CIIR proporciona vivência musical aos reabilitandos
Concentrados e encantados com o momento, crianças e jovens, acompanhados dos pais, que integram a “Oficina de Música” do Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), tiveram nesta quinta-feira (20), a oportunidade de participarem do “Vitrine EMUFPA 2024”, evento promovido pela Escola de Música da Universidade Federal do Pará (EMUFPA), em Belém, que tem o objetivo de aperfeiçoar o aprendizado musical com diálogos e trocas de ideias tornando a programação um ambiente de partilha de conhecimentos em sociedade.
Pela primeira vez no evento, a participação do Grupo de Percussão do CIIR é fruto de um projeto que tem o intuito de incentivar um olhar "cultural como vivência de mundo” aos alunos/reabilitandos do Centro apresentando o talento do grupo que é conduzido pelos professores de Música, Messias França e André Gesiel.
“A proposta objetiva despertar os alunos para a socialização pretendendo ir além das apresentações internas que eles já realizam durante os eventos no CIIR. É um trabalho de inclusão de artistas Pessoa com Deficiência (PCD) nas quatro linhas: visual, auditiva, intelectual e física, nos espaços culturais da cidade. O convite veio por meio do Grêmio Estudantil da EMUFPA que promove o evento. É uma oportunidade para os nossos usuários levarem para a sociedade um pouco da prática artística adquirida durante as aulas de Música ofertada no CIIR”, enfatiza Denise Morais, supervisora do Arte e Cultura, setor que conduz as Oficinas Artísticas no Centro de Reabilitação.
A profissional reforça que após a participação, a Oficina de Música pretende buscar mais oportunidades para a realização de apresentações externas do Grupo de Percussão do CIIR que, atualmente, acontecem apenas durante as aulas em meio aos acompanhamentos e em eventos realizados na instituição que trabalha as quatro linguagens artísticas - Teatro, Música, Dança e Artes Visuais.
"O setor de Arte e Cultura pretende expandir cada vez mais o desenvolvimento dos nossos usuários, paralelamente as terapias gerando o protagonismo deles. Além do mais, realiza-se o fomento da cultura e inclusão social que é um direito deles", complementa o professor de Música, Messias França.
Entre os entusiasmados do grupo estava Ryan Sanches, de 21 anos, que possui o diagnóstico de autismo, destaca a sua participação ser válida para o seu acompanhamento. “Porque eu socializo. Antigamente, eu não tinha muita socialização com as pessoas. Era muito difícil eu falar com alguém. Além do mais, é um aprendizado pois, a gente aprendi a tocar os instrumentos além do canto. Foi gratificante eu ter participado junto aos meus amigos da Oficina. É um reconhecimento”.
Da mesma forma, a mãe do rapaz, Iracema Bezerra, 56 anos, celebra o momento junto ao filho. “É uma felicidade vê-lo hoje em dia estar participando de eventos como este. É uma batalha constante. Feliz, muito feliz, por este momento. Fiquei mais nervosa que ele para a apresentação, porque o Ryan nunca se apresentou para um público externo. Agradeço ao CIIR pela oportunidade e o suporte ao progresso do meu filho. Que ele avance cada vez mais”, almeja a genitora.
Para a apresentação, o Grupo de Percussão do CIIR preparou o estilo musical chamado de “Lundu”, um ritmo amazônico com predominância de som de tambores, caxixis e maracas, muito marcado pela dança lenta e compassada.
Atendimento - Os usuários podem ter acesso aos serviços do Centro por meio de encaminhamento das unidades de Saúde, acolhidos pela Central de Regulação de cada município, que por sua vez encaminha à Regulação Estadual. O pedido será analisado conforme o perfil do usuário pelo Sistema de Regulação Estadual.
Serviço: O Complexo de Reabilitação pertence ao Governo do Pará, administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). O Centro funciona na rodovia Arthur Bernardes, n° 1.000, em Belém. Mais informações: (91) 4042.2157 / 58 / 59.