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Janeiro Roxo: Hemopa debate diagnóstico da hanseníase

Por Redação - Agência PA (SECOM)
17/01/2019 17h06

A Fundação Centro e Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa) realizou, nesta quinta-feira (17), uma palestra alusiva ao “Janeiro Roxo – Todos Contra a Hanseníase”. A doença é descrita como inaptidão definitiva para a doação de sangue, segundo a Portaria de Consolidação nº 5, do Ministério da Saúde.

Todos os anos, 200 mil novos casos de hanseníase são diagnosticados no mundo; no Brasil, esse número é de cerca de 30 mil, sendo 10% dos casos no estado do Pará. “É preciso ficar sempre em alerta com reação aos dados. A redução no número de diagnóstico não necessariamente é uma boa notícia”, disse o presidente da Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH) e ministrante da palestra, doutor Cláudio Guedes Salgado.

Ainda de acordo com o médico, no caso da hanseníase, essa redução pode significar problemas na atenção básica de saúde. Cláudio acredita que o grande problema está exatamente na demora e até na ausência de identificação da doença e diz que quanto maior for o investimento, mais casos serão descobertos.

“Não há teste laboratorial que detecte 100% das formas clínicas da hanseníase. Porém, existem ferramentas laboratoriais que podem dar suporte à detecção da doença. Por isso, é preciso capacitar os profissionais médicos para avaliação clínica. O Exame de Contato é um procedimento demorado, trabalhoso e que exige conhecimento, mas é a ferramenta mais eficaz no controle da doença”.

A hanseníase tem cura e o tratamento é disponibilizado gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O tratamento elimina os bacilos e, consequentemente, a possibilidade de contágio. “Mas nunca é demais ressaltar que, para que haja tratamento efetivo, sem sequelas e com qualidade de vida para o paciente, é necessário o diagnóstico precoce”, ressalta.

Ao final da palestra, o coordenador do Programa de Controle da Hanseníase da Secretaria de Estado de Saúde, Bruno Pinheiro, apresentou as ações de combate à doença no estado.

“A hanseníase realmente ainda é uma doença negligenciada e que necessita de medidas de diagnóstico e controle. Nossa iniciativa mais efetiva será quanto à Avaliação de Contato dos casos índices e o acompanhamento desse indivíduo. Também vamos dar todo o suporte e assessoria aos municípios na disseminação de informações acerca da doença”.

Pesquisa: A palestra “Epidemiologia da Hanseníase no Pará e Possíveis Impactos na Doação de Sangue” é resultado do projeto de pesquisa “Perfil Sorológico de Anti-PGL-I e Detecção Molecular de Mycobacterium Leprae em amostras de Doadores de Sangue Inaptos do Hemopa”, ainda em andamento na Fundação Hemopa.

A iniciativa é da servidora Erika Vanessa Oliveira Jorge. “Neste trabalho, nossa fonte de pesquisa são os doadores considerados inaptos. Isso se deve ao fato de não querermos interferir no estoque da Fundação, que normalmente está em situação crítica, e também pelas questões éticas presentes na política nacional do sangue”.

Segundo Erika, o principal objetivo da pesquisa é “fazer o possível diagnóstico da hanseníase em pessoas assintomáticas, dentro da população identificada como inapta para a doação de sangue, através de exames complementares e posterior avaliação clínica dos casos sugeridos. Tudo voltado para o diagnóstico precoce e, portanto, para a prevenção de incapacidades ocasionadas pela hanseníase”, finalizou.

A diretora Técnica da Fundação Hemopa, Dra. Ana Luísa Meireles, acredita que a pesquisa é apenas um ponto de partida. “Esse é um assunto muito rico e pouco explorado. Ou seja, essa pesquisa é muito importante para a instituição. A Fundação é muito conhecida pela sua atuação técnica, mas nós temos uma área de ensino e pesquisa”, concluiu.