Em média, Fundação Santa Casa realiza 19 partos de gêmeos todos os meses em 10 anos
Nos últimos 10 anos, maternidade tem 2.332 partos gemelares ou 233 gêmeos por ano na capital paraense, Belém
Erika Teixeira com as filhas gêmeas Marisa e Esmeralda: "Uma felicidade grande, graças a Deus", afirma a mãe. “Ter gerado as minhas meninas é uma felicidade que não tem nem como contar, né? É uma felicidade grande, graças a Deus. A gente colocando primeiramente Deus em frente de tudo, porque eu passei uma dificuldade muito grande para estar com as minhas filhas hoje em dia nos meus braços”. Este é um depoimento emocionado da dona de casa Érika Teixeira, moradora do município de Bujaru, nordeste estadual, que teve as filhas na Santa Casa, neste mês de julho.
Érika Teixeira diz que fazer o pré-natal foi fundamental para descobrir que estava gestante de gêmeas. “Se não fizermos não descobrimos muitas situações. E foi em meu pré-natal que eu, na verdade, descobri bastante coisas, e segui todas as recomendações com os médicos, com o dentista, com as enfermeiras. É muito importante a gente fazer o pré-natal, todinho e completo”.
“Agora o momento é de cuidar de minhas crianças. Os meus outros três filhos e o pai estão ansiosos pela chegada de Marisa e Esmeralda em casa. Elas estão bem, é preciso dar de mamar para elas que sugam muito bem, graças a Deus”. Sobre a escolha dos nomes das gêmeas, Érica explica: “Marisa é uma homenagem a minha irmã, que o Papai do Céu um dia levou e Esmeralda foi uma escolha minha por iniciar com a primeira letra de meu nome”.
Maitê e MatiasNúmeros de gêmeos expressivos
A incidência de nascimentos de gêmeos representa um universo considerável na maternidade da Santa Casa, em Belém. Nos últimos 10 anos foram realizados 233 partos gemelares, além de 46 partos de trigêmeos. Segundo especialistas, uma gravidez de gêmeos traz mais riscos aos bebês e à mãe do que uma gestação simples, especialmente na hora do parto.
Para a ginecologista e obstetra Cláudia Coelho, houve um aumento dos partos gemelares de maneira geral. “Pesquisas apontam que a cada 42 crianças nascidas, um deles é gemelar. Esse aumento do número de gravidez gemelar se deve a mulheres que engravidam cada vez mais tarde, assim como técnicas de reprodução assistida, tipo fertilização in vitro, e até mesmo procedimento mais simples como indução da ovulação no próprio consultório”.
“Em uma gestação gemelar, assim como numa gestação única, o pré-natal é fundamental, por isso deve ser seguido à risca o número de consultas, realizar uma alimentação adequada, fazer o acompanhamento multidisciplinar com nutricionista, enfermagem, psicóloga, fazer uso das vitaminas, ter um descanso maior e a qualquer sintoma de contração, perda de líquido ou dores avisar logo o médico ou procurar uma urgência médica”, enfatiza a doutora Cláudia.
O casal Daiane e Messias Santos e os filhos gêmeos Maitê e Matias: "Uma benção", disse a mãe Daiane Método Canguru - Daiane Santos Menezes, dona de casa, moradora da zona rural do município de Acará, nordeste do estado, teve seus gêmeos este mês na Santa Casa, e por conta da prematuridade ficaram na enfermaria do método Canguru, onde evoluíram bem e já mamam direto no peito, e foram liberadas de alta pela equipe médica.
“Em meu pré-natal descobri aos cinco meses que estava com gêmeos. Foi uma grande surpresa, quase eu morro, porque a minha família não tem gêmeos. Eu nunca pensei que ia ter gêmeos. Mas como vieram minhas duas crianças, Maitê e Matias, é uma bênção. Só Deus para capacitar eu e meu marido para criarmos da melhor forma nossos filhos. Principalmente porque é uma experiência ainda nova para a gente, um desafio e tanto”, relata Daiane.
Messias Monteiro dos Santos, agricultor, esposo de Daiane, relata a felicidade em acompanhar a evolução dos gêmeos Maitê e Matias. “A chegada deles representa tudo, né. É mais uma vitória, uma bênção que Deus concedeu para cada um de nós. E para mim é muito gratificante ser pai de gêmeos, porque há um tempo atrás a minha avó foi mãe de gêmeos. E agora vivo essa história. E hoje eu só tenho que agradecer a Deus pela oportunidade que ele nos tem dado de poder ser pai de duas crianças abençoadas por ele”.
Como referência ao nascimento de crianças prematuras, a Santa Casa está credenciada, desde o ano de 2013, para a capacitação de outras instituições de saúde sobre o Método Canguru.
O Método Canguru é realizado por uma equipe multidisciplinar, capacitada na metodologia de atenção humanizada no atendimento ao recém-nascido de baixo peso em três etapas, definidas pelo Ministério da Saúde.
A primeira etapa é a da identificação e orientações às gestantes com risco de parto prematuro, no estímulo ao contato pele a pele durante o parto.
Após o parto, se for necessária a permanência do bebê na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal ou de Cuidados Intermediários Neonatal, é realizado o estímulo à lactação e à participação dos pais nos cuidados com o neném, se propondo a "posição canguru" sempre que possível.
A segunda etapa é realizada na Unidade de Cuidados Intermediários Canguru da Santa Casa, quando já existe a estabilidade clínica da criança, evidenciada por ganho de peso regular, segurança materna, interesse e disponibilidade da mãe em permanecer com a criança o maior tempo desejado e possível. A "posição canguru" é realizada pelo período que mãe e bebê considerarem seguro e agradável.
Já a terceira etapa se inicia com a alta hospitalar e exige o acompanhamento ambulatorial criterioso do bebê e da família.
Cuidados no pós-parto - A médica Claudia Castro reforça os cuidados no pós-parto, “principalmente no pós parto imediato é com a contração uterina adequada, pois devido a generalidade há um aumento do volume uterino em relação a uma gestação única, havendo possibilidade de hemorragia pós-parto”.
Realizar as medicações, continuar o uso das vitaminas, amamentar adequadamente (sendo que a amamentação ajuda na contração uterina e na evolução evitando o risco de hemorragia pós-parto), verificar se o sangramento está adequado, e em qualquer dúvida procurar um atendimento médico. É importante que também se pense no planejamento familiar para que não venha a engravidar logo em seguida.