Corpo de Bombeiros vai apurar morte do sargento em Cotijuba
O corpo do bombeiro militar Cláudio Silvestre, de 42 anos, foi enterrado na manhã desta segunda-feira, 28, no cemitério Santa Izabel, em Belém. Sargento Silvestre, como era chamado entre os bombeiros, foi enterrado com honras de herói. A guarda fúnebre do Corpo de Bombeiros recebeu o corpo do colega com uma salva de 15 tiros.
O sargento tinha uma filha de 12 anos e deixa viúva a Sra. Viviane Silvestre. Com 24 anos de corporação, o sargento fazia parte do Grupamento Fluvial há sete anos e era especialista em mergulho e piloto de embarcação. Sua morte foi considerada uma fatalidade pelo comandante geral do Corpo de Bombeiros, coronel Nahum Fernandes da Silva, que vai apurar as circunstâncias do acidente que vitimou o militar. “Os profissionais do meio aquático, como era o sargento Silvestre, estão preparados para qualquer ação de urgência e emergência nesse ambiente. Foi realmente uma fatalidade. Vamos abrir um procedimento para que possamos apurar a real causa do acidente e da pane no barco onde os bombeiros estavam. Nós estamos preocupados no momento é com a família do sargento e com os outros três oficiais que estavam em ação. O Governo do Estado está dando todo o apoio, inclusive com atendimento psicológico aos bombeiros e à família enlutada”, disse o Nahum Fernandes.
Na tarde da última sexta-feira, 25, o sargento Silvestre e mais três bombeiros voltavam de uma ação da operação fim de ano na praia Vai Quem Quer, em Cotijuba, quando foram surpreendidos por uma pane mecânica na embarcação e, logo em seguida, por uma tempestade. Segundo relatos dos outros bombeiros que estavam na ação, o vento muito forte, as ondas de dois metros de altura e a correnteza arremessaram o militar para longe. Imediatamente equipes de resgate foram acionadas para fazer as buscas.
Depois de um intenso trabalho feito por equipes de resgate do Corpo de Bombeiros, o corpo do Sargento foi encontrado na manhã de domingo, 27, próximo à Ilha de Cotijuba, em Belém. As equipes de resgate foram divididas em sete embarcações (seis lanchas e um jet-ski) e um helicóptero do Grupamento Aéreo de Segurança Pública (Graesp), nas áreas de Barcarena, Mosqueiro, Cotijuba e Marajó. A operação teve ainda o apoio da Capitania dos Portos e da Companhia Fluvial da Polícia Militar e a ajuda de ribeirinhos.
O corpo, que estava submerso, foi conduzido para o Grupamento Fluvial, na Rodovia Arthur Bernardes, e em seguida para o Instituto Médico Legal (IML), para necropsia. O velório ocorreu nesta segunda-feira (28), no pátio do Comando Geral do Corpo de Bombeiros, em seguida o corpo foi liberado para o enterro.
O enterro aconteceu sob um clima de grande consternação da família, que não quis falar sobre a tragédia, e também dos colegas de trabalho. Em cima do caixão do Sargento, foram colocadas medalhas que o militar recebeu durante os seus 24 anos de corporação. Os pais do bombeiro militar receberam uma bandeira do Corpo de Bombeiros.
“Todas as homenagens que estão sendo prestadas são justas, pelo histórico de vida do Silvestre, tanto como pessoa ou como profissional. Ele era um militar muito dedicado, disciplinado, correto, sempre foi responsável em suas atitudes e serviu de exemplo para muitos colegas. A missão dele foi concluída. Estava escalado em pleno feriado, enquanto pessoas se divertiam. Então, ele tem que ser enterrado, sim, como herói. Não por ter salvo alguém, mas herói por tudo o que ele fez à corporação, tudo o que ele fez pelo Estado e pela sociedade”, declarou, emocionado, o tenente coronel Roger Teixeira, comandante do Grupamento Marítimo Fluvial do Corpo de Bombeiros.