Esclerose Múltipla: Ophir Loyola alerta para os sintomas dessa disfunção neurológica
Doença pode ser controlada com as novas drogas e terapias ofertadas, gratuitamente, pelo Sistema Único de Saúde (SUS)
Nesta quinta-feira (30) é celebrado o Dia Mundial da Esclerose Múltipla (EM), uma doença neurológica, autoimune e inflamatória-desmielinizante em que as células de defesa do organismo afetam o Sistema Nervoso Central (SNC), provocando lesões cerebrais e medulares. Em todo o planeta, 2,8 milhões de pessoas convivem com a disfunção, segundo a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla. No Brasil, dados de 2022 do Ministério da Saúde estimam que há uma incidência de nove casos para cada 100 mil habitantes.
O Centro de Referência de Neurologia do Hospital Ophir Loyola (HOL) dispõe de um Ambulatório de Doenças Desmielinizantes, ou seja, ocasionadas por uma inflamação na bainha de mielina - substância que ajuda a conduzir os impulsos nervosos. O serviço atende cerca de 600 pacientes, dos quais 200 têm esclerose múltipla. A assistência é ofertada desde a investigação diagnóstica, por meio de exames de ressonância magnética, líquor ou outro método diagnóstico necessário, até a fase aguda da doença e reabilitação dos pacientes a partir da interface com outras especialidades médicas.
Segundo o chefe do Instituto de Neurologia do HOL, Hideraldo Cabeça, os surtos são imprevisíveis e desencadeiam alterações da sensibilidade, da função motora, da força muscular ou da movimentação ocular. “Podem se manifestar com quadro de fraqueza de um lado do corpo, alteração da visão, embaçamento visual, alteração da sensibilidade do braço e da perna e retenção da urina. Caso uma pessoa, principalmente uma mulher com idade de 20 a 40 anos, apresente essas queixas sensoriais ou de fenômenos sensitivos duradouros por mais de 24h, necessita de uma investigação neurológica”, orientou.
Cabeça destacou que a esclerose múltipla não tem cura, mas pode ser controlada com as novas drogas e terapias ofertadas, gratuitamente, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Geralmente, o tratamento se concentra em manejar as crises, controlar os sintomas e retardar a progressão da doença. Em torno de 85% dos casos apresentam o chamado surto-remissão, contudo esses pacientes conseguem ter qualidade de vida com o acompanhamento médico especializado.”
O neurologista alertou que, em fase inicial, é comum a esclerose múltipla ser confundida com outras condições. Ele recomendou ainda que na presença de um sintoma duradouro, um médico deve ser procurado na Unidade Básica de Saúde e, em casos mais graves, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA). “As queixas mais comuns são motoras, visuais e sensitivas, porém também incluem a depressão, a fadiga intensa, a disfunção urinária ou de bexiga e a disfunção sexual nos homens ”, esclareceu.
Os pacientes são encaminhados, via sistema de regulação, para triagem da neurologia do Hospital Ophir Loyola e, posteriormente, caso seja confirmada a referência, para o ambulatório especializado. “Após uma avaliação criteriosa, o tratamento é indicado conforme os sintomas apresentados pelos pacientes. São prescritos medicamentos por via oral, subcutânea ou endovenosa conforme o quadro clínico de cada um. Às vezes há necessidade de consultar um oftalmologista, otorrinolaringologista e fonoaudiólogo, e fazer fisioterapia e terapia ocupacional”, concluiu.