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IGUALDADE SOCIAL

Escolas da rede estadual abordam a questão racial e combatem o preconceito

Por Redação - Agência PA (SECOM)
21/11/2015 14h33

Em pleno século XXI, crianças e adolescentes ainda abandonam os estudos, entre outros fatores, por serem vítimas de discriminação racial. Para combater essa prática, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) atua em ações e projetos específicos nas escolas públicas estaduais em Belém e no interior, expondo a estudantes, professores, gestores e funcionários de escolas e familiares de alunos aspectos da contribuição dada pelos povos negros ao Brasil e a importância do posicionamento contra a discriminação.

Apesar do preconceito ainda ser latente, dentro e fora da escola, o trabalho de conscientização e de combate ao preconceito feito pela Seduc vem resultando em demonstrações claras de que os estudantes passam por cima da diferença da cor da pele. Na Escola Estadual Magalhães Barata, por exemplo, as alunas Ana Carolina Lopes, 18 anos, e Livandra Figueiredo, 15, têm consciência que o preconceito existe, mas conseguem manter uma convivência harmoniosa. "Eu sofro discriminação, mas isso não me bloqueia, não deixo de fazer nada. Tenho orgulho de ser negra”, diz Carolina. A colega completa: “o racismo existe porque muitas pessoas ainda não saíram do século passado”.

O enfrentamento desses desafios na escola é acompanhado de perto ao longo do ano letivo pela coordenadora do projeto A Cor da Cultura, Aldelice Dias. Os alunos usam material tecnológico e assistem a palestras sobre a temática racial. Na última sexta-feira, na escola, ocorreu o painel “O que há de africanidade em cada um de nós?”, abordando a religiosidade, culinária, vestimenta e acessórios, cultura e arte. Essa foi uma das programações planejadas pelas escolas estaduais para marcar o dia da consciência negra.

As orientações à comunidade escolar são repassadas por técnicos da Coordenadoria para a Promoção da Igualdade Racial da Seduc, que desenvolve a formação continuada de professores, gestores, técnicos e equipes de apoio das escolas, para fazer delas espaços multirraciais e de diversidade. Mais de 300 professores de Belém e interior já foram atendidos, inclusive, com repasse de recursos pedagógicos sobre a história e cultura africana e afro-brasileira na nova etapa do projeto A Cor da Cultura, em parceria com a Fundação Roberto Marinho e o Ministério da Educação.

Segundo a coordenadora para a Promoção da Igualdade Racial da Seduc, Creusa Santos, novos kits didáticos do projeto são distribuídos, agora, pela Seduc às escolas. Ela explica que muito ainda precisa ser feito no enfrentamento da discriminação racial, mas é preciso aprender com os povos negros e não fraquejar na busca de justiça social. “Somente a escola não pode dar conta desse processo. É necessário que também participem desse trabalho a família, a produção cultural, a mídia e as religiões, por exemplo”, observa o professor Tony Vilhena.

Reconhecimento – O professor Vinícius Darlan Silva de Andrade recebeu em outubro a premiação na categoria “Professor” do Processo Afirmativo de Educação Escolar Quilombola, do 7º Prêmio Nacional Educar para a Igualdade Racial e de Gênero: Experiências de Promoção da Igualdade em Ambiente Escolar. A premiação é organizada pelo Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (Ceert).

Darlan foi reconhecido pela prática pedagógica “5ª Semana Integrada de Combate ao Racismo”, desenvolvida nas escolas Ademar de Vasconcelos, de Salvaterra, e Gasparino Batista, de Soure, ambas no Marajó. Como avaliam os técnicos da Coordenadoria para a Promoção da Igualdade Racial, muito ainda precisa ser feito no enfrentamento da discriminação racial. É preciso aprender com os povos negros e não fraquejar na busca de justiça social.

Para marcar a data, escolas estaduais fazem, ao longo do mês, programações sobre a Consciência Negra. A Escola Nagib Coelho Matni, localizada no bairro do coqueiro, promove a Semana da Consciência Negra, entre os dias 23 e 27 deste mês, com contação de histórias, danças, exposição de pratos da culinária afro-brasileira, palestras sobre movimentos como hip-hop e políticas públicas inclusivas para negros. O projeto foi fruto de conversas entre os professores, que acharam importante falar de todas as temáticas que abordam a cultura negra e assim fazer uma semana didática de conscientização.

Além das ações nas escolas, a Coordenadoria de Educação para Promoção da Igualdade Racial da Seduc promove uma ação pedagógico-cultural na Praça da República, neste domingo (22), às 9hs. O evento terá danças, apresentação de projetos de educação que combatem o racismo, participação de escolas que desenvolvem atividades de afirmação da identidade negra, além de intervenções de lideranças do movimento negro.