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POLÍTICA PÚBLICA

Especialistas discutem violência contra mulher na edição de novembro do Café com Planejamento

Por Redação - Agência PA (SECOM)
26/11/2015 15h31

A Secretaria de Planejamento (Seplan) realizou na manhã desta quinta-feira (26) mais uma edição do Café com Planejamento, fórum mensal de discussão de políticas públicas, voltado aos servidores das áreas de planejamento, e ao público em geral, propondo temas atuais que possibilite um alargamento da visão multissetorial sobre o Estado e seus problemas.

O tema escolhido para este encontro foi “Desafios para o fim da violência contra a mulher”, e as palestrantes convidadas foram Denise Machado Cardoso, Doutora em Antropologia Social, e especialista em estudos de gênero e da cultura da violência do Grupo de Estudos e Pesquisas Eneida sobre Mulher e Relações de Gênero (Gepem) da Universidade Federal do Pará (UFPA); Adriana Reis, psicóloga, Mestra em Pesquisa do Comportamento e especialista em Saúde Mental e a delegada Janice Aguiar, ambas da Delegacia Especializada da Mulher (Pro Paz).

“O combate à violência contra a mulher não pode ficar restrito à sensibilidade de um ou outro gestor. Tem que se constituir em política pública junto aos programas afins, e de forma a reverter essa cultura que ainda nos caracteriza", afirmou José Alberto Colares, secretário de Planejamento. O assunto reverberou nas colocações da Dra. Denise que disse ser a prática da violência contra a mulher uma inversão de valores éticos enraizados no dia a dia, e, portanto justificáveis por quem a comete.

As estatísticas são alarmantes no que diz respeito ao grau da violência doméstica, mas ainda estão longe de expressar a realidade, e a necessidade de humanizar o atendimento à mulher violentada em seus direitos levou principalmente as organizações sociais, tendo o movimento negro, profissionais do sexo e quilombolas um papel relevante na conquista da criação de uma delegacia especializada.

Segundo a delegada Janice Aguiar são 16 delegacias no estado do Pará, sendo uma em Belém, localizada na travessa Mauriti, nº 2393, no bairro do Marco, que atende somente mulheres vítimas de violência doméstica. Funciona em regime de 24 horas com oito delegadas que se revezam fora do horário comercial em regime de plantão. “O Pro Paz Mulher vem atender e dar apoio às mulheres que sofrem diferentes tipos de violência, tanto física quanto moral, psicológica, sexual e patrimonial, orientando e encaminhando para os serviços competentes de maneira a restaurar-lhes a dignidade”, afirmou, lembrando ainda que o número 180 atende ininterruptamente.

A psicóloga Adriana Reis chamou a atenção para o isolamento que muitas mulheres se encontram em função da pressão sofrida, por vezes, durante anos, já desgastadas em um ciclo de violência que se repete indefinidamente, e por fatores diversos, entre eles o econômico e a dependência afetiva, acabam por não procurar ajuda.

A participação do público foi intensa, questionando sobre o tema e sobre o que fazer diante do conhecimento de um caso de violência, a quem recorrer, que lugares levar para atendimento imediato entre outros. A socióloga Jucirene Araújo comemorou a escolha do tema deste mês, e contribuiu com um dado: “a violência contra a mulher não faz distinção de classe, tanto faz se é A, B ou C - a violência é grande, em todos os níveis”, disse.

A discussão acontece em um momento propício, um dia depois do Dia Internacional da Não Violência contra as Mulheres (25), em meio a uma programação que segue até 10 de dezembro, antecedendo a 5ª Conferência Estadual de Políticas para as Mulheres, que vai se realizar no Centur, de 15 a 17 de dezembro.