Evento promovido pela Sespa discute condutas pela paz no trânsito
Nos três primeiros meses deste ano, segundo o Ministério da Saúde, foram registradas 3.737 internações no Pará por acidentes de transporte
O “Maio Amarelo”, movimento internacional para conscientização e prevenção de acidentes de trânsito, mais uma vez contou com adesão da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), que realizou nesta quinta-feira, 16, um seminário sobre a importância da empatia e das atitudes individuais e coletivas para garantir paz e segurança no trânsito.
Promovido pela Coordenação Estadual de Saúde do Homem (CESH), o seminário ocorrido no auditório da Sespa, em Belém, contou com a participação de profissionais e acadêmicos da saúde, servidores do setor de transporte e gestores dos Centros Regionais de Saúde.
Entre os palestrantes do dia, o médico Hélio Franco discorreu sobre o impacto dos acidentes de trânsito na saúde pública. “Se a gente olhar os dados nos sistemas de informações, constataremos que o trânsito está cada vez matando mais jovens em idade produtiva e isso é muito grave”, explica.
A cor amarela foi escolhida por representar o alerta nos semáforos, levando ao objetivo do evento, que é chamar a atenção de toda a sociedade para o trânsito seguro. Assim, busca-se atingir a meta de reduzir a ocorrência de acidentes de trânsito. Já a escolha do mês de maio deu-se em referência ao fato da Organização das Nações Unidas (ONU) ter decretado, em maio de 2011, a “Década de Ações para a Segurança no Trânsito”.
Dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH) do Ministério da Saúde indicam que no Pará ocorreram, só no ano passado, 15.117 internações por acidentes de transportes. Destes, 11.328 foram de hospitalização de homens. Em relação às faixas etárias mais expostas a acidentes, estiveram pessoas entre 20 e 29 anos, seguidas pelas que estão entre 30 e 39 anos e entre 40 e 49 anos.
Nos três primeiros meses deste ano, os dados indicam que a tendência permanece: já foram 3.737 internações no Pará por acidentes de transporte, sendo 2.768 de homens e 969 mulheres – a maioria compreendendo entre 20 e 29 anos de idade.
De acordo com essas estatísticas, os acidentes de trânsito figuram entre as dez principais causas de morte no Pará por causas externas. “É um desafio que todos nós, tanto as autoridades públicas quanto a sociedade em geral, precisamos encarar com responsabilidade e determinação. Garantir a segurança no trânsito é uma obrigação tanto das instâncias governamentais quanto dos pedestres, ciclistas, motoristas e motociclistas”, observa o médico Nicholas Mota, do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) da Sespa.
Outro momento do seminário foi a abordagem sobre o processo de socialização das crianças com o trânsito, por meio das ações do programa Saúde na Escola. O tema veio à tona por meio da fala da coordenadora de Saúde do Adolescente e Jovem da Sespa, Vera Bertagnolli. “É de fundamental importância a gente começar a trabalhar esse tema desde criança. Ela começa a ter esse olhar e que no futuro possa ter as noções de trânsito para dirigir, além de orientar às vezes os pais o que aprendeu sobre o tema”, explicou.
Em função dos dados, o coordenador de Saúde do Homem pela Sespa, Diego Cutrim, destaca a importância da campanha. “Precisamos sempre conscientizar as pessoas sobre a importância de respeitar as leis de trânsito e de dirigir com responsabilidade, para que possamos evitar gastos com internações que poderiam ser prevenidas com mudanças de comportamento. São atitudes que minimamente ou majoritariamente promovem a vida”, considera.