Usina da Paz recebe oficinas de artes, moda e sustentabilidade para público LGBTQIAPN+
Programação na UsiPaz Guamá é uma parceria entre a Seac e o Festival Aceita, e será realizada na capital paraense no próximo fim de semana
Vicenta Perrota
A Usina da Paz do bairro do Guamá, em Belém, está recebendo, ao longo desta semana, uma série de oficinas voltadas ao público LGBTQIAPN+. A programação é uma parceria entre a Secretaria de Articulação da Cidadania (Seac) e o Festival Aceita, que será realizado na capital paraense neste próximo fim de semana.
Além da música, o Festival está promovendo, na UsiPaz, oficinas voltadas a temas como moda, artes visuais e sustentabilidade, com o objetivo de dar visibilidade para a vivência LGBTQIAPN+ em diversos ecossistemas, como explica Rafaela Kennedy, coordenadora e curadora do ecossistema de moda do Festival.
“A Usina da Paz é um espaço instalado no meio da periferia que possibilita processos de aprendizagem, além de ser um lugar de lazer para quem mora aqui nessa comunidade. O palco do Festival Aceita vai ser um grito de pessoas que vivem no norte e a usina também tem sido esse espaço. É um processo coletivo e vamos reverberar algo muito maior, algo que é para além só da costura, é um movimento de vida”, disse.
Ainda segundo a curadora, todo o material que está sendo produzido nas oficinas realizadas na Usina da Paz será exibido durante um desfile no palco principal do Festival Aceita, no próximo dia 24.
Sustentabilidade - Um dos pontos de destaque das oficinas é a sustentabilidade, uma vez que o Festival também tem como objetivo unir a luta LGBTQIAPN+ à agenda da COP 30, em compromisso com a justiça climática e os direitos humanos.
A estilista Vicenta Perrota, coordenadora da Associação Paulista Transmoras, que trabalha para as mudanças sociais e direitos de pessoas trans no Brasil, reforçou a importância de unir a moda à sustentabilidade.
“O Pará é um lugar muito especial. Aqui as pessoas têm uma enorme vontade de viver. A nossa ideia é propor uma troca de tecnologias, como a transmutação têxtil, que pensa em usar o lixo como ponto inicial de pesquisa e também solução. Com base nisso, fizemos um chamamento para artistas virem construir roupas e looks, também fizemos um chamamento para que modelos possam desfilar o material produzido”.
Oportunidade - O estudante Felipe Pinheiro, natural do município de Limoeiro do Ajuru, é um dos participantes das oficinas de moda. Para ele, é de fundamental importância que a Usina da Paz possa abrir as portas para a comunidade.
“É muito importante que a gente utilize esses espaços, ditos públicos, para tornar público de fato o acesso a todos dentro desses âmbitos, principalmente olhando para as questões interseccionais de trabalho também e de criatividade. Nessa oficina conseguimos aliar laços que vão muito além da produção material de cada peça”, concluiu.
Serviço - As oficinas do Festival Aceita na Usina da Paz do Guamá seguem até o final da semana. A programação principal do evento acontece entre os dias 23 a 25 de agosto, no Espaço Náutico Marine Club.
