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SAÚDE PÚBLICA

Capacitação profissional aborda novo tratamento em dose única para malária

Os municípios de Itaituba e Jacareacanga serão os primeiros a adotar o tratamento com tafenoquina, ofertado pelo SUS, mobilizando técnicos dos governos federal e estadual

Por Mozart Lira (SESPA)
29/08/2024 16h30

A medicação só será administrada após teste para identificar a atividade da enzima G6PDTécnicos do Ministério da Saúde e da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) concluíram nesta quinta-feira (29), em Itaituba, sudoeste paraense, treinamento de três dias para implementação da tafenoquina e do teste G6PD, destinados ao tratamento da malária comum no Brasil, causada pelo parasita Plasmodium vivax.

Os municípios de Itaituba e Jacareacanga serão os primeiros a implementar esses dois métodos, ofertados pelo Ministério da Saúde via Sistema Único de Saúde (SUS). A meta é conseguir eliminar a doença até 2035. 

A capacitação profissional foi realizada na sede da Secretaria Municipal de Educação de Itaituba, direcionada a agentes comunitários de Saúde, agentes de combate a endemias e microscopistas, além de médicos e enfermeiros dos municípios de Jacareacanga e Itaituba, Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei Rio Tapajós) e 9º Centro Regional de Saúde, sediado em Santarém, na região Oeste.

Profissionais capacitados para implementação do novo tratamentoInovação - Além de beneficiar a população, o novo tratamento é positivo para as equipes de saúde que atuam em campo, já que umas das grandes dificuldades enfrentada por esses profissionais é a continuidade do tratamento. Até então, o esquema terapêutico disponível pelo SUS poderia ter duração de 7 a 14 dias. Com a tafenoquina, é usada dose única.

A medicação só pode ser administrada após realização de teste para identificar a atividade da enzima glicose-6-fosfato-desidrogease (G6PD). No momento, só deve ser usada por pacientes maiores de 16 anos de idade, com mais de 35 quilos, não grávidas, não lactantes, com mais de 70% de atividade da enzima G6PD, e em caso considerado novo.

“A oferta desses métodos é resultado de várias articulações envolvendo esferas de governo e áreas de pesquisa, objetivando resultados na região Norte, que concentra o maior número de casos de malária no País”, destacou a diretora de Endemias da Sespa, Adriana Tapajós.

Ela garantiu que o enfrentamento à doença é prioridade para o governo estadual. Ao longo deste ano, a Sespa continuará intensificando as ações de forma complementar, a fim de garantir o controle e reduzir a carga da doença.

Ao longo de 2024, a Sespa continuará intensificando as ações de forma complementar para garantir o controle e reduzir a carga da doença, contando com a vigilância e apoio da gestão municipal.

Mosquiteiro e remédio - De janeiro a maio deste ano, 7.550 mosquiteiros impregnados com inseticida de longa duração (MILD) já foram distribuídos pela Sespa aos 7º, 8º e 9º centros regionais de Saúde, com base em casos notificados por localidade, número de prédios, população afetada e outros critérios.

No combate à doença, a Sespa também distribuiu 615.397 comprimidos de medicamentos antimaláricos, nos seis primeiros meses de 2024, aos 13 Centros Regionais de Saúde, a fim de atender às Secretarias Municipais de Saúde, conforme as demandas.  Outra medida nesse período foi a distribuição de 17.975 testes rápidos, divididos entre o 1º, 3º, 7º, 8º, 9º, 10º e 13º centros regionais de Saúde.

Prosseguem também o assessoramento técnico às ações de investigação e o controle de casos, por meio de capacitações sobre a doença realizadas pela Sespa, com apoio do Laboratório Central do Estado (Lacen), em diversos municípios. As ações são destinadas a técnicos da Coordenação de Malária, em articulação com os demais entes federativos.