NexBio Amazônia chega a última semana com colaboração da Fapespa
Evento encerra no sábado, em Belém, com visita à Ilha de Cotijuba
Com foco no desenvolvimento social e científico na Amazônia, a Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa) tem colaborado, nestes últimos dias, com a primeira edição do NexBIO Amazônia, como parte do Programa Suíço-Brasileiro de Inovação para Bioeconomia, promovido pela Swissnex Brasil. O evento reúne sete startups suíças e sete brasileiras, além de cinco pesquisadores suíços para um programa de duas semanas no Pará com imersão na realidade Amazônica.
A promoção é da Swissnex Brasil, uma rede global da Confederação Suíça que opera para conectar parceiros, projetos e iniciativas em educação, pesquisa e inovação. O programa oferece a chance de compreender o mercado e experimentar um ambiente, paisagem e cultura únicos para criar projetos ou produtos, por meio de diálogos com instituições governamentais e de pesquisa, laboratórios de inovação, mentores e especialistas do setor, além de encontros com clientes e potenciais parceiros. O principal objetivo é iniciar soluções tecnológicas sustentáveis, de curto prazo, fáceis e de rápida implementação que melhorem a sustentabilidade e a eficiência das cadeias de produção existentes.
As startups foram escolhidas para explorar a realidade amazônica, desenvolvendo soluções para temas prioritários definidos em um workshop realizado em novembro do ano passado. “O NexBio Amazônia é uma possibilidade de colocarmos startups suíças e brasileiras trabalhando juntas no desenvolvimento de soluções rápidas em cadeias de valor. Foram definidas quatro linhas de trabalho prioritárias no estado: cacau e cupuaçu, produtos florestais não madeireiros, pescado e óleos essenciais. A Fapespa colabora no desenvolvimento do programa, com orientações sobre a região amazônica e defendendo o interesse da região alinhado ao governo do estado”, explica o diretor científico da Fapespa, Deyvison Medrado.
Programação - O NexBio Amazônia foi planejado para oferecer uma experiência imersiva no ecossistema da bioeconomia brasileira, com foco no Pará, para trocar experiências com mentores, colegas e especialistas, ouvir clientes em potencial, aprender sobre a cultura e as regulamentações locais, validar suas hipóteses de mercado e pesquisa no ambiente brasileiro e conhecer as possibilidades com a revolução das cadeias de suprimentos sustentáveis de produtos florestais locais de alto valor. Por isso, os participantes estão envolvidos em atividades desde o dia 22 de julho, com aulas, workshops e visitações a locais representativos de Belém como o Ver-o-peso e a Ilha do Combu.
Na quinta-feira, 25, uma mesa-redonda sobre bioeconomia marcou, oficialmente, a abertura do evento. O momento contou com a presença de representantes da Fapespa, Semas, empreendedores locais e pesquisadores suíços e brasileiros. Nela, foram discutidos os diferentes entendimentos e práticas de bioeconomia. O objetivo foi explorar como os conceitos de bioeconomia podem se complementar entre os dois países, enriquecendo os modelos de negócios sustentáveis de ambos.
No final de semana, a programação seguiu com imersões nas atividades da sociobioeconomia e em comunidades indígenas das regiões de Altamira, sudoeste do Pará, e em Santarém, região oeste do estado. A programação retornou a Belém nesta semana, com visitas a institutos de pesquisa e desenvolvimento sustentável na Amazônia, como o Parque de Ciência e Tecnologia (PCT Guamá) e o Museu Goeldi. Além disso, haverá uma visita ao Movimento de Mulheres das Ilhas de Belém, em Cotijuba, onde será realizado o encerramento. Segundo Medrado, os locais foram colocados no roteiro considerando a configuração das cadeias produtivas e soluções a serem apresentadas pelas startups.
“O Pará foi escolhido para receber a primeira edição do programa por ter o primeiro plano estadual de bioeconomia, com o trabalho sendo desenvolvido há pelo menos dois anos. Já as cidades por onde o evento passou foram escolhidas com base nas cadeias produtivas elencadas como prioritárias: Belém por ser a capital do estado e ter um ecossistema de inovação efervescente, Santarém por ser referência em bioeconomia e Altamira por ser uma cidade emblemática representando a região do Xingu onde há a maior produção de Cacau do Brasil. Esperamos que as startups entrem em sinergia a partir destas duas semanas, para trabalharem em colaboração e multiplicar o conhecimento construído”, espera Medrado.