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Cães do NOC têm papel de destaque nas ações do Complexo Penitenciário de Santa Izabel

Núcleo de Operações com Cães atua como apoio nas ações de revista, controle e deslocamento de custodiados. Outros quatro animais estão em treinamentos para atuarem na busca, captura e detecção de entorpecentes

Por Caroline Rocha (SEAP)
03/10/2024 14h19

As atividades realizadas no Complexo Penitenciário de Santa Izabel contam com um apoio essencial durante a realização de operações de rotina, como revistas, busca e detecção de materiais ilícitos. São os cães policiais Max e Thunder, altamente treinados para atuar no ambiente carcerário. Em 2021, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) criou o Núcleo de Operações com Cães (NOC), que integra o Grupo de Ações Penitenciárias (GAP), para que utilizasse cães na área da segurança pública, fortalecendo a eficiência e a segurança das unidades prisionais.

Atualmente, o NOC está sediado no Centro de Treinamentos de Instruções Especializadas (Ciesp), localizado no Complexo Penitenciário de Santa Izabel. O coordenador do NOC, policial penal Kássio Sarmento, explicou que o Núcleo conta com dois cães adultos, “Max” e “Thunder”, ambos da raça Pastor Belga, já capacitados para atuar nas ações diárias. Outros quatro filhotes, todos da mesma raça, estão em treinamento para futuramente atuarem em ações de revistas, busca e recaptura e na detecção de materiais ilícitos.

Sarmento informa que o NOC trabalha com o efetivo de nove operadores e com seis cães, dois adultos e quatro filhotes em fase de treinamento. Mas outros 15 policiais penais já passaram pela formação como Operadores K-9 e estão habilitados a atuarem com os cães. Em média, diz ele, um cão pronto para o trabalho policial, leva em média de um ano a um ano e meio para começar a atuar junto com os policiais.

“O Núcleo de Operações com Cães hoje em dia está trabalhando com cães formados na parte de intervenção, que são os dois adultos, e os quatro filhotes que estão na adolescência e estão sendo formados. Um para busca e captura, dois para detecção de narcótico e mais um filhote para intervenção”, conta o coordenador.

Sarmento destaca que o cão atua de várias formas, dando apoio ao policial, principalmente na questão de segurança dentro do cárcere. A presença dos cães nas ações operacionais é importante, pois contribui para a intimidação, controle e dominação caso ocorra alguma eventualidade no decorrer das operações.

“É visível, o cão atuando dentro do bloco, o controle que ele consegue impor pela presença física, pelo latido. Então, dessa forma, ele consegue ajudar na atuação do policial e na segurança do policial”, garante.

“Parceiros” – Neste dia 04 de outubro é celebrado o Dia Mundial dos Animais, dia em que se celebra essa relação que se aprofundou ao longo dos séculos, que ultrapassaram o apoio na caça por alimentos, tornando-se parcerias presentes no cotidiano da sociedade. A atividade entre o policial penal e o cão policial, pela convivência cotidiana se torna uma verdadeira relação de amizade, mas também de muita confiança para ambos, revela Sarmento.

“Os cães aqui, além de trabalho policial, a gente têm todo um trabalho de ambientação, socialização, onde o policial cria um vínculo com o cão, faz aquele momento recreativo, uma brincadeira, então realmente acaba criando um vínculo com o cão, entre cão e condutor”, disse.

Mas para o policial penal Silva Junior, “trabalhar com o cão é uma vocação”. Para ele, o Operador K-9 já nasce vocacionado e determinado a exercer essa função. “É um trabalho gratificante, pois nós trabalhamos com um ser movente, onde nós conseguimos fazer uma leitura do comportamento, uma leitura dos seus sentimentos, e assim exercer o trabalho com o binômio, homem e cão. E isso é fundamental na rotina do dia a dia, e através desse trabalho a gente consegue proporcionar com excelência a segurança pública e trabalhando de forma gratificante, de forma prazerosa, pois você está trabalhando ali com seu companheiro, com seu amigo que você sabe que nunca vai lhe abandonar”, afirma o policial.

Os operadores do NOC são especializados em Cinotecnia, que é o conjunto de conhecimentos e técnicas relacionadas ao manejo, treinamento e reprodução selecionada de cães para trabalhos específicos, tanto civis como militares. A palavra cinotecnia vem do grego kyón, que significa cão, e téchni, que significa arte.

A cinotecnia policial é uma especialização que abrange aulas teóricas e práticas sobre o treinamento de cães para ações de segurança pública. Essas ações podem incluir a detecção de drogas e artefatos explosivos, rastreamento de pessoas, captura e imobilização de suspeitos.

“É o ramo na segurança pública que mais cresce em todo o Brasil. Então, dentro da Polícia Penal não poderia ser diferente. E através da nossa secretaria nós temos essa oportunidade de realizar um excelente trabalho dentro da segurança pública, mantendo a ordem e a disciplina no sistema penitenciário utilizando o cão como uma ferramenta de trabalho, um cão de auxílio policial”, resume o policial.

Treinamento e seleção - O coordenador Sarmento conta que os cães escolhidos para serem integrados ao NOC são selecionados desde que nascem. “Nos primeiros estímulos, reações e comportamentos é possível saber quais são as características e aptidões do animal, daí direcionamos e canalizamos o treinamento dele para uma área específica”.

Durante toda a fase de treinamento do animal, é priorizado o tratamento ético e adequado para que o animal se torne um cão policial. Os operadores desenvolvem um tratamento humanitário e respeitoso dos animais, mantendo um padrão elevado de bem-estar animal. Isso permite que eles desempenhem suas funções de maneira eficiente e correta.

No NOC a raça dominante é o Pastor Belga, que tem como características principais a inteligência e a rápida assimilação dos comandos por voz, além de ser um cão bastante ágil, de grande energia e de estar sempre em alerta e muito companheiro. Mas outras raças como o Pitbull e o Rottweiller também já passaram pelo Núcleo.

Thunder e Max são especializados nas ações de apoio ao GAP durante revistas nas celas e blocos. Mas Sarmento revela que os cães filhotes estão sendo treinados como cães de faro, para ações de busca e captura de foragidos, e na detecção de entorpecentes. Os dois adultos são aqueles que realizam as atividades internas nas unidades. Já os cães de busca e captura de pessoas são utilizados na procura por fugitivos, quando é apresentado ao cão o odor da pessoa que se evadiu, e o animal auxilia fazendo o seu rastro até encontrar e capturar a pessoa foragida.

Eles também passam por toda uma preparação de habituação com o ambiente carcerário para atuarem na segurança da equipe policial em situações de motins, crises ou rebeliões. Eles também são utilizados durante a condução de custodiados das celas para os solários quando são realizadas as revistas nos blocos carcerários.

“Hoje em dia eles estão trabalhando na parte de intervenção. Estamos trabalhando dois cães na parte de narcóticos e um na parte de busca e recaptura. A ferramenta que mais auxilia dentro do sistema prisional são os cães de intervenção policial. Eles atuam junto com os policiais ajudando na presença física e no controle da movimentação dos blocos”, concluiu Sarmento.

Texto: Márcio Sousa / NCS Seap Pará