Espaço Acolher retorna à Santa Casa, após 16 anos fora da área interna do hospital
Pacientes e acompanhantes reconhecem o novo espaço, entregue pelo governo estadual, como mais aconchegante e confortável
O Espaço Acolher que recebe pacientes vítimas de acidentes, como os de escalpelamento, está agora dentro do próprio hospital da Fundação Santa Casa, em parte da área que funcionava o antigo Ambulatório de Pediatria. O local, que foi entregue pelo governo do Estado, no último mês de julho, ocupa uma área recuperada de 698m², em um investimento de 1,3 milhão de reais.
Luzia Matos, assistente social que gerencia o Espaço Acolher, relata que essa mudança do antigo local (rua Alcindo Cacela com a rua Diogo Móia) tem um grande significado no tempo. “Passamos 16 anos fora da Santa Casa, um tempo de fortalecimento do serviço além do reconhecimento. Mas é muito bom voltar para cá”.
“Foi um presente e a gente vai continuar recebendo em caráter prioritário as vítimas de escalpelamento, além de dar continuidade no seu atendimento a gente atende as mães da neonatologia, e ainda fazer o acompanhamento de alguma demanda de pacientes do ambulatório. Estar aqui dentro é bom porque a gente estreita mais essas relações e acaba se inserindo de verdade em todos os processos da Santa Casa, de planejamento estratégico e assim por diante”, destaca Luzia.
Luzélia Prates da Silva, dona de casa, moradora de São Félix do Xingu, sul do Pará, vítima de acidente de violência doméstica, atendida pela Santa Casa, diz que o antigo espaço era muito bom, mas esse novo local é diferente. “Aqui é mais aconchegante, tranquilo, confortável. E o meu tratamento é longo, mas viajo para a minha cidade e quando retorno tenho a certeza de aqui ser bem recebida. O meu atendimento com a equipe da Santa Casa é ótimo. O meu retorno ficou marcado para daqui há seis meses. E ficar aqui em um ambiente de amizade é muito importante para o nosso tratamento”.
Bruno Carmona, presidente da Fundação Santa Casa, destaca que o Espaço Acolher retorna para dentro do espaço físico da instituição. “Ele é destinado ao atendimento de diversos pacientes, homens e mulheres que precisam estar ou receber alta. Serem desospitalizados, mas não tem para onde ir e precisam desse apoio, de uma casa de apoio aqui na nossa capital”.
“O local atende principalmente às vítimas de escalpelamento, nosso maior público. O espaço foi totalmente requalificado, mantendo patrimônio histórico por fora, um ambiente totalmente acolhedor por dentro, com instalações modernas, instalações adequadas, para que a gente tenha um atendimento totalmente humanizado dessas pacientes que precisam de um olhar diferenciado do estado devido ao trauma que sofreu em algum momento de sua vida”, destaca o gestor.
Estrutura e Capacidade - O Espaço Acolher oferece dormitórios para 30 pessoas, sala de estar, cozinha, refeitório, sala de aula, consultório, brinquedoteca, lavanderia, uma área de vivência em comum. Todos os espaços estão devidamente climatizados, com novos mobiliários e eletroeletrônicos, proporcionando mais conforto aos usuários. A reconstrução foi realizada mantendo as características centenárias do prédio da Santa Casa, no bairro do Umarizal, em Belém.
Larice Pires, que foi vítima de escalpelamento por motor de embarcação, no ano de 2005, aos sete anos de idade, no município de Prainha, Baixo Amazonas, destaca a importância do atendimento que agora será dentro da Santa Casa. “Agora vai ficar tudo bem mais fácil. Porque já vai ficar dentro do hospital. Não vai ter que ficar fazendo aquele percurso no sol. Principalmente para quem está fazendo curativos. Vai facilitar muito a nossa vida graças a Deus”.
“É um espaço que você se serve. É impecável, tudo maravilhoso. E há diferença entre o antigo e o novo. Lá era bom (referindo-se ao antigo local), mas também não tínhamos uma privacidade como aqui. Além dos banheiros, o ambiente é lindo com todos os quartos refrigerados. É muito lindo, temos sala de estudo e convivência. Tá top”, diz Larice.
Luzia Matos, assistente social e gerente do Espaço Acolher diz que voltar para cá foi importante. “Primeiro que o espaço ficou muito bonito, ficou muito bacana, né? Nós estamos com tudo muito novinho, todos os nossos mobiliários são novos, os quartos. Nós conseguimos aumentar quatro leitos, nós conseguimos botar rede nos quartos, que era um pedido de todos os usuários. Os nossos usuários, a maioria, vem do interior do estado, principalmente da região do Marajó”.