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SAÚDE PÚBLICA

Especialista do Natea da Policlínica Lago de Tucuruí alerta para sinais de autismo na infância

TEA pode ser caracterizado pelo desenvolvimento atípico no comportamento da comunicação e interação da criança

Por Ascom (Ascom)
14/06/2024 14h22

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por comportamentos fora do comum e indicados com sinais de déficits na comunicação e na interação social. Com a prevalência no sexo masculino, os indícios podem ser percebidos nos primeiros meses de vida da criança, sendo o que o ideal é o diagnóstico estabelecido por volta dos 3 anos de idade.

Katya Barros, especialista do Núcleo de Atendimento Transtorno do Espectro Autista (Natea), da Policlínica Lago de Tucuruí, explica que os padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados, podem ser um sinal de autismo. A unidade do Governo do Estado é referência em atendimento de saúde especializada, no sudeste paraense.

“Os sinais são neurológicos e podem interferir com a aquisição, retenção ou aplicação de habilidades ou conjuntos de informações específicos. Com sintomatologia voltada para a dificuldade na interação social, comunicação e linguagem e rigidez de comportamento, ou seja, quando as coisas têm de ser exatamente como eles querem”, explica Katya Barros, psicóloga do Natea.

A criança pode apresentar movimentos repetitivos do corpo, como bater a cabeça, balançar as mãos e os braços com frequência. Pessoas com autismo também podem ter sensibilidade aos estímulos sensoriais como luzes brilhantes, ruídos altos, texturas de alimentos ou toques físicos. 

A psicóloga também alerta que outros sinais que podem aparecer são a dificuldade na compreensão e na expressão de emoções; dificuldades na rotina do sono, como insônias, acordar várias vezes durante a noite ou mesmo, ter dificuldades para adormecer.

Dificuldades na fala também podem indicar o autismo, assim como, a coordenação motora comprometida. Algumas crianças, por exemplo, podem ter dificuldades com habilidade do dia a dia, como amarrar os cadarços dos sapatos, segurar o lápis, praticar esportes e, até mesmo, usar talheres corretamente.

Algumas pessoas com o aspecto autista também podem se interessar por temas característicos de forma mais acentuada que as outras. Mantendo um interesse fixo e intenso por assuntos e áreas específicas, as memorizando e falando intensamente sobre o tema.

Diagnóstico - Katya Barros destaca também que é ideal que o diagnóstico seja fechado por volta dos 3 anos de idade. “Ele se dá através de avaliação neuropsicológica e avaliação neurológica”, diz a especialista.

Uma vez que o diagnóstico tenha sido concluído, a família deve seguir firme com a realidade apresentada. “Deve-se focar nas habilidades da criança e buscar conhecer o que é o TEA e as terapias de reabilitação. Embora não tenha cura, a pessoa pode ser tratada precocemente e o desenvolvimento da criança será grande na aquisição de habilidades sociais e do aprendizado”, garantiu a especialista.

Também é necessário mudanças na rotina. “A família deve trabalhar como continuidade das atividades realizadas em terapia e da escola, buscar introduzir novas práticas e rotinas capazes de estimular o funcionamento do cérebro, promover a interação social e a independência da criança”, concluiu.

Desafios - A mãe de José Henrique, Suelen Ramos, de 36 anos, lembra dos primeiros sinais apresentados pelo pequeno, hoje com 3 anos. “Ele já falava algumas palavras como ‘mama’, ‘mingau’, dava tchau, mandava beijo e, simplesmente, parou. José já não atendia mais pelo nome”, comentou a manicure.

Suelen disse que quando recebeu o diagnóstico, já suspeitava do resultado, pois os sinais no comportamento do menino já davam indícios do TEA. “Mesmo assim ainda foi um baque. A rotina familiar foi totalmente alterada. Tive de me moldar a ele e tentar me adaptar aos comportamentos e crises. O Natea foi o passo inicial ao tratamento”, afirmou.

Atendimento - A unidade é gerenciada pelo Instituto Social e Ambiental da Amazônia (ISSAA). Para acesso ao atendimento no Natea pela primeira vez, os municípios da área de abrangência do complexo regulador estadual regional devem realizar a solicitação via sistema de regulação ambulatorial, direcionada à especialidade identificada como Pediatria – Natea, que é a especialidade definida como porta de entrada do serviço e atende exclusivamente a demanda do público do Natea e coordena o fluxo de encaminhamentos internos de acordo com as necessidades específicas de cada usuário. 

O funcionamento da Policlínica Lago de Tucuruí é de segunda a sexta-feira, das 07 às 19h. O serviço de hemodiálise também funciona aos sábados, em dois turnos. A unidade fica na Avenida Raimundo Veridiano Cardoso, nº 1008, no bairro Santa Mônica, e o funcionamento é realizado 100% gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Texto: Ascom/ Poli Lago de Tucuruí