da aeronáutica, um centro de economia criativa, boulevard gastronômico, ciclotrilha e ecotrilha, áreas verdes preservadas, lago artificial e instalações esportivas voltadas para a promoção da qualidade de vida, lazer, cultura, arte e bem-estar.

“Muito além da finalidade de ser parte da infraestrutura para recepcionar a COP30, o Parque da Cidade será um equipamento público onde nossa população terá acesso a lazer, esporte, cultura, gastronomia, entre outros saberes e fazeres amazônicos que representam a potência da nossa gente. Trata-se de um projeto completo que reforça o nosso compromisso com o bem-estar da população e com a estrutura que a capital paraense merece, em um espaço moderno e sustentável”, conclui Úrsula Vidal.

Investimentos em infraestrutura, saneamento e mobilidade

Além da atenção dada ao turismo e desenvolvimento urbano, o governo estadual aproveita a realização da COP 30 como uma oportunidade para melhorar a infraestrutura da cidade, investindo em obras de saneamento e mobilidade urbana.

Os investimentos em saneamento somam aproximadamente R$ 1 bilhão e tem como finalidade minimizar os alagamentos que atingem diversas partes da capital paraense. Para isto o Governo do Pará realiza a macrodrenagem das bacias do Tucunduba e Murucutu, que envolve trabalhos em 15 canais da grande Belém.

Junto à drenagem, também chega o asfalto. O Estado já entregou 23 vias asfaltadas em diversos bairros de Belém – são mais de 6 quilômetros de ruas pavimentadas – um trabalho que garante dignidade, saúde, valoriza os imóveis e traz desenvolvimento para bairros periféricos da capital.

Outro trabalho importante é a construção de alternativas para desafogar o trânsito, melhorando a mobilidade urbana para garantir fluidez do trânsito durante a COP e também após o evento da ONU: a construção de dois viadutos no município de Ananindeua, na Região Metropolitana, viabiliza alternativas para motoristas que trafegam entre a BR-316 e Belém, e a ampliação da Rua da Marinha, no bairro da Marambaia, em Belém.

"Essa obra é muito importante por estar dentro do que a gente chama de 'Complexo Viário do Mangueirão', compondo uma série de serviços que estão sendo executados pelo Governo do Pará naquela região para aliviar os problemas de mobilidade. No caso da Nova Rua da Marinha, são 3,5 quilômetros de prolongamento, seis faixas de trânsito, canteiro central, abrigos de ônibus, detalhes como cestos de lixos, totens interativos, travessia iluminada para os pedestres, equipamentos modernos”, disse o Secretário Ruy Cabral, da Secretaria de Obras Públicas (SEOP).

Para Cabral, os investimentos em mobilidade trarão economia de tempo e agilidade para quem trafega pela capital paraense. “Essa iniciativa do Estado dentro do contexto da COP 30 na nossa capital vai facilitar o acesso para vários bairros, diminuindo o tempo de transporte, evitando a dificuldade que são os congestionamentos e engarrafamentos que temos, por exemplo, no cruzamento da Avenida Augusto Montenegro, com a Avenida Almirante Barroso. Diminuir o tempo de transporte em uma cidade como Belém, que hoje sofre com os problemas de mobilidade, é algo extraordinário. Queremos, também, atender a população daquela área, que tanto precisa de mais infraestrutura urbana", conclui o secretário.

Exemplo para o mundo

Mas os investimentos para a COP e o seu legado não se restringem a obras estruturantes. Mesmo antes de Belém ser anunciada como sede da conferência climática, o Pará já tinha uma agenda ambiental, com foco no combate a crimes contra a natureza e redução da emissão de gases causadores do efeito estufa, ao mesmo tempo em que apresentava soluções de economia verde como uma alternativa para o desenvolvimento do estado sem degradação ambiental.

E a atenção ao meio ambiente começa na escola, já que a educação ambiental faz parte do currículo dos colégios do estado. "Educação ambiental é hoje uma realidade transformadora nas escolas paraenses. De forma pioneira, há um pouco mais de 1 ano, criamos a Política Pública de Educação para o Meio Ambiente, Sustentabilidade e Clima. Esse ano implementamos o componente de educação ambiental, sustentabilidade e clima dentro da sala de aula. A disciplina está inserida em todas as etapas de ensino da rede pública, e isso a gente vê de maneira concreta, nas ações das escolas, onde há um envolvimento cada vez mais forte dos estudantes. Fazendo uso de uma figura de linguagem, podemos dizer que começamos plantando a semente ambiental, implementando essas políticas, e vamos reflorestar mentes no ano que vem com a realização da CYC: Conferência infantojuvenil sobre Educação, Mudança e Clima que será realizada pela secretaria de Educação em março, aqui em Belém. Será o momento de mostrar esse processo de criação e realização de ideias, da conscientização dessa juventude que é replicadora de boas práticas, hoje na comunidade escolar, nas suas família, e amanhã, mundo a fora", disse o secretário de Educação Rossieli Soares.

Como resultado deste esforço, o Pará registrou, em 2024, uma redução de 42% nos alertas de desmatamento no comparativo com o ano passado, conforme dados oficiais do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Isso representa uma redução de 1.200 km² na área desmatada, a maior redução registrada em toda a Amazônia Legal e a maior desde 2020.

O Pará também desenvolveu um plano de bioeconomia para fortalecer o socio-cooperativismo e atividades econômicas de baixa emissão de carbono, e em setembro deste ano, assinou um acordo histórico com a Coalizão LEAF para a venda de quase R$ 1 bilhão em créditos de carbono – dinheiro que será revertido em benefício das comunidades tradicionais da Amazônia, agricultores familiares e políticas de combate a emissões de carbono.

Conforme o governador do Pará, Helder Barbalho, estas iniciativas apontam um novo caminho para o estado, que ao longo de sua história, teve o uso de seus recursos marcados por uma visão predatória e que hoje serve de exemplo para países em desenvolvimento que desejam conciliar crescimento, oportunidade e preservação.

“Nosso trabalho para combater o desmatamento nos ajuda a construir uma economia próspera, sustentável e inclusiva para todos. A floresta amazônica passa a ser vista por uma nova perspectiva, um olhar que possa gerar valor, que possa gerar emprego, renda e riquezas. Esperamos que o Pará possa ser, tanto na Amazônia quanto em outros territórios, um exemplo para outros governos florestais seguirem”, afirma o chefe do Executivo estadual,  Helder Barbalho.