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SAÚDE PÚBLICA

CIIR enfatiza o ‘Dia Nacional da Diabetes’ com alerta à prevenção e garantia de atendimento

O Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação, mantido pelo governo do Estado, orienta para a necessidade de alimentação balanceada a fim de evitar a obesidade, um dos fatores de risco para a doença

Por Pallmer Barros (CIIR)
25/06/2024 10h20

O Dia Nacional da Diabetes - 26 de Junho, foi instituído pelo Ministério da Saúde, em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), para estimular políticas públicas que promovam o diagnóstico precoce e favoreçam aos portadores da doença a possibilidade de viver com bem-estar, sob orientação de especialistas, por meio de tratamento adequado. Em Belém, essa diretriz integra o trabalho diário do Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), que oferece consultas em Endocrinologia e Nutrição.

De acordo com Letícia Barros, endocrinologista do CIIR, a Diabetes é uma patologia crônica, em que o corpo não consegue produzir ou empregar adequadamente a insulina, hormônio fabricado pelo pâncreas, órgão responsável pela manutenção do metabolismo da glicose. 

“A carência de insulina no organismo acarreta déficit nessa metabolização da glicose e a deficiência da ação da insulina, porque a tipo 1 é a falta da insulina, logo, o paciente tem carência de insulina. Na tipo 2, o paciente tem resistência à insulina, pois ela não consegue exercer sua função da maneira que deveria. A tipo 2 é associada à obesidade. A doença tem como característica altas taxas de açúcar no sangue, ou seja, a hiperglicemia de forma permanente”, informou a especialista.

A médica Letícia Barros acrescentou que o diagnóstico é raro em pessoas jovens. Em crianças, geralmente é tipo 1, porque é autoimune. A doença não tem cura e pode ser diagnosticada em qualquer faixa etária. Em casos graves, causa amputações de membros, e o paciente se torna uma Pessoa com Deficiência (PcD).

Dentre as mais comuns, há a Diabetes na gestação. “Para o Diabetes Gestacional existem várias vertentes, como a mulher ter antes da gravidez e não saber; ter o quadro clínico de obesidade, hipertensão, ou possuir a síndrome dos ovários policísticos. Estes aspectos geram maior risco de desenvolver a doença, podendo ou não persistir após o parto. A gravidez por si já é diabetogênica, porque tem a tendência a aumentar a glicemia por conta do feto”, informou a médica.

Os outros tipos da comorbidade são genéticos, associados a outras doenças, como pancreatite, neoplasia e fibrose cística. Ainda de acordo com Letícia Barros, os principais sintomas são “a pessoa sentir fome excessiva; vontade de urinar diversas vezes ao dia; perda de peso de modo rápido sem dietas e prática de atividade física; fadiga; formigamento nos pés; visão embaçada e náusea”.

Alimentação balanceada – Segundo a nutricionista clínica do CIIR, Jessica Ventura, para quem tem Diabetes o ideal é priorizar uma alimentação balanceada, rica em fibras, principalmente carboidratos integrais e frutas. 

“Por conta das fibras, a glicose é liberada em uma velocidade menor no nosso organismo, evitando o pico de glicemia. Carboidratos simples, como o pão branco; doces concentrados, como goiabada, doce de leite e chocolate ao leite, são digeridos e absorvidos rapidamente pelo nosso organismo, fazendo com que o aumento da taxa de glicose no sangue seja mais rápido. É necessário um profissional para ensinar a diferenciar alimentos de alto e baixo índice glicêmico, e assim poder adequar nossa alimentação. A prática de exercício físico também é uma importante aliada nesse tratamento e na prevenção”, aconselhou a nutricionista.

Entre os reabilitandos que fazem acompanhamento no Setor de Nutrição no CIIR estão os gêmeos Rômulo e Rodrigo Pereira, 10 anos. De acordo com a mãe das crianças, Ana da Cruz, 57 anos, no último exame ambulatorial o resultado apontou pré-diabetes.

“Confesso que antes eu não monitorava a alimentação. Foram engordando aos poucos, mas eu estava imaginando que fosse da tireoide. A endocrinologista e a nutricionista solicitaram exames e constatou a pré-Diabetes. Agora, é controlar a alimentação. Ambos têm o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Então, é complicado monitorar por conta de aspectos sensoriais, por exemplo, que incluem a seletividade alimentar. Na minha família há pessoas com Diabetes. Meus filhos são novos para este diagnóstico. E temos essa questão da hereditariedade. Fiquei preocupada. A nutricionista passou a lista de alimentos para realizar a dieta em casa, e sugeriu a prática de atividade esportiva. Como eles já fazem reabilitação no CIIR, deve ser incluso o esporte adaptado no plano terapêutico deles”, disse Ana.

Dados – Segundo dados divulgados no Atlas da Diabetes, pela Federação Internacional de Diabetes (IDF), a estimativa da incidência da doença em 2030 é de 21,5 milhões de diagnósticos. Ainda de acordo com a IDF, o Brasil ocupa o quinto lugar no ranking de países com maior incidência de Diabetes no planeta, atrás, respectivamente, de China, Índia, Estados Unidos e Paquistão.

A revista científica The Lancet publicou em 2023 que o número de diabéticos praticamente dobrará em pouco menos de três décadas. Segundo a publicação, o mundo deverá ter 1,3 bilhão de pessoas com a doença em 2050.

Os usuários podem ter acesso aos serviços do CIIR por meio de encaminhamento das unidades de Saúde, acolhidos pela Central de Regulação de cada município, que por sua vez encaminha à Regulação Estadual. O pedido será analisado conforme o perfil do usuário pelo Sistema de Regulação Estadual.

Serviço: O Complexo de Reabilitação pertence ao Governo do Pará, administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). O Centro funciona na Rodovia Arthur Bernardes, n° 1.000, em Belém. Mais informações: (91) 4042-2157 / 2158 / 2159.