Escolas com novos padrões reforçam a educação pública no Pará
A rede estadual de ensino ganhou o reforço de mais uma escola, entregue pelo Governo do Estado no último dia 18, como parte dos compromissos assumidos por meio do Pacto pela Educação do Pará. O novo estabelecimento de ensino vai beneficiar os moradores do bairro do Aeroporto e adjacências, na Ilha de Mosqueiro, distrito de Belém. A Escola Estadual de Ensino Médio Padre Eduardo já está adequada ao novo padrão, com 12 salas de aula, e deverá receber, em média, 500 estudantes já no próximo ano letivo. Com essa, já são sete as escolas construídas e entregues à população este ano. Outras 26 foram reformadas, tanto na capital como no interior. O cronograma da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) prevê a entrega de novas unidades nos municípios de Água Azul do Norte, Tucumã, Moju, Marabá e Maracanã.
Jorgina Barros é diretora da Escola Estadual General Gurjão, no bairro da Cidade Velha, em Belém. Trabalhando com educação há mais de 30 anos, ela comemora uma das melhores fases de sua vida profissional, agora à frente da administração de uma escola. “Eu sou apaixonada pela minha escola e tenho orgulho de mostrar como ela está linda!", diz. A General Gurjão passou por uma reforma este ano e, além da revitalização, ganhou espaços novos que proporcionam mais conforto para o aprendizado e o ensino dos estudantes. “Quando entrei aqui havia um matagal enorme, as paredes careciam de pintura e as salas não tinham ar condicionado, o que prejudicava bastante tanto os estudantes como os servidores”, relembra.
Hoje a realidade é bem diferente e quem explica o que mudou é a pequena Miriam Monteiro, 13 anos, aluna da 5ª série do Ensino Fundamental: “Agora dá mais vontade de vir pra aula, estudar. Os professores são legais, ensinam bem, só que antes era tudo muito bagunçado, os banheiros eram sujos... agora tá tudo limpinho”, conta a menina, empolgada.
A nova Escola General Gurjão foi entregue no início de novembro. O revitalização contemplou os serviços de pintura, reestruturação do sistema elétrico, climatização, adaptação do espaço com sinalização táctil para atender os alunos com deficiência, reforma do piso de acesso às salas de aula e renovação do piso geral da escola. O estabelecimento oferece turmas do primeiro ao nono ano do Ensino Fundamental. Atualmente, 520 alunos estão matriculados, sendo 63 da Educação Especial. A General Gurjão é referência no bairro e também no âmbito da rede estadual no atendimento especializado a alunos com algum tipo de deficiência.
Maria Lindalva Costa é mãe da estudante Jéssica Benedita, 24, aluna da Educação Especial na escola. Há três anos ela frequenta a sala de atendimento especializado, que dá apoio ao aluno com algum tipo de deficiência no aprendizado. “É uma forma de buscarmos a inclusão social destas pessoas. Aqui atendemos tanto alunos da própria Generão Gurjão como de outras escolas”, explica Elen da Silva, professora do Atendimento Educacional Especializado (AEE). Para Maria Lindalva, a reforma da escola trouxe muitos benefícios, entre eles a acessibilidade e as melhores condições de aprendizado, como salas confortáveis e refrigeradas.
Manoel Leite - O bairro do Tenoné, em Belém, também ganhou uma nova unidade de ensino este ano. A Escola Estadual de Ensino Médio Manoel Leite foi construída especialmente pra atender os alunos do bairro e áreas próximas. Localizada no Residencial Helena Coutinho, à rua WE 04, a escola foi construída dentro dos novos padrões adotados pela Seduc, com doze salas de aula climatizadas e recursos pedagógicos, distribuídos em dois blocos com seis salas cada, para atender cerca de 1.500 alunos nos três turnos. A escola tem ainda um bloco administrativo, um bloco de laboratórios multidisciplinares, biblioteca, sala de informática, sala de vídeo e sala de arte, um bloco de recreio coberto, cozinha e uma quadra poliesportiva coberta com arquibancada e vestiário.
Aluno do segundo ano do Ensino Médio, Marcos Pereira, 19, confessa que resolveu mudar de escola depois que viu a estrutura do Colégio Manoel Leite. “A gente passa o dia aqui. Além do espaço físico, tem o envolvimento dos alunos e dos professores, além de vários projetos. A gente não fica sem fazer nada. Se um professor falta, logo tem outro para substituir”, diz.
A escola é a primeira a oferecer um ensino em sistema integral. Os alunos entram às 7h30 e saem às 17h. "Neste período, além das aulas normais, eles participam de projetos sociais, ambientais e práticas esportivas. Um dos que mais interesse desperta nos alunos é a horta escolar", relata o vice-diretor Péricles Matos,.
Encabeçado pelos professores Nilsivan Nunes, de Biologia, e Charles de Almeida, de Matemática, o projeto da horta é um sucesso e grande parte do que é produzido pelos alunos é usado no preparo da merenda escolar. “O que é colhido aqui é usado para complementar a merenda e ajuda também na conservação e valorização da escola”, informa Charles.
O terreno onde hoje está instalado o colégio era um enorme terreno baldio, tomado por lixo e mato. “A comunidade foi a primeira a apoiar a ideia de ceder o espaço para a escola”, ressalta o vice-diretor.
Para os próximos anos, 50 novas escolas serão construídas a partir de parcerias e cooperação com o Banco Mundial e com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), o que vai garantir 75 mil vagas na rede estadual de ensino, um marco na história da educação pública do Pará.