Semana Nacional de Arquivos tem palestras da Associação das Pessoas com Deficiência
Programação continua nos próximos dias com a oficina 'Ações emergenciais em acervos no suporte de papel atingidos por inundações e outros sinistros'
A Secretaria de Estado de Cultura (Secult), por meio do Arquivo Público do Estado do Pará (Apep), deu início à 8ª Semana Nacional de Arquivos nesta terça-feira (4). A programação teve início com uma manhã de palestras, baseadas no tema “Arquivos Acessíveis”.
A primeira mesa, “O enfrentamento ao capacitismo e de outras práticas discriminatórias em instituições arquivísticas”, foi ministrada pela fundadora da Associação Paraense das Pessoas com Deficiência (APPD), Regina Barata, junto com o assistente social e membro da associação, Jordeci Santa Brígida.
Regina Barata, também é defensora pública, e abordou as questões legais do capacitismo, que é crime no Brasil. Delegacia de Proteção à Pessoa com Deficiência (DPPCD).
“Não somos nós que estamos vindo aqui provocá-los, foi a equipe do Arquivo Público que está nos provocando. Então, essa troca é que vai construir um futuro diferenciado, quando você percebe que pode avançar. O arquivo não significa que seja papel, o arquivo é a memória, e eu creio que nós vamos trazer aqui o desafio de que a memória permaneça, não só nos papéis, mas com toda a acessibilidade digital que existe hoje, temos várias formas de avançar”, comenta a defensora pública.
Jordeci contou um pouco dos desafios do cotidiano da pessoa com deficiência visual e a importância do encontro no Arquivo Público. “Primeiro, vem agregar conhecimento para todos nós, principalmente se tratando da Amazônia. Nós não vamos ficar limitados só às pesquisas de internet, mas às pesquisas in loco no Arquivo Público, onde contém toda uma memória que hoje, a partir desse debate, se torna cada vez mais acessível para toda pessoa com deficiência. Esse convite foi feito pelo Arquivo Público, com certeza, devido às demandas recebidas aqui nesse espaço, que exige a acessibilidade para que nós possamos estar de igual para igual com qualquer outra pessoa,”, aponta Jordeci.
“Muito boa essa palestra, em nível geral, mas especialmente para nossa área de arquivologia, para evitar que haja qualquer tipo de exclusão. Esse encontro de hoje traz muitas reflexões pra gente, no que diz respeito de tornar acessível nosso trabalho, mas também de não subjugar as pessoas com deficiência, de encarar essas pessoas como elas são, com capacidade de fazer qualquer coisa.” Aponta a estudante de arquivologia, Mônica Souza.
Em seguida, a palestra “Os caminhos da gestão democrática para o alcance do protagonismo da pessoa com deficiência e do migrante” foi apresentada pela Msc. Gláfira Lôbo, que coordenou a publicação do “Guia de Acessibilidade, Inclusão e Protagonismo da Pessoa com Deficiência e do Migrante”, recentemente lançado pela Secult.
A programação continua nos próximos dias com a oficina “Ações emergenciais em acervos no suporte de papel atingidos por inundações e outros sinistros”, com João Rodrigues Lopes. A ação já está com vagas esgotadas.
Texto de Juliana Amaral / Ascom Secult