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PROFISSIONALISMO

Fundação ParáPaz destaca atuação de assistentes sociais no dia a dia da instituição

Nesta quarta-feira (15), comemora-se o Dia Nacional do Assistente Social e o órgão estadual homenageia a rotina de profissionais da categoria

Por Nathalia Mota (PARAPAZ)
15/05/2024 11h28

Entre os corredores do Centro Integrado ParáPaz Santa Casa, da Fundação ParáPaz , em Belém, cada história é um testemunho de resiliência e esperança. Para a assistente social Angélica Guerreiro, é uma jornada de empatia diária em cada acolhimento realizado, com casos extremamente delicados. E como ela disse, precisa ser forte. 

A unidade é referência no acolhimento às crianças e adolescentes, de 0 a 18 anos incompletos e maiores incapazes, vítimas de violência sexual e foi reconstruída em 2021 para receber as famílias com maior conforto e acessibilidade. Funciona de forma integrada à Delegacia Especializada no Atendimento a Criança e ao Adolescente (Deaca) no complexo da Santa Casa de Misericórdia, o que possibilita acesso a diversos serviços. 

Acolhimento às crianças e adolescentes - O papel das assistentes sociais é essencial para que o desempenho do serviço seja executado de forma eficiente e adequado, já que o primeiro contato da vítima é com elas. Primeiramente, é realizada a escuta especializada, que é uma abordagem humanizada sobre a situação de violência, atendendo primeiramente o responsável e depois a vítima. Segundo Angélica, a escuta é espontânea e sem interferências. Ao finalizar, são feitos os encaminhamentos necessários para a delegacia e outros serviços da ParáPaz, como ginecologista, pediatria e psicologia, ofertados no mesmo local facilitando o deslocamento e evitando a revitimização da família. 

“É um trabalho difícil e delicado’, confessa ela, “mas é gratificante saber que podemos trazer um pouco de conforto porque eles precisam de nós, confiam na gente. Não é fácil revelar algo tão íntimo e doloroso para alguém que nunca viu, por isso precisamos passar essa confiança. O nosso trabalho encerra após a escuta, mas quando nos encontramos, por conta de outros atendimentos, eles me agradecem”, disse Angélica , que atua na unidade há 3 anos e pontuou que apesar da complexidade do assunto, ela se sente privilegiada em exercer a profissão pois sente que faz a diferença na vida daqueles que enfrentam o peso da violência. 

Acolhimento às mulheres - No caso de mulheres, o acolhimento e o cuidado são os mesmos, pois muitas vezes elas chegam fragilizadas, com medo, sem saber o que vai acontecer, sem conhecer seus direitos e até mesmo sem querer denunciar a agressão e são encorajadas pela assistente social. São ouvidas com atenção e respeitadas, como explicou a coordenadora da ParáPaz Mulher, em Belém, Bruna Castelo Branco. 

“Enquanto assistente social e coordenadora da unidade, atuo como uma defensora dos direitos sociais em busca da diminuição da violência de gênero. E, além disso, é imensamente gratificante ouvir uma palavra de agradecimento pelo atendimento e acolhimento realizados pela equipe e saber que mais uma mulher não se permitirá ser vitima de violência outra vez, pois nós, enquanto profissionais, fortalecemos seu protagonismo, empoderamento e reconhecimento no processo de poder feminino”. 

A ParáPaz Mulher trabalha integrada à Delegacia da Mulher (Deam) e possui uma infraestrutura moderna, distribuída num prédio de três andares contendo áreas como brinquedoteca, sala multiuso, auditório e espaços específicos destinados aos atendimentos psicológicos, de serviço social, médico, além de também possuir salas destinadas à perícia criminal, Polícia Civil, setor de orientação jurídica e Polícia Militar, onde atuam os policiais que integram a equipe da Patrulha Maria da Penha - um projeto pioneiro na região norte do Brasil que fiscaliza o cumprimento das medidas protetivas e de segurança à mulher em situação de violência no Pará.

Foi nesse lugar que E. P. S., de 45 anos, encontrou o que havia perdido: a vontade de viver. Após sofrer injúrias e ameaças do seu ex-companheiro dentro de casa, ela decidiu procurar ajuda temendo o pior. 

“Me sinto renovada cada vez que vou na ParáPaz. Antes eu não tinha coragem de ir na rua, só saía a noite com vergonha e agora penso em mim, participo de cursos, das atividades para recomeçar a minha vida. Obrigada pelo acolhimento, pelo incentivo, por nos encorajar nos momentos difíceis e dolorosos e por acreditarem em nós”. 

Unidades - Atualmente, a Fundação ParáPaz possui trinta e quatro assistentes sociais que atuam em diferentes unidades e municípios do Estado, tanto em Polos Bairros, espaços físicos para desenvolvimento de atividades de esporte e lazer, quanto em unidades especializadas no atendimento às vítimas de violência. São 10 polos integrados à Deam e Deaca, que atendem crianças e adolescentes no interior e quatro polos na RMB, que realiza atendimento especializado às mulheres.

Além das assistentes sociais, as unidades contam com uma equipe multidisciplinar, inclusive formada por psicólogas, assegurando todo o suporte. Assim como Angélica e Bruna, as outras profissionais da área têm orgulho do que fazem e do que elas proporcionam às pessoas que buscam no serviço social o acolhimento após passar por situações onde muitas vezes são traumáticas.