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SUSTENTABILIDADE

Hospital Galileu mantém academia com aparelhos feitos de materiais recicláveis

Academia Sustentável foi montada com apenas R$ 150 e muita criatividade

Por Ascom (Ascom)
28/06/2024 15h57

O investimento é pouco, mas a qualidade é grande. Esse é um dos conceitos de sustentabilidade adotados no Hospital Público Estadual Galileu (HPEG), na Região Metropolitana de Belém. Referência do Governo do Estado em trauma ortopédico, a unidade também é reconhecida pelos projetos que aliam a necessidade assistencial ao respeito ao meio ambiente. Em um espaço ao ar-livre, a instituição montou uma academia para seus usuários com apenas R$ 150 e também com a utilização de matérias de sucatas e outros que seriam descartados no lixo. Se os aparelhos fossem comprados, no mínimo, o investimento seria de R$ 12 mil.
 
Estrategicamente pensada em reabilitar pessoas que tiveram algum tipo de trauma, tubo de PVC, panelas velhas, pedaços de cama, de maca, de bancos, chapas de ferro, cadeira de rodas quebradas e até bandejas, se transformam em aparelhos de ginástica e de esporte. Ao total, são sete equipamentos além de uma rede de basquete.
 
"Temos uma bicicleta tradicional e de mão, andador, mobilizador de braços, simulador de caminhadas, cesta de basquete, todos feitos com materiais de sucata", disse oficial de manutenção do HPEG, Gilvado Gonçalves, responsável pela confecção dos aparelhos. Para seu Gil, como é chamado carinhosamente por todos da unidade, é preciso de pouco para entregar muito ao seu próximo.
 
"Aqui nada vai para o lixo. Tudo pode ser reciclado, pode ser recuperado, pode ser reaproveitado. Sustentabilidade é isso. Trata-se da transformação das coisas do cotidiano para trazer benefício a quem precisa. Para fazer a academia, por exemplo, apenas as tintas foram compradas, no total de R$ 150. O restante do material é de objetos que estão fora de uso, principalmente de ferragem", lembrou seu Gil.
 
Terapia
 
A Academia Sustentável é responsável em aliar a prática da atividade física com a interação social, além de contribuir para a melhoria da qualidade de vida e do bem-estar dos usuários. Há dois anos, Silvano da Silva Rocha, de 39, mudou sua rotina e precisou passar por diversos procedimentos cirúrgicos para tratar de uma fratura na perna direita. O vigilante se envolveu em um acidente de moto em abril de 2022. "Já fiz vários procedimentos. Atualmente estou em tratamento de osteomielite de tíbia", comentou.
 
Há 44 dias internado no Galileu, ele vê o espaço como um alívio das suas dores e ansiedade. "É importante essa academia, pois ficamos muito tempo no quarto, e quando estamos nela, há uma interação. O espaço nos ajuda a movimentar melhor e manter as condições físicas", afirma. Na Academia Sustentável, Silvano faz bicicleta, alongamento, exercício na panturrilha e no braço.
 
Todos os pacientes levados ao espaço, acompanhados pela equipe de fisioterapia do HPEG e devem manter critérios para ir à parte externa do prédio.
 
"Pode fazer uso todo e qualquer paciente internado, sendo que esteja clinicamente estável e apto a realizar esses atendimentos fisioterapêuticos.  Temos sessões todos os dias. Os exercícios melhoram na qualidade de vida, na independência funcional, na estabilidade do humor e acelera o processo de reabilitação", detalhou Evelyn Pastana, fisioterapeuta do HPEG.
 
Benefício
 
A diretora-executiva do HPEG, Liliam Gomes, destaca que a prática faz parte do tripé operacional e de gestão da unidade. “Temos como primícias a assistência, a sustentabilidade e a humanização. A academia do Galileu é reflexo de um atendimento holístico, onde levamos ao nosso paciente, uma assistência de qualidade, o bem-estar mental e social, aliado ao uso consciente de nossos recursos”, destacou a gestora;
 
"Eles passam pouco tempo na academia, porém conseguem se distrair, ver pessoas, interagir com outros pacientes que estão na mesma situação. Além da prática de atividade física, a Academia Sustentável proporciona um ambiente de interação e contato social", pontua Liliam Gomes.
 
Perfil – A unidade, localizada na Avenida Mário Covas, na Grande Belém, é administrada pelo Instituto Social e Ambiental da Amazônia (Issaa), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).

"Uma gestão sustentável significa gerir uma organização valorizando todos os fatores que a engloba. Por isso, realizamos a gestão nas unidades de saúde as quais gerenciamos, priorizando o cidadão e respeitando o meio ambiente. No Galileu, temos diversas práticas, como a segregação de lixo, recuperação de mobília, assim como na Policlínica Metropolitana, com o uso de captação de energia solar e da água de chuva para o uso nos banheiros e na limpeza da unidade", frisou Rodrigo Moreira, diretor administrativo do Issaa.

O Hospital Galileu dispõe de 104 leitos de internação e mantém o serviço de reconstrução e alongamento ósseo, cirurgias de traqueia e urológica, como hiperplasia prostática benigna, exclusão renal e triagem com biópsia de próstata.

Texto: Roberta Paraense