Arraial do Pavulagem traz cultura amazônica para Ophir Loyola
Cortejo animou pacientes, acompanhantes e servidores ao som do rufar dos tambores
Um misto de cultura e alegria tomou conta dos corredores do Hospital Ophir Loyola (HOL) durante o arrastão promovido pelo Arraial do Pavulagem, nesta quinta-feira (20). O coletivo de artistas, que celebra 36 anos de história, encantou usuários, acompanhantes e servidores com o colorido das fitas e ritmos da cultura popular paraense. A iniciativa, promovida pela equipe de Terapia Ocupacional da unidade hospitalar, despertou memórias afetivas e promoveu bem-estar e senso de comunidade para as pessoas hospitalizadas.
“As expressões artísticas reduzem o estresse ocasionado pelo adoecimento, aumentam a sensação de bem-estar e humanizam o processo do cuidar. Aqui, recebemos pacientes acometidos por doenças graves e que necessitam de intervenções que amenizam a ansiedade e oportunizem momentos de ludicidade, entretenimento e socialização. Também é uma maneira de ajudá-los a enfrentar os desafios impostos pela hospitalização e inseri-los nesse contexto junino para que não fiquem à margem da sociedade”, destacou a chefe da Divisão de Terapia Ocupacional, Márcia Nunes.
Moradora do bairro de Canudos, Maria Rita da Silva, 68 anos, faz tratamento desde o ano de 2020 contra o câncer de mama. Embora enfrente um recidiva da doença, não se deixa abater. Ela encontra nas ações de humanização do hospital, uma forma de ressignificar o processo de enfrentamento da doença, a vida. Com trajes a rigor, era uma das brincantes mais animadas do cortejo .“Não é porque aconteceu algo em minha vida que preciso ficar triste, procuro me animar. Isso que estão fazendo aqui é para transformar o coração dos pacientes. Estou aqui para vencer e ir até o final, acordo feliz e a minha vida continua”, disse.
O cortejo percorreu o ambulatório, os serviços de hemodiálise, quimioterapia e clínicas de internação. Para a coordenadora do cortejo nos hospitais, Diene Sena, é sempre muito gratificante, já que estão vários anos colaborando com o Ophir Loyola. “Trazer esse momento cultural para dentro do hospital é realmente algo maravilhoso, porque as pessoas não podem estar conosco aos domingos, mas nós podemos vir trazer a nossa alegria para eles. É algo que fazemos de coração e, se possível, os 1.200 integrantes estariam aqui, pois todos querem participar dessa iniciativa tão bonita”, frisou.
Enfermeiro de profissão e pernalta de coração, Ítalo Santos, de 25 anos, mostrou toda a irreverência de um integrante do Batalhão do Estrela. Para ele, que está há um ano e meio nesta missão em prol da cultura, é um grande momento. Desde maio se prepara nos ensaios e nas oficinas.
“Fazer essa movimentação para um ambiente hospitalar com o intuito de alegrar os pacientes e fortalecê-los em meio a tantas angústias, alegra o nosso coração. Assim como a batida dos instrumentos nos aquece, eu acredito que aqueça o coração deles também. Então como pernalta viver isso e poder colaborar para a melhora deles é motivo de satisfação”, concluiu.