Poli Metropolitana alerta para infarto em pessoas jovens
Na faixa-etária de 20 anos, os casos são considerados trágicos. E a prevenção, independentemente da idade, é a prática de hábitos saudáveis
“Pelo amor de Deus, tenho apenas 29 anos!”, exclamou o jogador Christian Eriksen. A frase dita pelo meia dinamarquês - após ele sofrer um infarto em um jogo entre Dinamarca e Finlândia, na Eurocopa de 2021- , chamou a atenção do mundo, tanto quanto a cena impactante do atleta ao cair desacordado dentro de campo em consequência de um “mal súbito”. O esportista à época, declarou que nunca havia apresentado qualquer indício de indisposição cardíaca, o que deixou todos ainda mais surpresos com o ocorrido.
Assim como Eriksen, tem sido cada vez comum pessoas com menos de 50 anos apresentarem um infarto. O médico Felipe Pacheco, coordenador do Setor de Cardiologia da Policlínica Metropolitana do Pará, em Belém, explica que o caso do atleta é considerado, na medicina, trágico, no entanto, independentemente da idade, é necessário manter um estilo de vida saudável para evitar problemas cardíacos.
“O infarto, embora mais comum em pessoas mais velhas, não é exclusivo dessa faixa etária. Alguns casos trágicos envolvendo atletas e jovens chamaram a atenção para essa realidade. O jogador de futebol Christian Eriksen, com apenas 29 anos, sofreu uma parada cardíaca, por exemplo. Felizmente, ele foi salvo graças à rápida intervenção médica”, relembrou.
O infarto, embora menos frequente, também pode afetar pessoas mais jovens. “Estilos de vida pouco saudáveis, como tabagismo, excesso de peso e sedentarismo, podem contribuir para o surgimento precoce do problema. Também é necessário controlar fatores de risco como hipertensão e diabetes”, alertou Felipe Pacheco.
No entanto, o profissional observa que, geralmente, o risco é maior, entre pessoas de 50 a 70 anos. “Elas têm maior probabilidade de sofrer um infarto. Isso ocorre devido a fatores como o envelhecimento do sistema cardiovascular e a acumulação de riscos ao longo da vida”, diz.
Infarto - O infarto, também conhecido como infarto agudo do miocárdio (IAM) ou ataque cardíaco, é um evento grave que ocorre quando há interrupção no fluxo sanguíneo para o coração. Isso leva à morte de parte do tecido cardíaco.
“O infarto geralmente ocorre devido à obstrução de uma artéria coronária. Essa obstrução pode ser causada por placas de gordura ou coágulos que bloqueiam o fluxo sanguíneo. Essas placas podem se acumular ao longo do tempo nas paredes das artérias”, destacou Pacheco.
Sintomas - O coordenador de cardiologia da Poli, também explica que os sintomas de infarto podem variar. E os mais comuns incluem: dor no peito, geralmente intensa e opressiva no lado esquerdo, que pode irradiar para o braço esquerdo, pescoço, costas ou queixo. Além disso, o rosto pode ficar pálido, a pessoa ter enjoos, suar frio, apresentar tontura, falta de ar e a sensação de queimação no braço ou mandíbula.
“Os sintomas de infarto costumam iniciar de forma gradual, piorando aos poucos e durando mais de 20 minutos. No entanto, em alguns casos, o infarto pode ocorrer de forma súbita, com uma piora muito rápida, conhecida como infarto fulminante”, disse.
Nas mulheres - Há diferença, em alguns casos, nos sinais que acometem o sexo feminino. “Em mulheres, os sintomas de infarto podem ser diferentes. Elas podem sentir dor abdominal, tontura ou sensação de peso nos braços, muitas vezes sem sentir a dor no peito. Isso pode ser confundido com problemas menos graves, como gastrite ou ansiedade”, detalhou o coordenador de cardiologia da Poli.
Emergência - O infarto é uma emergência médica que pode colocar a vida em risco. Portanto, é fundamental procurar assistência imediatamente. Se identificado qualquer um dos sintomas descritos acima, o usuário deve se dirigir imediatamente à uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24h) ou Hospital Pronto-Socorro (HPSM) para atendimento médico. O tratamento pode envolver a administração de medicamentos, cateterismo ou angioplastia para restabelecer o fluxo sanguíneo para o coração.
Especialidades - As especialidades mais demandadas na Policlínica Metropolitana, administrada pelo Instituto Social e Ambiental da Amazônia – ISSAA, são a neurologia e a cardiologia clínica. Essa procura acompanha a tendência nacional, especialmente considerando os desdobramentos da pandemia de coronavírus. Doenças como AVC e infarto agudo do miocárdio voltaram a ser as principais causas de óbito no Brasil em 2022.
“A Policlínica Metropolitana não apenas oferece atendimento médico nessas especialidades, mas também possui ampla capacidade diagnóstica para detecção e orientações para o controle dos fatores de risco para doenças cardiovasculares. A unidade não é porta-aberta, no entanto, as consultas especializadas são feitas por meio da Regulação Estadual. Todas são devidamente agendadas”, disse Anderson Albuquerque, diretor executivo da Poli Metropolitana.