Curso Reflorestar Mentes encerra com objetivos concluídos
O curso teve ao todo 70 servidores estaduais e municipais participando do projeto voltado para expansão de conhecimento sobre povos indígenas
Mais de 70 servidores, entre estaduais e municipais, participaram do curso Reflorestar Mentes, em parceria entre Escola de Governança do Estado do Pará (EGPA). Ao todo, foram três dias de uma verdadeira imersão em uma vasta diversidade de conhecimento sobre os povos indígenas.
Durante a programação, foram abordadas formas de desconstrução de estereótipos e preconceitos, mostrando ao servidor a importância dos direitos indígenas territoriais, assim como os desafios enfrentados nessa jornada e das conquistas até aqui.
Para Vitor Abner, servidor da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), o conhecimento adquirido foi necessário para ajudar na desconstrução estrutural de preconceitos envolvendo os povos indígenas. "Finalmente passamos a dar ouvidos e espaço aos povos indígenas. Para mim, é fundamental, como servidor público, conhecer mais como a nossa sociedade ainda está enraizada em muitas lógicas de racismo estrutural e desconstruir esses entendimentos. É fundamental desmistificar as temáticas e o racismo envolvendo os povos indígenas", disse.
A ideia do curso foi lançada durante a Semana dos Povos Indígenas 2024, como forma de capacitar e tornar os servidores públicos verdadeiros agentes de transformação social e cultural. Assim como mostrar a importância da preservação da flora e fauna das comunidades.
Desafios
O curso foi ministrado pela professora Braulina Baniwa, doutoranda em Antropologia Social na UNB, mestra em Antropologia Social pelo PPGAS/UNB Indígena, pesquisadora e defensora de direitos coletivos dos povos indígenas. Especialista em gênero, territórios, saúde e violência contra as mulheres indígenas.
Para ela, o curso atendeu todas as expectativas. "Nós provocamos este desafio reflexivo nas pessoas, como seres humanos, mas também o processo de como eles vão trabalhar as pautas indígenas nos seus respectivos trabalhos durante o dia a dia. Acredito que cada um dos alunos tenha ficado com essa missão, nesse desafio de levar do individual para o outro. Isso que é reflorestar mentes", afirmou.
Parceria
Essa descolonização de pensamentos em relação aos povos na defesa dos direitos territoriais, ambientais e culturais das comunidades ancestrais da nossa região foram pontos fundamentais abordados durante o curso. E para isso, é essencial unir forças.
"Concluímos a primeira etapa com êxito e somos gratos à Secretaria dos Povos Indígenas pela confiança na Escola de Governança por trazer aos servidores públicos uma temática tão importante para o trabalho que o Estado desenvolve com os povos indígenas", disse Helvio Arruda, diretor geral da Escola de Governança.
A secretária da Sepi, Puyr Tembé, participou da solenidade de encerramento e, emocionada, agradeceu a presença de todos os servidores, enfatizando a importância das discussões na sociedade e entre os servidores em enxergar a importância dos povos originários.
"Se a gente quer esse lugar de transformação, é preciso ensinar as pessoas. E a gente também precisa se permitir que as pessoas nos conheçam, que adentrem os nossos territórios, para que saibam quem realmente somos, nós dos povos indígenas. Eu sou muito grata a todos os servidores de várias secretarias que participaram e à EGPA, para que todos entendam e ajudem a garantir direitos sociais e mais políticas públicas para alcançar os nossos territórios", afirmou.
Nova turma
Em breve, serão divulgadas as datas do próximo módulo e as inscrições para mais um curso, que deve ser realizado em junho deste ano. Os que não estiveram ou não puderam estar presentes no auditório da Escola de Governança podem assistir as três aulas no Ambiente Virtual de Aprendizagem.