Agência Pará
pa.gov.br
Ferramenta de pesquisa
ÁREA DE GOVERNO
TAGS
REGIÕES
CONTEÚDO
PERÍODO
De
A
AGROECOLOGIA

Agricultores de São Geraldo do Araguaia aprendem técnica de controle fitossanitário

A capacitação oferecida pelo Ideflor-Bio e Promotoria de Justiça da Região Agrária de Marabá visa reduzir o impacto ambiental e promover segurança alimentar

Por Vinícius Leal (IDEFLOR-BIO)
10/08/2024 11h21

Em uma iniciativa voltada à promoção de práticas agrícolas sustentáveis, o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), em parceria com a Promotoria de Justiça da Região Agrária de Marabá, no sudeste paraense, realizou para agricultores do município de São Geraldo do Araguaia um minicurso sobre preparo de biocaldas, a fim de melhorar o controle fitossanitário em Sistemas Agroflorestais (SAFs) na região.

A capacitação enfatizou o manejo agroecológico e a gestão do uso de agrotóxicos, visando à redução do impacto ambiental e à promoção da segurança alimentar. No primeiro dia, o evento ocorreu na Chácara do Tupi, na Vila de Santa Cruz dos Martírios, onde os participantes aprenderam, na prática, técnicas de preparo de biocaldas. No segundo dia, a formação foi realizada na Chácara de Emival Borges, na região do Açaizal, área do Projeto de Assentamento Tira Catinga.

A engenheira agrônoma Keylah Borges, gerente da Região Administrativa do Mosaico Lago de Tucuruí do Ideflor-Bio, conduziu a capacitação, juntamente com o engenheiro ambiental José Augusto. Keylah ensinou aos agricultores o preparo da calda bordalesa, uma solução que utiliza cal e cobre, além da calda sulfocálcica, feita com enxofre, cal e água. Ambas são amplamente conhecidas por sua eficácia no controle de doenças em diferentes culturas. As duas técnicas, aplicadas tanto na fase de viveiro quanto na poda de formação, oferecem uma alternativa sustentável aos métodos convencionais de controle fitossanitário.

Cuidados - A calda bordalesa, além de ser um fungicida natural, desempenha um papel importante na redução do uso de agrotóxicos sintéticos, contribuindo para a preservação do meio ambiente e a saúde dos agricultores. A agrônoma enfatizou a necessidade de cuidados rigorosos durante o preparo e aplicação do produto. O uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) é essencial para evitar o contato direto com a substância, que pode causar irritações na pele e nos olhos.

Outro ponto abordado no curso foi a correta aplicação da calda bordalesa. “A temperatura ambiente deve ser observada atentamente: a aplicação em climas muito quentes ou frios pode comprometer a eficácia do tratamento. Dessa forma, os agricultores foram orientados a realizar o procedimento nas primeiras horas da manhã e no fim da tarde, quando as condições climáticas estão mais amenas, garantindo melhores resultados no controle de pragas e doenças”, disse Keylah Borges.

Técnicas - Além das técnicas de aplicação, os participantes aprenderam sobre manutenção adequada dos equipamentos de pulverização. Keylah Borges destacou a importância de remover o excesso da calda bordalesa dos pulverizadores após o uso, e de lavá-los com uma solução de vinagre (10%), na proporção de 1 litro de vinagre para 10 litros de água. Esse procedimento é essencial para evitar a corrosão dos equipamentos, prolongando a vida útil e garantindo a segurança do operador.

A formação seguiu rigorosamente as diretrizes estabelecidas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), assegurando que os agricultores locais pudessem adotar práticas seguras e eficientes em suas propriedades. Além de contribuir para a preservação ambiental, o uso de biocaldas é uma alternativa econômica, acessível e segura para o manejo de pragas e doenças, fortalecendo a agroecologia.

A promotora de Justiça Agrária de Marabá, Alexssandra Muniz Mardegan, disse que a parceria entre o Ministério Público do Pará e o Ideflor-Bio é essencial para o fortalecimento das políticas públicas voltadas à conservação da biodiversidade, à proteção de comunidades tradicionais que dependem diretamente dos recursos florestais para sua subsistência e ao fomento ao turismo de base comunitária. “Nosso objetivo principal é criar condições para que as comunidades da zona rural possam gerar renda e melhorar sua qualidade de vida, preservando, ao mesmo tempo, o meio ambiente”, enfatizou.

Aprendizagem - O gerente do Escritório Regional de Carajás do Ideflor-Bio, Márcio Holanda, disse que a capacitação em São Geraldo do Araguaia representa mais um passo importante na construção de uma agricultura sustentável, alinhada às necessidades das comunidades rurais e à preservação da biodiversidade.

“Os participantes expressaram gratidão pela oportunidade de aprender novas técnicas, que poderão ser implementadas em suas práticas agrícolas diárias. A iniciativa do Ideflor-Bio, em parceria com a Promotoria de Justiça da Região Agrária de Marabá, reafirma o compromisso com o desenvolvimento rural sustentável no sudeste do Pará, beneficiando diretamente os agricultores familiares e suas comunidades”, ressaltou Márcio Holanda.