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Oficina de culinária estimula autonomia de autistas no Natea da Policlínica Lago de Tucuruí

Manuseio das frutas e cumprimento de etapas ajudam na independência, na comunicação e na interação social de adolescentes e pré-adolescentes autistas

Por Ascom (Ascom)
27/09/2024 14h19

Um corte de fruta aqui, outro ali. A identificação dos alimentos, das texturas, dos sabores e das cores. Devidamente separados, é hora de seguir com o passo a passo da receita. O que parece uma brincadeira de pequenos "chefinhos", é nada mais que uma Oficina Interativa de Culinária voltada para adolescentes e pré-adolescentes com autismo. É que de uma forma criativa e saborosa, os usuários do Núcleo de Atendimento ao Transtorno do Espectro Autista (Natea), da Policlínica Lago de Tucuruí, no sudeste paraense, estimularam sua autonomia, independência e interação social com ações do cotidiano. 

Auxiliados por vários profissionais da unidade, os pacientes do Natea prepararam uma deliciosa salada de frutas para todos saborearem juntos, nesta sexta-feira (27). A estratégia que envolveu os pacientes a partir de 10 anos de idade, ajudou no estabelecimento de rotina, na colaboração e na organização de tarefas, com o objetivo de proporcionar segurança e previsibilidade, ajudando os adolescentes a se adaptarem melhor às situações do cotidiano.

Experiência - Aos 15 anos, o menino Paulo Henrique, ainda esbarra em algumas dificuldades no seu dia a dia. Sua mãe conta que ele tem resistências em atividades do cotidiano, mas que através do acompanhamento profissional do Natea, essa realidade tem mudado. “A atividade de salada de fruta é importante para ele dizer o que fez, o que foi que comeu e como cortar as frutas. Tudo isso ele vai detalhar para me ensinar também como fazer em casa”, disse Raiane Soares. 

A gestora comercial lembra que mora sozinha com Paulo, e o atendimento no Natea tem ajudado de sobremaneira no desenvolvimento do adolescente. “Estou muito satisfeita em tudo. Eu sou sozinha, então ela tem um pouco de dificuldade. Ele mudou totalmente até na escola, está com notas boas, pesquisa, corre atrás. Percebo que quando a gente tem um acompanhamento, ele ajuda muito uma criança que precisa”, reforçou Raiane. 

Quem também participou da ação, foi o menino Davi Andrade, de 13 anos. “Essa ação é muito importante para ele. A gente começa a perceber a sua evolução diariamente. O Davi tem bastante dificuldade em atividades diárias e fazendo-as aqui (no Natea), ele vai conseguir fazer em casa”, lembrou Brenda Kesia, a irmã do adolescente. 

Antes do acompanhamento no Natea, a família encontrou diversos desafios do dia a dia. “Hoje ele ainda não consegue amarrar os cadarços, mas antes, não conseguia colocar os sapatos, e agora já coloca sozinho. Eu deixo o tênis amarrado, ele vai, coloca meia e calça tudo certinho. Antes, ele só usava sandálias, ou sapatos que apenas colocava no pé. Ele não usava roupa jeans que tem zíper e botão. Agora já aceita. Ele se tornou mais independente”, lembrou. 

Ação - Abordar o desenvolvimento de habilidades práticas, como o autocuidado e as tarefas domésticas, também é essencial para a promoção da autonomia. A ação objetiva ensinar o passo a passo de como realizar essas tarefas e fornecer apoio adequado encorajando a independência gradual das crianças e adolescentes. Na Poli de Tucuruí, a atividade está sendo encabeçada pela terapia ocupacional e com o engajamento de toda equipe do Núcleo. 

"O Natea está realizando a atividade no sentido de promover a autonomia, independência, interação, trabalhar a psicomotricidade, seguimento de comandos, atenção e concentração com nossos usuários pré-adolescentes e adolescentes. Trata-se de uma atividade multidisciplinar que envolve toda a equipe de profissionais da unidade e que teve uma aceitação e apoio dos pais e engajamento dos usuários que aproveitaram bastante o momento. A atividade foi realizada no refeitório da Policlínica”, destacou Katya Barros, psicóloga e neuropsicóloga que atua como coordenadora do Natea.

Atendimento - O Natea atua para promover o bem-estar de crianças com autismo, por meio da inclusão, conscientização e assistência. A unidade é administrada pelo Instituto Social e Ambiental da Amazônia (ISSAA) em parceria com a Secretária de Estado de Saúde Pública (Sespa).

O Natea, que conta com 120 usuários atualmente, divididos entre triagem, avaliação e atendimento terapêutico, mantém 62 pacientes em terapia de quatro horas semanais, interventivas. O Núcleo em Tucuruí foi o segundo a ser entregue pelo governo do Estado, ampliando os serviços na Policlínica.

Texto: Roberta Paraense