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MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE

Capacitação em Sistemas Agroflorestais incentiva sustentabilidade no Xingu

Sistemas agroflorestais reúnem as culturas de importância agronômica em consórcio com plantas da floresta, e promovem a recuperação do solo

Por Vinícius Leal (IDEFLOR-BIO)
14/06/2024 10h59

Nos dias 13 e 14 de junho, o município de Altamira, na região sudoeste paraense, recebeu a capacitação em “Sistemas Agroflorestais (SAFs), Viveiros e Mudas Agroflorestais”. A iniciativa faz parte do Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável (PDRS) do Xingu, em parceria com o Consórcio Intermunicipal da Transamazônica e Xingu (CIDS), a empresa Flora Amazônia, com o apoio do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio).

A capacitação contou com a participação de importantes nomes do cenário acadêmico e da pesquisa. Entre os palestrantes estavam o doutor em Fitopatologia pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e professor da Universidade Federal do Pará (UFPA), Miguel Alves; Fernanda Cardoso e Thaisa Moreti, ambas pesquisadoras especialistas do Instituto Senai de Inovação. Cada um trouxe contribuições valiosas, compartilhando conhecimentos e experiências sobre técnicas e inovações no campo dos SAFs e viveiros agroflorestais.

O professor, Miguel Alves, destacou a importância da integração de sistemas agroflorestais como uma alternativa sustentável para a recuperação de áreas degradadas. “Os SAFs são uma ferramenta crucial para a sustentabilidade ambiental e socioeconômica, especialmente em regiões como a Amazônia, onde a pressão sobre os recursos naturais é intensa”, afirmou ele.

Novas tecnologias

As pesquisadoras do Instituto Senai de Inovação, Fernanda Cardoso e Thaisa Moreti, focaram suas apresentações nas novas tecnologias e práticas de manejo para viveiros e produção de mudas. Fernanda enfatizou a necessidade de inovação constante para enfrentar desafios climáticos e biológicos, enquanto Thaisa abordou a importância da qualidade das mudas para garantir o sucesso dos projetos de reflorestamento.

O evento também foi marcado pela participação do gerente de Tecnologia Florestal do Ideflor-Bio, Cleberson Salomão, que apresentou as ações desenvolvidas pelo órgão na região. Salomão parabenizou a organização e o esforço conjunto das instituições envolvidas, destacando o impacto positivo dessas iniciativas na recuperação ambiental e no desenvolvimento sustentável local.

Oportunidades - De acordo com o coordenador do projeto 061-2015 do PDRS-X, Maxwell Medeiros, essa capacitação é importante para que os técnicos possam, a partir daí, conseguir tocar o projeto por conta própria em suas localidades. “Neste sentido, estamos fornecendo aqui a base técnica, com a parte prática, para que eles coloquem em prática nos seus municípios”, frisou. 

Para o coordenador do campus da Universidade Federal do Pará (UFPA) de Altamira, Djair Alves Moreira, falar em desenvolvimento regional é algo muito importante para qualquer região do mundo, principalmente em se tratando de Transamazônica. 

“Essa é uma região com tantos potenciais, mas com tanta dificuldade. Esse evento é muito importante justamente porque você está falando da cultura do cacaueiro, que é uma das principais atividades dessa região e que tem uma deficiência de pesquisa e de ciência inovação muito grande. Trabalhar com a cultura, como o professor Miguel falou na palestra dele, inicialmente você tem que produzir mudas de qualidade e a partir daí, se trabalhar a produtividade do cacau”, destacou. 

Aprendizagem - Os técnicos presentes na capacitação tiveram a oportunidade de participar de oficinas práticas, onde puderam aplicar os conhecimentos adquiridos e discutir soluções para os problemas enfrentados no dia a dia. Essas oficinas são essenciais para garantir que as teorias aprendidas sejam efetivamente implementadas em campo.

Além das oficinas, o evento proporcionou um espaço de networking entre profissionais e pesquisadores, promovendo a troca de experiências e o fortalecimento de parcerias. Essa interação é crucial para o desenvolvimento de projetos mais robustos e inovadores.

O gerente do Escritório Regional do Xingu do Ideflor-Bio, Israel Oliveira, afirma que essa é uma iniciativa que, além do fomento, também trás a capacitação. 

“Existe muitos projetos que trazem o fomento, porém, a gente se perde por não estar preparado para implantar no campo, por exemplo, o Sistema Agroflorestal. Com a capacitação, isso vai ser implantado de alto nível. Portanto, é uma atividade que já começa produzindo acima da média regional. Além de ter o fomento, com a capacitação, o produtor já vai fazer de forma diferenciada com a tecnologia que está sendo difundida e a inovação que está sendo colocada através desse projeto, que é baseado na tecnologia do PROSAF que o Ideflor-Bio desenvolveu, o qual já está mudando a realidade da região da Transamazônica”, enfatizou.

Na avaliação do Ideflor-Bio, os participantes saíram do evento com uma nova visão sobre o potencial dos Sistemas Agroflorestais e a importância dos viveiros e mudas de alta qualidade para a recuperação de ecossistemas. A capacitação procurou enriquecer os conhecimentos técnicos dos profissionais, e reforçar o compromisso com práticas sustentáveis na região.