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BIONEGÓCIOS

Ideflor-Bio promove curso de associativismo para indígenas em Paragominas

A iniciativa busca fortalecer as capacidades das associações indígenas para a restauração de seu território e a comercialização de sementes e mudas florestais

Por Vinícius Leal (IDEFLOR-BIO)
09/07/2024 15h45

O Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) Pará e o Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (Cirad) do Governo Francês, promoveu um curso de Associativismo para Gestão de Bionegócios na Aldeia Cajueiro, localizada na Terra Indígena Alto Rio Guamá. 

A iniciativa integra o Projeto Apoio à Gestão e Restauração Florestal da Terra Indígena Alto Rio Guamá, busca fortalecer as capacidades das associações indígenas para a restauração de seu território e a comercialização de sementes e mudas florestais. O curso contou com a participação de 20 indígenas, os quais representaram cinco associações dos seus territórios. 

Na formação, foram compartilhados conhecimentos sobre noções de associativismo e novos métodos de gestão de negócios florestais, essenciais para a sustentabilidade e autonomia das comunidades indígenas. A presença da Associação das Mulheres Indígenas do Gurupi (Amigui) foi destaque, com suas integrantes demonstrando interesse em aprender a comercializar as biojoias que produzem a partir de sementes florestais.

O Sebrae Pará, parceiro na execução do Programa Inova Pará, esteve presente na ação, reforçando seu compromisso com o desenvolvimento sustentável e inovador na região. A instituição trouxe sua expertise em empreendedorismo e negócios, contribuindo para a capacitação dos participantes e incentivando a geração de renda por meio de práticas sustentáveis.

Incentivo - Conforme a coordenadora do projeto pelo Ideflor-Bio, Claudia Kahwage, a formação dos povos e comunidades tradicionais que fazem a gestão das florestas e biodiversidade do Estado, é condição essencial para o sucesso da execução das políticas de bioeconomia. Ela afirma que os povos e comunidades tradicionais devem aprender a vender seus produtos.

“A realização do curso foi motivada pela dificuldade enfrentada pelas associações indígenas em gerir suas organizações e pela necessidade de transferência de conhecimento sobre o tema. Além disso, a iniciativa busca preparar as associações para que, no futuro, possam administrar seus próprios bionegócios de maneira eficiente e sustentável, promovendo a independência econômica das comunidades indígenas”, enfatizou.

O Projeto Apoio à Gestão e Restauração Florestal da Terra Indígena Alto Rio Guamá é um exemplo de como a cooperação entre diferentes instituições pode gerar resultados positivos para a preservação ambiental e o desenvolvimento socioeconômico das comunidades indígenas. Ao promover a restauração florestal e a comercialização de produtos oriundos da floresta, o projeto contribui para a conservação da biodiversidade e para a valorização dos conhecimentos tradicionais.

Fomento - O curso também faz parte das ações previstas no Plano de Bioeconomia do Pará, fomentado pelo Governo do Estado, no qual o Ideflor-Bio é parceiro. Este plano visa promover uma economia sustentável baseada no uso racional e na valorização dos recursos naturais, alinhando-se visando desenvolvimento sustentável da região.

Além da capacitação técnica, o curso proporcionou um espaço de troca de experiências e fortalecimento de redes de colaboração entre as associações indígenas. Os participantes puderam compartilhar desafios e soluções, criando um ambiente propício para o crescimento coletivo e a inovação em suas práticas de gestão.

O presidente do Ideflor-Bio, Nilson Pinto, a parceria entre o Instituto, o Sebrae Pará e o Cirad demonstra a importância da união de esforços para a promoção de uma bioeconomia inclusiva e sustentável. Ele avalia que a formação oferecida na Aldeia Cajueiro é um passo significativo para o fortalecimento das associações indígenas e para a construção de um futuro mais próspero e equilibrado para a Terra Indígena Alto Rio Guamá.

“A iniciativa é um marco na trajetória de desenvolvimento sustentável das comunidades indígenas do Pará, representando um modelo a ser seguido em outras regiões. O curso de Associativismo para Gestão de Bionegócios, ao capacitar os indígenas para a gestão de seus recursos e negócios, contribui diretamente para a sustentabilidade ambiental e a melhoria da qualidade de vida dessas comunidades”, disse o presidente do Ideflor-Bio.