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Paciente é curada de tipo agressivo de leucemia no Hospital Ophir Loyola

Tratamento personalizado a partir das informações obtidas com a análise genética reduz os efeitos colaterais da quimioterapia e aumenta a chance de cura

Por Leila Cruz (HOL)
18/06/2024 18h16

Crisla Santos, de 31 anos, celebrou a vitória contra um câncer agressivo no Hospital Ophir Loyola (HOL). A paciente estava em tratamento contra leucemia promielocítica aguda (LPA), um subtipo que representa de 10 a 15% dos casos de leucemia mieloide aguda (LMA). Considerada uma urgência em hematologia, esse câncer pode levar ao óbito do paciente em um intervalo curto de tempo, caso não seja diagnosticado em tempo hábil. Apesar de acometer pessoas de qualquer faixa etária, é mais predominante em adultos jovens.

Um sangramento na gengiva, levou Crisla a receber um diagnóstico errado de dengue hemorrágica. Após internação, recebeu alta médica e retornou ao município de Castanhal, onde reside. Manchas roxas espalhadas pelo corpo e suor noturno fizeram com que fosse encaminhada à Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa). O exame de sangue atestou leucemia - câncer que afeta a medula óssea, responsável por produzir as células sanguíneas.

“O Hemopa é referência para doenças hematológicas não oncológicas, logo, são encaminhados pacientes para o diagnóstico de anemia ou alterações nos leucócitos, ou plaquetas. Caso o hemograma identifique uma leucemia, encaminhamos o paciente para o hospital oncológico”, explicou Saide Trindade, médica hematologista do Hemopa.

Referência no tratamento das doenças hematológicas malignas no Pará, o HOL dispõe de Laboratório de Biologia Molecular com tecnologia avançada para a classificação de leucemias. A unidade hospitalar realiza planejamento clínico individualizado a partir das informações obtidas com a análise genética. Também fornece informações específicas para a montagem de esquemas de quimioterapia e obtenção de resultados mais precisos. Isso aumenta a possibilidade de cura e reduz os efeitos colaterais da quimioterapia.

“Quando cheguei ao ‘Ophir Loyola’, passei por novos exames e descobriram um tipo de leucemia agressivo. Passei mais de um mês internada. A médica chegou a cogitar a necessidade de transplante de medula óssea, mas não foi necessário. Foram três anos de tratamento com quimioterápicos e outras medicações, de 2016 a 2019”, contou a paciente.

Durante o adoecimento, Crisla precisou trancar a faculdade e deixar de trabalhar. Com a remissão da doença, conseguiu concluir os estudos e retornou às atividades laborais. “Eu passei pela fase de controle com consultas e exames de rotina, conforme o protocolo do hospital. Nesse período fiquei grávida e me tornei mãe de um menino. Agora estou curada, graças a Deus e à Nossa Senhora, tocando o Sino da Vitória! Só penso em levar uma vida normal”, disse.

Leucemias podem ser confundidas com outras doenças

Os sintomas das leucemias são muito variáveis e podem ser confundidos com sintomas de outras doenças, como fraqueza, febre, palidez  e sangramentos sem explicação aparente . Um simples hemograma pode levantar a suspeita de leucemia, mas o diagnóstico é confirmado por testes especializados, como o mielograma, citometria de fluxo e testes moleculares.

Há dois grupos da doença: as crônicas e as agudas. As leucemias crônicas possuem uma evolução mais lenta, em meses ou anos. Por outro lado, os casos de leucemia aguda, têm progressão rápida e afetam de forma muito agressiva a capacidade de defesa do organismo. Esses tipos de câncer necessitam de tratamento imediato com quimioterapia e maior atenção com os doentes.

Segundo a hematologista do  Hospital Ophir Loyola, Lucyana Leão, a leucemia promielocítica aguda “é caracterizada pela proliferação anormal de células imaturas (promielócitos), que não amadurecem e comprometem a produção das células sanguíneas”. 

“É uma doença que possui alto risco de hemorragia e tem causas genéticas. Entretanto, é curável quando tratada precocemente. A nossa paciente fez um tratamento intensivo com quimioterapia e foi acompanhada durante cinco anos para detectar uma possível recidiva. Nesse período não teve nenhuma recorrência e recebeu alta em 2024. Ela está curada de uma das doenças oncohematológicas mais agressivas”, comemorou a especialista.