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CIIR enfatiza importância do diagnóstico precoce de Retinoblastoma

A doença - que pode afetar um olho ou ambos os olhos - é mais comum em crianças e corresponde a 3% dos cânceres infantis, chegando a cerca de 400 casos por ano

Por Pallmer Barros (CIIR)
18/09/2024 16h06

O "Dia Nacional de Conscientização e Incentivo ao Diagnóstico Precoce de Retinoblastoma", um câncer ocular com característica rara, é lembrado nesta quarta-feira, 18, e o Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR) reforça, diariamente, com oferta de serviço de saúde ocular à população paraense, alertando para a importância de consultas rotineiras ao oftalmologista. 

O Retinoblastoma é caracterizado por uma lesão maligna originária das células da retina, estrutura responsável pela visão. Segundo o Ministério da Saúde (MS), a doença - que pode afetar um olho ou ambos os olhos - é mais comum em crianças e corresponde a 3% dos cânceres infantis, chegando a cerca de 400 casos por ano. 

Para o oftalmologista do CIIR, Joacy David, o diagnóstico precoce pode alcançar índices elevados de cura e preservação da visão e do olho. “Todavia, o prognóstico não é favorável se o Retinoblastoma estiver disseminado além do olho. Caso houver metástases para outras partes da cabeça, ou seja, quando as células cancerosas migram de um lugar ao outro no organismo”, explica. 

O médico destaca que, de forma mais comum, a doença se instala devido a uma mutação, com a multiplicação descontrolada de células, mas que existem casos provocados pela hereditariedade, quando um dos pais a transmite geneticamente. "Há também uma mutação nova que começa na criança, que, posteriormente, transmite aos seus descendentes. Neste caso, a doença desenvolve no bebê antes de completar um ano", esclarece Joacy David.

Diagnóstico – Existem três tipos da comorbidade: o unilateral, que afeta um olho; o bilateral, que acomete em ambos os olhos. Geralmente, é hereditário e costuma ser diagnosticado bem mais cedo que no unilateral; e o terceiro é o Tumor Neuroectodérmico Primitivo (PNET) ou Retinoblastoma Trilateral. 

O oftalmologista faz um alerta para que os pais levem seus recém-nascidos para realizar o Teste do Olhinho e repeti-lo, com frequência, até os 5 anos, faixa etária mais atingida pelo Retinoblastoma. O exame é disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). 

Sintomas – Conforme Joacy David, um dos sintomas mais comuns é o desenvolvimento de uma área branca e opaca na pupila, chamada de leucocoria, causada pela reflexão da luz, provocada pela doença. 

"No Brasil, essa condição é popularmente conhecida como 'olho de gato' e é facilmente achada em fotos tiradas com flash ativado da câmera. A criança deve ser levada ao oftalmologista assim que o fenômeno for identificado, porque mesmo que não seja um Retinoblastoma, pode causar a perda da visão por intermédio de outro diagnóstico", orienta o especialista. 

Outros agravantes – O Retinoblastoma provoca problemas na movimentação do olho, o estrabismo; a redução da visão em um olho; dores nos olhos; o globo ocular maior que o normal; e ambliopia, quando um olho enxerga melhor que o outro. 

O oftalmologista Joacy David acrescenta que os tumores pequenos podem ser tratados com métodos de laserterapia e crioterapia, que permitem à criança continuar a enxergar. "Nos diagnósticos mais graves, pode haver a necessidade de enucleação, a qual é a retirada do olho e a criança pode necessitar de quimioterapia e/ou radioterapia", orienta.

Marcia Costa, de 32 anos, levou sua filha, Michelly Quaresma, de 11 anos, para consulta de investigação à baixa visão após sinalizar incômodos nos olhos. 

"Fomos encaminhadas para o CIIR e a consulta foi bem conduzida; o médico observou todo o globo ocular da Michelly. Mesmo sendo acompanhada para o diagnóstico de baixa visão, fui orientada pelo médico sobre o Retinoblastoma e nos alertou para a prevenção. Ainda não tinha ouvido falar desta doença e foi bastante importante ter tocado no assunto para eu ficar mais atenta. Agora vou pesquisar um pouco mais sobre o tema. Sempre procuro ir ao médico monitorar a saúde", conta.  

Estrutura – Referência no Pará na assistência de média e alta complexidade às pessoas com Deficiência (PCDs) visual, física, auditiva e intelectual. Os usuários podem ter acesso aos serviços do Centro por meio de encaminhamento das unidades de saúde, acolhidos pela Central de Regulação de cada município, que por sua vez encaminha à Regulação Estadual. O pedido será analisado conforme o perfil do usuário pelo Sistema de Regulação Estadual (SRE).

Serviço: O CIIR é um órgão do Governo do Pará, administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), está situado na rodovia Arthur Bernardes, n° 1.000. Mais informações: (91) 4042-2157 / 58 / 59.