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Estudantes alcançam resultado inédito em descobertas de asteroides na região

Em uma única campanha mensal, os estudantes de escolas estaduais descobriram 8 asteroides confirmados pela Agência Espacial Nasa

Por Amanda Oliveira (SEDUC)
26/09/2024 11h06

Na Escola Estadual Maria Antonieta Serra Freire, localizada no distrito de Icoaraci, em Belém, um grupo de estudantes está se destacando com o projeto “Asteronautas”, que promove a iniciação científica através de programas de ciência cidadã. Esta iniciativa inovadora proporciona aos estudantes conhecimentos científicos e também os insere no fascinante mundo da astronomia.

Tudo se iniciou com a proposta do estudante Antony Davi de Sena, que já possuía experiência com buscas astronômicas antes de ingressar na Escola Estadual Maria Antonieta Serra Freire. Ao perceber que o ambiente escolar da unidade incentiva o protagonismo dos estudantes na ciência, Antony propôs a criação de um projeto que pesquisa a existência de asteroides e exoplanetas, o que foi aceito e apoiado pela direção e professores da escola.   

Estudante Protagonista - A trajetória de Antony na astronomia começou aos 12 anos e desde então tem sido marcada por descobertas e reconhecimento, incluindo honrarias e medalhas. No projeto “Asteronautas”, Antony incentiva outros estudantes no estudo astronômico, realizando a inscrição das equipes, treinamento, monitoramento e mentoria dos demais participantes, assim como o envio de relatórios das pesquisas do projeto para os programas de ciência cidadã. 

O estudante considera que o projeto permite que jovens da periferia possam explorar seus talentos e suas potencialidades. Ele comenta também sobre a sensação de detectar um asteroide no espaço. “É como descobrir um diamante, você sorri, ri e fica imaginando todas as possibilidades para o futuro. Pensando sobre o espaço, as estrelas e essas rochas espaciais vagando por aí, orbitando entre os planetas. A matéria da qual somos compostos, se originou nas estrelas, é como se uma parte de nós soubesse disso, é uma sensação de pertencimento. Penso muito sobre o impacto positivo que isso causa na equipe e em todos os outros jovens que podem ser incentivados a acreditar nos seus sonhos e buscarem eles, por mais inacreditáveis que possam parecer”. 

Antony também ressalta o que o projeto significa para sua trajetória e como inspira seu futuro. “O Asteronautas tem se destacado como uma das experiências mais enriquecedoras da minha vida. Trabalhar de perto com jovens de idades semelhantes, inspirando, incentivando e mentorando outros estudantes, é uma experiência indescritível. Sinto uma profunda realização ao ver o ‘brilho nos olhos’ dos meus colegas de equipe, que demonstram imenso entusiasmo e potencial. Inspirar, ensinar outros jovens, apresentar o maravilhoso mundo da astronomia e da ciência, é incrível, sinto que faz parte do meu propósito! Futuramente pretendo trabalhar com ciência, tecnologia e inovação, pesquisa em astronomia ou astrofísica e inteligência artificial. Além de lutar pela educação no Brasil, meu maior objetivo é tornar o mundo um lugar melhor, através da ciência, buscando estimular consciências”, comenta Antony. 

O Projeto - O objetivo geral do projeto é promover a iniciação científica entre os estudantes da rede pública do Estado, utilizando programas de ciência cidadã oferecidos por instituições renomadas como o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), International Astronomical Search Collaboration (IASC), Agência Espacial dos Estados Unidos (Nasa) e Exoplanet Watch.

Estruturado em etapas, o projeto garante o engajamento e a participação ativa dos estudantes. Na fase inicial de capacitação e treinamento, o estudante mentor orienta o restante da equipe sobre as ferramentas necessárias para a detecção de asteroides e exoplanetas.

Em seguida, na fase de implementação, os estudantes têm a oportunidade de trabalhar com dados reais obtidos por telescópios da Nasa, enriquecendo ainda mais sua experiência prática. Após as descobertas, eles registram suas observações em relatórios científicos que podem ser submetidos para avaliação, criando um ambiente estimulante de aprendizado e troca de conhecimentos.

Entre os objetivos específicos do “Asteronautas” estão a introdução de estudantes estaduais aos programas voltados à detecção de asteroides e exoplanetas, além do desenvolvimento de habilidades essenciais como pensamento crítico, resolução de problemas e colaboração. O projeto também busca incentivar o protagonismo estudantil na construção do conhecimento científico, permitindo que os estudantes se tornem agentes ativos em suas próprias aprendizagens.

Outro aspecto notável é que os asteroides descobertos pelos estudantes serão estudados por uma equipe da NASA ao longo dos próximos cinco anos. Após diversas etapas de pesquisa, haverá uma oportunidade empolgante para nomear esses asteroides. A análise orbital também será realizada para determinar qualquer risco potencial desses corpos celestes à Terra.

O professor coordenador do projeto “Asteronautas”, Alan Jardim, avalia o engajamento dos estudantes e comenta sobre a sensação de incentivar o futuro desses jovens. “Os alunos participantes estão vendo o projeto como uma porta de oportunidades, estão agora mais interessados em estudar ciência. Eu sinto orgulho, a educação precisa preparar essas crianças para as oportunidades, quero que eles sintam-se preparados para qualquer desafio, assim como eles estão olhando para o espaço e vendo o passado do universo, gostaria de vê-los chegar bem longe no futuro”, disse o professor.

Resultado Inédito - Durante as pesquisas, a equipe integrada pelos estudantes Antony Davi de Sena, Sabynna Reis, Maria Eduarda de Oliveira, Luma Neves, Carlos de Sena, Gabriela de Jesus, Eduardo de Sousa e Maria Eduarda Figueiredo descobriram a existência de 8 asteroides em uma única campanha mensal, confirmados através de relatório pela Nasa. A descoberta em um período tão curto já é considerada pelo projeto um recorde para a região, superando o maior resultado obtido por Antony, quando o estudante descobriu 7 asteroides e foi reconhecido pelo maior número de descobertas da região na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) do MCTI, em Brasília. 

“É meu primeiro contato direto com o projeto de pesquisa em astronomia, desenvolvido pela Nasa, uma experiência transformadora. Desde criança, sempre tive uma paixão por esse universo fascinante, e participar desse projeto teve um impacto extremamente positivo na minha vida. Ele não apenas me apresentou novas perspectivas para o meu futuro, mas também abriu diversas portas. Mais do que um simples projeto escolar, essa experiência se tornou uma parte essencial dos meus sonhos e objetivos”, comenta a estudante Maria Eduarda de Oliveira.

O projeto “Asteronautas” democratiza o acesso ao conhecimento científico e fomenta o interesse por carreiras nas áreas de ciência e tecnologia. Ao incentivar os estudantes em pesquisas reais, como a detecção de asteroides e exoplanetas, a Escola Estadual Maria Antonieta Serra Freire contribui para a formação pessoal e acadêmica desses jovens, assim como estimula a formação de futuros cientistas e inovadores.