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Sustentabilidade e moda foram tema de voz e desfile no sexto dia de Feira do Livro

No dia de hoje, 22, o público contou desde desfile de moda feito inteiramente de materiais recicláveis a debate sobre a produção de moda sustentável na Amazônia

Por Carol Menezes (SECOM)
22/08/2024 19h29

Nesta quinta-feira, 22, dia das vozes da tecnologia, a 27ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes promoveu eventos voltados ao debate sobre sustentabilidade no mundo da moda. A programação, realizada no Hangar Convenções & Feiras da Amazônia até o domingo, 25, teve desde desfile de moda feito inteiramente de materiais recicláveis a debate sobre a produção de moda sustentável na Amazônia.

Na Arena das Artes, no período da tarde, estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio "João Carlos Batista" apresentaram o desfile "Ecoarte Sustentável", com criações próprias e todas feitas de materiais reutilizados.

Maria BentesProfessora de Física, Ciências e Biologia da escola, Maria Bentes conta que a ideia de criar as peças surgiu durante a Semana do Meio Ambiente. "Nessa discussão sobre os problemas ambientais da atualidade nós trouxemos o lúdico para transformar no que apresentamos hoje", detalhou. 

Toda a criação é dos estudantes, utilizando itens como plástico, panfletos, papelão, dentre outros. "Todo o trabalho é deles, e foi feito em cerca de uma semana. A Feira do Livro precisa continuar esse caminho de abrir espaço para as criações feitas dentro das escolas, para que elas ultrapassem aqueles muros e nossos alunos sejam vistos e valorizados", enalteceu a docente.

Giselly AlvesProfessora de Geografia e Educação Ambiental, Giselly Alves também participou do projeto na orientação aos estudantes. "Surgiu quando a gente estava tratando sobre 'os 5 R' da sustentabilidade, e aqui nesse trabalho a gente focou em reciclagem e reutilização. A partir da ideia do que é que se está fazendo para modificar essa realidade veio a ideia desse desfile", relata. "A gente apresentou pela primeira vez em junho, na escola mesmo, e foi um sucesso. Foi quando decidimos inscrever para a Feira do Livro e pudemos vir mostrar essas criações para um público ainda maior", comemorou.

Juliana Silva de Oliveira, de 15 anos, é uma das autoras das peças do desfile.  Ela conta que reciclagem é algo presente na vida dela e da própria família, visto que dentro da casa onde mora há vários itens feitos a partir de algum tipo de reutilização.

"Minha mãe trabalha com artesanato, então eu gosto desse tipo de criação desde que eu era criança. Não deu trabalho fazer a roupa, eu desenhei e minha mãe foi orientando a fazer. Essa é a primeira vez que estou vindo à Feira do Livro e estou adorando essa experiência, de visitante e de poder apresentar algo que a gente criou", relatou. 

Logo em seguida, na Arena das Multivozes, o papo foi sobre Moda Sustentável na Amazônia com o artista visual Luan Kambô e a designer de Moda Graça Arruda, criadora da marca Madame Floresta. A mediação ficou por conta da criadora de conteúdo digital Sinara Assunção.

Luan falou sobre perspectivas que podemos ter do nosso território a partir de elementos locais. "A gente tem a mimética da natureza e podemos fazer as pessoas olharem isso, entenderem o valor disso", sugeriu. Já Graça lembrou das experiências de fazer coleções inteiras voltadas a ícones do nosso o dia a dia, como o casal garça e urubu, o Ver-o-Peso, a torre de ferro da Praça do Relógio.

Sinara alinhavou as falas lembrando que falar de moda produzida na Amazônia tem um olhar mais carinhoso para o consumidor local. "Quem se interessa com essa identidade aqui quer imprimir, quer difundir essa identidade", concluiu.