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Passeio terapêutico contribui para tratamento de pacientes na Santa Casa

Iniciativa integra conjunto de cuidados interdisciplinares do Hospital

Por Etiene Andrade (SANTA CASA)
21/08/2024 11h49

Depois de encarar mais de um mês de internação em UTI e um longo tempo acamado, o autônomo Bejoelson Santos, de 43 anos, pode experimentar a sensação de liberdade de um passeio, enquanto ainda estava internado em uma enfermaria da Santa Casa. A experiência integra uma série de cuidados interdisciplinares oferecidos para pacientes internados em enfermarias e se chama Passeio Terapêutico.

“O passeio terapêutico é uma prática da terapia ocupacional que temos implementado com pacientes da clínica médica e que desenvolvemos de forma integrada com a fisioterapia e com o apoio de toda a equipe que acompanha o paciente hospitalizado e também com a família. Os pacientes indicados são os de longa permanência hospitalar, que vivenciam o processo de hospitalização. O passeio inclui também o atendimento ao ar livre, mudando a rotina e favorecendo a ambiência. Isso contribui com a  adesão ao tratamento clínico do paciente”, explica a terapeuta ocupacional da Santa Casa, Clévia Dantas, especialista em neuroreabilitação.

Para Bejoelson, poder sair do leito em uma cadeira de rodas trouxe mais confiança e esperança na recuperação, acredita a esposa, Ildete Maia, que o acompanhou desde o início da internação observando cada sinal de melhora.

“Esse passeio ajudou bastante, pois ele estava muito triste, eu até achava que ele ia ficar depressivo. E além do passeio, foi sugerido estimular, conversar com ele, dar força, tanto na fé, quanto no emocional dele. Então, ao meu ver, isso foi muito importante, pois envolveu toda equipe, desde os médicos, enfermagem, fisioterapia e a terapia ocupacional que conversaram comigo e principalmente com ele, incentivando que ele ia melhorar e ele foi se convencendo aos poucos que isso era possível”.

Junto com a motivação, o passeio, associado ao tratamento clínico, tem a função de contribuir também com a reabilitação física dos pacientes.

“Quando a gente promove o passeio, está quebrando a rotina ociosa causada pela hospitalização, pela permanência hospitalar, a manutenção da imobilidade no leito, onde o paciente não se mexe, fica olhando pro teto. Então é uma forma também dele ter um campo visual mais amplo, possibilitando nesse paciente a vontade de viver. Só de poder se sentar, ele já se sente valorizado, porque alguém se importou com ele, alguém se importou de tirar ele do leito”, detalha a terapeuta ocupacional Clévia Dantas.

Para o fisioterapeuta Leonardo Brynne, que ingressou este ano na Santa Casa e integra a equipe multiprofissional que vem atendendo pacientes internados nas enfermarias, o passeio terapêutico vai ao encontro da integralidade do cuidado que é um dos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil.

“A Santa Casa do Pará investe em profissionais que trabalham esse lado cognitivo e emocional também no indivíduo, pois na verdade o indivíduo é um indivíduo como um todo. Então a gente precisa proporcionar também para esse indivíduo essa estimulação sensorial que apenas esse ambiente externo é capaz de proporcionar. Esse é um ambiente muito clínico, asséptico, ele não vê a luz do sol, é um ambiente até que a temperatura é controlada. Então isso favorece muito a recuperação motora do paciente”, considera o fisioterapeuta.

Para a realização do passeio é feita uma avaliação clínica para confirmar se o paciente possui condições de sair do leito. A prática também requer o apoio da família e de toda a equipe multiprofissional que atua junto ao paciente para a reorganização da rotina e sua segura retirada do leito.