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Santa Casa do Pará oferece aos recém-nascidos de alto risco um dos maiores centros de neonatologia do Brasil

A gerência de Neonatologia do Hospital diz que a especialidade se concentra nas necessidades de saúde dos nascidos prematuramente

Por Samuel Mota (SANTA CASA)
02/09/2024 17h50

A Santa Casa do Pará, uma das maiores maternidades do Norte do Brasil, no primeiro semestre de 2024 realizou 18.107 atendimentos a mulheres na sua área de Urgência e Emergência Obstétrica (UEO). A maternidade, que há décadas é referência para a população, de janeiro a junho deste ano, teve 4.578 nascimentos (entre partos normais e cesáreos) o que representa segurança no atendimento aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) que buscam a instituição.

Doutora Norma AssunçãoPara a médica Norma Assunção, diretora Técnica Assistencial, a Santa Casa tem três hospitais em um. "Temos um hospital geral, uma maternidade e uma neonatologia gigantes, que realmente representa para a amazônia e até para o Brasil, um hospital com muitos leitos. A área de neonatologia conta com mais de 140 leitos e mais de 130 leitos na área de obstetrícia. Um hospital que tem um grande volume de atendimentos e uma prestação de serviços gigante para nossos usuários".

A área de neonatologia da Fundação Santa Casa possui 62 leitos de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) neonatal, 62 leitos de UCI (Unidade de Cuidado Intermediário) convencional e 20 leitos de UCI canguru. São 144 leitos ao todo. O universo de profissionais que estão lotados no setor totaliza 433 pessoas, entre os quais médicos, enfermeiros, técnicos e agentes administrativos. O hospital realiza a internação de cerca de 2,3 mil recém-nascidos ao ano, o que faz dela a unidade que mais oferece serviços de neonatologia em toda a Região Norte e uma das maiores do Brasil. 

Maurício da Silva, engenheiro clínico da Santa Casa, informa que os investimentos em equipamentos do parque tecnológico da área de neonatologia, oferecidos aos pequenos pacientes internados na Santa Casa, nos últimos anos, gira em torno de 15 milhões de reais. "É constituído por incubadoras, monitores multiparamétricos, ventiladores pulmonares, bombas de infusão e seringa, equipamentos de fototerapia, entre outros". 

Doutora Salma SaratyA médica e gerente da Neonatologia da Fundação Santa Casa, Salma Saraty, explica que o perfil de atendimento do serviço de neonatologia é para recém-nascidos de alto risco (prematuros de muito baixo peso e de extremo baixo peso, assim como os que nasceram com má formação neurológica, abdominal ou torácica) e crianças com asfixia perinatal grave. "A qualidade da assistência prestada na neonatologia têm impacto direto na diminuição da taxa de mortalidade de recém-nascidos na instituição. Por isso, continuamos participando ativamente das estratégias do Ministério da Saúde como a Iniciativa Hospital Amigo da Criança, entre os quais o método canguru, que se baseia em cuidado multiprofissional humanizado ao recém-nascido prematuro e abrange três etapas".

"A primeira etapa inicia-se na UTI e UCI. A segunda etapa é depois que a criança trata toda a doença que levou a internação. Ela é transferida para a enfermaria canguru, onde é feita a segunda etapa, onde a criança permanecerá até o ganho de peso ideal para alta. E a terceira etapa é feita ambulatorialmente, tipo uma desospitalização. A criança permanece aos nossos cuidados com consulta semanal até o ganho de peso ideal para alta. Quando ela alcança dois quilos e meio, recebe alta definitiva e vai para a rede do SUS, para o seguimento do acompanhamento de crescimento e desenvolvimento", explica Dra Salma.

Gleice Viana, moradora de Mão do Rio, nordeste do estado, teve seu filho prematuro na Santa Casa, no último semestre e teve que ficar com ele internado por um período prolongado. "A gente ficou na UTI por quase dois meses, aí passamos pela UCI, Canguru, e agora estamos na consulta do retorno da terceira etapa, e esse acompanhamento vai continuar até os quatro anos do meu filho. E nesse primeiro momento que passamos na Santa Casa, o atendimento foi essencial para mim e meu filho. Precisei dos médicos, dos enfermeiros e outros profissionais e foram excelentes em tudo. Saber tirar as dúvidas, inclusive nos exames, era fundamental. Fizeram as medicações devidas, fizeram tudo que tinham ao alcance para que o Bento (referindo-se ao filho) tivesse alta logo, para que ele evoluísse, para que conseguisse mamar no meu peito, além de tomar as vacinas no hospital". 

"Tudo isso contribuiu para que meu filho fosse ganhando peso, estivesse bem, para que nós retornássemos à nossa cidade (Mãe do Rio). E agora é só continuar nas consultas, para vê-lo crescer saudável. Eu só posso dizer "obrigada" por todo atendimento. Pelo cuidado, pelo apoio, por tudo, né? Porque lá na Santa Casa tem profissionais para tudo que você precisar: médicos, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, fonoaudiólogos, assistentes sociais, técnicos na área da saúde. Todos lá para te ajudar, para te auxiliar", Relata Gleice. 

Teste do coraçãoReferência - A Santa Casa do Pará iniciou suas atividades no ano de 1650, em Belém, é um dos hospitais mais antigos do Brasil. Em abril de 1990, a Instituição foi absorvida pelo governo do Estado, e passou a ser Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMPA), onde funciona a maior maternidade pública do Pará, com cerca de 750 partos mensais, sendo referência no atendimento materno-infantil de média e alta complexidade nas áreas de Obstetrícia e Neonatologia.

Conforme a médica Salma Saraty, gerente da área de Neonatologia, a Santa Casa é um hospital de referência na assistência de alto risco, tanto ao parto quanto ao recém-nascido e vem melhorando a cada ano o atendimento aos prematuros. "O recém-nascido prematuro precisa dessa assistência humanizada pelo método canguru e focada no seu perfil clínico, como uma imaturidade orgânica e por isso os nossos profissionais são preparados para atender esse recém-nascido, em um processo de trabalho que cuida do prematuro com foco na proteção e desenvolvimento cerebral".

Mãe, filha e bebêDesde 1998, a Santa Casa do Pará detém o título de Hospital Amigo da Criança, concedido pelo Ministério da Saúde e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância e Adolescência (Unicef). Em 2013, a Santa Casa é certificada como referência estadual de atenção humanizada ao recém-nascido, sendo o método-canguru e por ser um polo referencial tem uma competência técnica para apoio das capacitações nesse modelo de cuidado multidisciplinar.

"Capacitamos equipes em todas as regiões do Estado, com o método baseado em evidências, onde se respeita as especificidades do recém-nascido prematuro principalmente em relação às especificidades de sua anatomia e de sua fisiologia, é um bebê que vai precisar de muito cuidado desde a gravidez, nascimento e posterior ao nascimento para o desenvolvimento de suas funções vitais", explica a coordenadora do método canguru na Fundação Santa Casa, a médica Vilma Hutim.