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SAÚDE PÚBLICA

Hospital Oncológico Infantil debate formas de aperfeiçoar acolhimento a paciente indígena

Programação reuniu profissionais em uma roda de conversa sobre assistência humanizada, que priorize a diversidade sociocultural das etnias

Por Leila Cruz (HOIOL)
13/07/2024 18h39

O Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo (Hoiol), em parceria com a Casa de Saúde Indígena (Casai), promoveu na sexta-feira (12), em Belém, uma roda de conversa sobre Acolhimento ao Indígena nos Serviços de Saúde. A iniciativa estabeleceu um diálogo a respeito da complexidade da assistência diante da diversidade sociocultural dos povos originários, e levou a equipe multidisciplinar a refletir sobre a importância da adaptação da assistência às particularidades das diversas etnias indígenas.

Assistente do Escritório de Experiência do Paciente, Elizabeth Cabeça ressaltou a necessidade de aprimorar a articulação da equipe assistencial com os pacientes e familiares. Segundo a profissional, integrante da equipe de humanização, a estratégia tem a finalidade de aperfeiçoar o acolhimento e o atendimento a essa população, formar vínculo entre os profissionais e usuários, amenizar o estranhamento e deixar a hospitalização mais humana e receptiva a quem passa pela ruptura dos seus costumes diários.Profissionais querem aprimorar a atenção aos indígenas na unidade de saúde

“Buscamos desenvolver um olhar mais atento e uma escuta mais sensível às necessidades culturais, étnicas e individualizadas de cada família. Uma das nossas principais dificuldades é manter uma comunicação efetiva com esse público, por isso estamos sendo orientados acerca de como devemos conduzir esse diálogo. Hoje, por exemplo, tomamos conhecimento que em algumas etnias somente o homem é autorizado a falar a língua portuguesa e, em outras, o paciente se comunica somente se sentir confiança no profissional”, informou.

Parceria - A Casai, local de recepção e apoio para indígenas que realizam tratamento nos serviços de referência do Sistema Único de Saúde (SUS), situada no distrito de Icoaraci (pertencente a Belém), mantém parceria com o Hospital Oncológico para facilitar o acesso e atendimento ao usuário.

Para o enfermeiro Raimundo Tembé, orientações sobre práticas e promoção à saúde a esses povos contribuem para que os profissionais consigam prestar uma atenção integral, resolutiva e responsável, até o paciente receber alta médica.

“Esse cuidado e acolhimento somente são possíveis quando a equipe multidisciplinar entende que é necessário conhecer a cultura, a língua e os hábitos de cada paciente assistido. Muitas etnias não falam o português, porque existe restrição, não podem falar outra língua que não seja a deles. Portanto, é necessário desenvolver competências para lidar com a diversidade de culturas do País e facilitar o diálogo intercultural. O importante é não dificultar o tratamento do indivíduo, mas fazer com que receba o melhor tratamento e a recuperação”, frisou Raimundo Tembé.

Ele também ressaltou que a busca por informação é imprescindível para que os profissionais consigam atender às necessidades dos povos originários. “É necessário engajar a todos para que a gente consiga promover o cuidado integral e um acolhimento em que nossos pacientes se sintam confiantes e seguros. E o Hospital Octávio Lobo tem buscado oferecer essa assistência humana e de qualidade. Isso é muito importante”, reiterou o enfermeiro.