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Estado apoia iniciativa que apresentará estudos sobre a poluição marinha durante a COP 30

Com tripulação exclusivamente feminina, expedição da família Schurmann termina em Belém o roteiro científico que vai alertar sobre a presença de resíduos plásticos em frutos do mar

Por Brenno Rayol (SECOM)
15/07/2024 20h51

“Bem-vindos a bordo!”. Foi com esta frase que a família Schürmann recebeu a imprensa na Estação das Docas, em entrevista coletiva organizada pelo Estado para esclarecer temas relacionados a preservação ambiental. Retirar o plástico dos oceanos sempre esteve entre os pilares de atuação da família durante as expedições. Desta vez, um estudo inédito será feito sobre a presença de microplásticos em organismos marinhos, como ostras e mexilhões. O planejamento é para que o resultado desta pesquisa seja apresentado durante a Conferência do Clima da ONU, em Belém.

“Vai ser muito importante ter a oportunidade de mostrar esses resultados em um evento grande como esse (Cop30), porque abrangeu quase todo o litoral brasileiro. A gente entende que esse estudo vai ser muito relevante para dar suporte para políticas públicas. Estamos otimistas com os resultados desse estudo pro Brasil”, destacou Marília Nagata, bióloga marinha e líder cientifica da expedição.

Foram 70 dias e quase 10 mil quilômetros percorridos na costa litorânea brasileira durante a primeira expedição terrestre do grupo, desta vez, exclusivamente formado por mulheres. Voz dos Oceanos é o nome da iniciativa criada pela preservação dos mares. No total, 891 amostras de bivalves (frutos do mar) foram adquiridas nas mais de 20 cidades visitadas durante a rota que iniciou em Santa Catarina e terminou no Pará.

“No mundo todo as pesquisas têm avançado sobre entender quais são os riscos dos microplásticos para a saúde humana e muitos desses estudos apontam quais os alimentos que trazem esse material para o nosso corpo”, pontuou Marília.

O mercado do Ver-o-Peso também foi visitado pelas pesquisadoras. Entre 2021 e 2023, os estudos revelaram a presença de plástico e microplástico em 100 destinos nas Américas e na Oceania. Enquanto a tripulação feminina rodava a costa brasileira, Vilfredo Schürmann, líder da iniciativa, veio a Belém para este encontro da família com a imprensa. A Cop30 foi pauta não apenas pela pesquisa da expedição. A família Schurmann, que há 40 anos navega pelos mares  do mundo, tem outros planos para 2025, durante a Conferência do Clima da ONU.

“A ideia nossa é vir os dois barcos. Um veleiro fazendo toda a costa brasileira, que é o que fizemos duas voltas ao mundo, e outro que vai partir da África do Sul. Os dois vão se encontrar no mar e chegar até aqui. Além disso, vamos fazer uma exposição imersiva e interativa de nossas vidas e viagens nestes 40 anos.

As discussões sobre o futuro do planeta motivam o retorno da família ao Estado. Na última visita dos pesquisadores ao Pará, Santarém esteve na rota e o apoio do Governo foi relembrado durante a entrevista. “O Governo do Pará sempre nos deu apoio. Inclusive, em Monte Alegre, o Governador esteve conosco e visitou o veleiro Kat”, destacou o líder da família Schürmann.

Sobre a Voz dos Oceanos

A Voz dos Oceanos começou com uma expedição marítima com o apoio mundial do Programa da ONU para o Meio Ambiente – PNUMA, que já navegou por quase toda a costa brasileira (de Santa Catarina ao Pará, incluindo uma jornada pelos rios da região amazônica), a região do Caribe, por grande parte do litoral leste dos Estados Unidos, México, Canal do Panamá, Polinésia Francesa até chegar na Nova Zelândia, concluindo a primeira etapa da missão. O objetivo é tentar reverter a preocupante e grave invasão de resíduos, que sufocam os Oceanos, responsáveis por mais de 50% do oxigênio do planeta.

Entre as ações realizadas, a iniciativa supera a marca de 30 limpezas de praias ao redor do mundo, ultrapassando 40 toneladas de resíduos retirados das areias.